RP - UM NATAL ATÍPICO - PARTE 8

UM NATAL ATÍPICO

PARTE VIII

No seu consultório, Miguel resume todos os acontecimentos desde que Mônica saiu da cidade.

- Não se tem notícias do doutor Jairo desde terça-feira. Eu só soube que ele viajou sozinho para Londres. Eu tenho uma leve suspeita de que o Arnaldo tem algum telefone dele e o mantém informado sobre você e sobre Mônica. Com certeza vai ficar sabendo da vinda de vocês dois até aqui. Já tem um carro de polícia com dois homens do Arnaldo aí fora.

- Eu os vi, diz Mônica.

- Eu quero mesmo que ele saiba, diz Cláudio. – E o Jorge? Bárbara...

- Sem novidades. Ela foi sozinha à missa do galo. Eu estava lá também e a vi, sozinha. Ele... faz tempo que eu não vejo, mas como já não via antes, pra mim não é novidade.

- Tânia...?

- Pois é... Não acho inteligente que vocês fiquem circulando juntos pela cidade. Os boatos correm e a Luís Gama é continuação dessa rua. Se chega aos ouvidos dela que vocês estão aqui juntos e bem... ela é capaz de fazer uma outra besteira. Ela não sai muito de casa e acho que deve pensar que você está sozinho onde quer que esteja e que Mônica viajou com o pai. Nem pensa que vocês estão juntos.

Cláudio e Mônica se olham e ele aperta sua mão.

- Eu só vim pra ver meu pai. Não podia vir sem ela. Como você pode andar por uma cidade pequena onde morou a vida inteira sem ser reconhecido?

- Eu sei disso, mas fiquem aqui dentro ou, até melhor, vão pra fazenda.

- Eu não tenho intenção de ficar muito. Só quero saber quando meu pai sai daqui e, se for necessário, voltamos pra São Paulo ainda hoje.

- Como está a vida lá? Onde vocês estão morando?

- Eu comprei a casa de uma amiga. A gente está morando lá.

- Comprou? Já?

- O Wagner comprou meu carro e eu usei o dinheiro para dar a entrada

- Por falar no seu carro, ele ainda está estacionado aí fora.

- Não é mais meu. É do Wagner. Depois ele vê o que faz. Acho que vai levá-lo pra fazenda hoje.

- E o ombro, Mônica?

- Está bem. A cicatriz é pequenininha, mas está bem melhor graças a você, doutor. Obrigada.

- Tomando todos os remédios direitinho? Isso aí não foi brincadeira.

- Eu sei... ela diz, tocando o ombro. - Está tudo bem, fique sossegado.

- E o Alberto, Miguel? – Cláudio pergunta. - Você sabe dele?

- Sei e tenho boas notícias pra vocês. A assistente social que o levou pra São Paulo e está procurando a mãe dele lá é minha ex-mulher.

- A Lúcia?

- Lúcia Xavier Jordão, ela mesma. Ainda se lembra dela?

- Se lembro. Você não falava de outra coisa.

- Você vai enjoar de novo, se ficar por aqui. Eu vou me casar com ela agora pra valer.

- Você... foi casado? – Mônica pergunta, surpresa.

- Enrolado é a palavra. Não era casado, casado mesmo. Eu morei com ela por pouco tempo. Não falei pra você que não ficava solteiro? - ele pergunta a ela.

- Que bom, ela diz, sorrindo. – Fico feliz por você.

- É muito bom mesmo, Cláudio diz, colocando a mão dela junto ao peito.

- Eu sei perder, diz Miguel com uma careta engraçada, mostrando a língua para ele.

- Você não perdeu nada, diz Mônica. – Você ajudou muito a gente e eu tenho certeza de que vai ser muito feliz. Eu quero muito isso e te agradeço por tudo mais uma vez.

- Esquece isso. E a minha sobrinha? Se comportando bem?

- Graças a Deus... Pra que lugar a Lúcia levou o Alberto? Não foi pra casa dela, foi?

- Ela até queria e eu também, mas isso não seria muito ortodoxo. Ele está num orfanato perto da casa dela. Isso significa que o menino não fica muito tempo sozinho. Fica constantemente aos cuidados dela. Eu falei de você e ela disse que vai manter contato enquanto estiver lá. O Alberto só fala em vocês.

- Eu preciso vê-lo, diz Cláudio. – Eu prometi a ele que procuraria a mãe dele e posso ajudar a Lúcia a fazer isso. Nós já temos um lugar fixo pra ficar e eu só estava dependendo disso pra levá-lo comigo. Não quero que ele fique num orfanato.

- Você está pensando em levar o Alberto pra sua casa?

- Pra nossa casa. Se a Lúcia deixar, provisoriamente, sim, depois, se a mãe dele autorizar, definitivamente.

- Nossa! Ele vai ficar muito feliz se isso acontecer.

Leda abre a porta e coloca a cabeça para dentro dela.

- Com licença, doutor Miguel. Doutor Cláudio, o doutor Rubens quer falar com o senhor no quarto do seu pai.

- Obrigado, Leda.

Cláudio e Mônica se levantam. Miguel também.

- Bom, eu acho que ele já deve ter alguma resposta sobre meu pai. Foi muito bom te ver de novo, Miguel. Dependendo do que o Rubens diga, se ele tiver alta, eu vou levá-lo pra fazenda, se não, a gente vai pra lá do mesmo jeito pra tentar ficar longe da cidade. Eu só quero ver minhas irmãs. De lá vamos voltar pra São Paulo.

Ele aperta a mão do amigo.

- Você já tem data pro casamento? - Mônica pergunta, apertando sua mão.

- Não, são só planos ainda, mas vai acontecer.

- O Wagner sabe o endereço da nossa casa e o telefone. Entra em contato. Eu quero receber o convite.

- Pode contar com isso.

- Obrigado. Tchau.

Ele beija Mônica.

- Tchau, Miguel.

- Se cuida, garota.

RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO

PARTE 8

OBRIGADA PELA COMPANHIA!

BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/05/2018
Código do texto: T6339513
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