RP - UM NATAL ATÍPICO - PARTE 7
UM NATAL ATÍPICO
PARTE VII
Cláudio beija a mão do pai.
- Eu volto. Comporte-se que eu quero ver você fora desse hospital, se possível, ainda hoje. Eu vou falar com o Rubens.
Ele solta a mão do pai, beija Magda na testa e sai do quarto.
No corredor, senta-se numa cadeira e tenta respirar fundo e manter o equilíbrio. Wagner, sentado ali perto do irmão, espera que ele diga alguma coisa.
- Você contou pra ele, não foi? – Cláudio pergunta.
Wagner fica em silêncio.
- Quando é que você vai parar de fazer bobagens, garoto?
- Não estou a fim de levar bronca de novo, Cláudio. O susto já foi grande ontem.
- Susto? Pra você foi só um susto? Nosso pai poderia ter morrido, sabia?!
- Mas não morreu!
Wagner se levanta e começa a andar nervoso de um lado para o outro e vai encostar-se na parede oposta.
- Eu não imaginava que ele fosse ficar assim tão abalado. Você acha que eu tive intenção de deixá-lo assim? Papai nunca ficou ruim desse jeito. Sempre teve uma saúde de ferro. Se eu imaginasse que isso fosse acontecer, não teria dito nada. Mas ele começou a me perguntar coisas e, quando eu respondi, ele... começou a me acusar de... sei lá... começou a dizer que eu estava envenenando você contra ele.
- Envenenando?
- Isso mesmo. Ele deve achar agora que fui eu que levei você até sua mãe. E isso não é verdade, é?
- Claro que não.
- Então diga isso a ele, por favor. Eu não me meto mais na sua vida nem na dele. Já que não tenho nada a ver com nenhuma das duas.
- Você está exagerando...
- É. Eu só digo besteiras mesmo...
Wagner se afasta, nervoso. Mônica vem se aproximando, passa por ele e ele diz, rapidamente, sem parar de andar:
- Oi, comadre.
- Oi... ela diz, sorrindo, seguindo-o com os olhos. Aproxima-se de Cláudio. – Vocês brigaram?
- Acho que não. Ainda não e nem é bom. Não podemos ficar um contra o outro agora.
Rubens volta para ver Leonardo e olha para Mônica.
- Oi, Mônica.
- Oi, Rubens. Tudo bem?
- Tudo. É bom te ver de novo.
Cláudio segura a mão dela e se volta para Rubens.
- Desculpa o jeito que eu falei com você...
- Esquece, se eu não entender essas reações da família dos meus pacientes, estou na profissão errada. Eu vou entrar aí pra ver o seu pai. Como ele reagiu?
- Bem, dentro do possível. Quando ele vai poder sair daqui?
- Não dá pra dizer ainda. Eu vou examiná-lo mais uma vez agora e depois digo pra dona Magda. Ele está sob muito stress ainda, mas a gente se fala.
- Obrigado. Bom trabalho.
- Foi bom ver vocês dois de novo.
Rubens entra no quarto e Mônica diz:
- Cláudio, eu não acho legal a gente ficar separado agora.
- Por quê?
- Eu acabei de ver um carro de polícia aí fora, com dois policiais olhando pra cá, enquanto estava com a Leda. Se eles prenderem você, vão ter que me prender também.
Cláudio sorri e abraça.
- Ideias revolucionárias da cabeça de Mônica Martinelli Telles. Ficou maluca? Ninguém vai me prender e muito menos junto com você. Você não fez nada. Pare de pensar bobagem. Eu não desobedeci nenhuma lei. Vim aqui pra ver meu pai e isso ninguém pode me impedir. Eu vou até o consultório do Miguel. Vem comigo?
- Eu queria ver seu pai.
- Depois. Ele está sendo examinado pelo Rubens.
RETORNO AO PARAÍSO – UM NATAL ATÍPICO
PARTE 7
OBRIGADA PELA COMPANHIA!
BONS PENSAMENTOS NOS ACOMPANHEM!
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS NÓS!