RP - LUCILA - PARTE 13
LUCILA
PARTE XIII
Na fazenda, depois de ouvir Wagner dizer várias vezes que o pai estava bem e fora de perigo e que só não ficou lá com ele, porque os médicos são deixaram, Magda toma uma decisão: vai avisar Cláudio.
- Você tem como entrar em contato com ele, Wagner?
- Não tenho mais. O Aston está aqui comigo. Eu nem sei se ele está no mesmo hotel ainda. Ele ia procurar um lugar mais apropriado pra ficar com a Mônica...
Ele pensa por um momento e subitamente tem uma luz.
- Ah... claro... ele diz.
- O quê? O que foi? No que você pensou? - ela pergunta.
- Talvez ele tenha feito o que eu sugeri...
- O quê? Fale logo, menino!
- Você conheceu a Karen Johnson?
- Ouvi Cláudio falar dela várias vezes depois que eu me casei com seu pai. Ele recebia cartas dela. Era uma amiga americana da sua mãe, não é?
- Isso mesmo. Ela está no Brasil, em São Paulo.
- Mesmo? E...?
- E... talvez o Cláudio esteja com ela.
- Como assim?
- Ela tem uma casa em São Paulo. Ela está, ou estava, internada no hospital Emílio Ribas. O Cláudio a encontrou lá por coincidência.
- Você disse que talvez ele tenha feito o que você sugeriu? E qual foi a sugestão?
- Que ele fosse pra casa dela pra que a Mônica ficasse num lugar mais apropriado. Afinal, ela está grávida e precisa do mínimo de conforto.
- E você... tem o telefone dela?
- Não... mas acho que deve ter em alguma agenda antiga do papai, mas... se você ligar pra ele, é claro que ele vai sair correndo de lá e querer vir pra cá. Já está tarde, mãe. São três horas de viagem de lá até aqui. Você acha que vale a pena?
Magda fica séria olhando para ele e concorda.
- É, pode ser... mas ele precisa saber que o pai está doente.
- O pai já está bem. Está só em observação. Foi só um susto.
- Um susto que ele nunca nos deu.
Ela senta no sofá e Elis, que estava na cozinha com Matilde, se aproxima correndo e se joga em seu colo. Magda coloca a menina sobre as pernas.
- Seu pai pode parecer um homem seco, mas sempre se preocupou com as mínimas dores de barriga de vocês. Cada um de vocês. Não é justo que numa hora dessas um de vocês fique longe dele. Quando acordar, ele precisaria ver pelo menos vocês dois do lado dele. Ainda mais o Cláudio que é o motivo dessa tristeza pela qual ele está internado agora.
Wagner fica indeciso. Diana vem da cozinha com Linda e as duas se sentam também no sofá. Ele vai até a biblioteca e, depois de procurar em várias agendas antigas do pai, encontra numa mais recente o número de Karen e reconhece a letra de Cláudio que deve tê-lo anotado.
Há dois números: um é o telefone de Karen na América, pois é bem longo, e o outro com apenas sete números e o DDD 011 de São Paulo. Escreve este último numa folha de papel e fica olhando para ele. Está olhando ainda para a folha de papel quando o telefone toca.
Ele olha para o aparelho e não atende, pois sabe que a extensão está na sala e Magda vai atendê-lo. Ele se levanta e vai até lá. Ela está erguendo o telefone.
- Alô...
- Magda? É o Cláudio.
Ela fecha os olhos e sorri ao mesmo tempo em que começa a chorar.
- Filho...
- Oi, tudo bem? - ele diz, com voz também emocionada.
- Que saudade de você, meu querido.
- Eu também... O pai está aí?
Ela coloca a mão sobre a boca e começa a chorar em silêncio; não consegue responder. Wagner corre e pega o telefone de sua mão.
- Cláudio?
- Wagner? Que aconteceu? Eu estava falando... A Magda está bem?
- Está. Ela só ficou emocionada demais e não consegue falar agora. Onde você está?
- Na casa da Karen. Eu só liguei pra desejar Feliz Natal pra vocês. Cadê meu pai?
Wagner não responde imediatamente. Olha para Magda e diz:
- Ele... está em Casa Branca...
- A essa hora? Fazendo o quê?
- O pai... foi buscar uma encomenda que chegou hoje de Rio Pardo que ele já estava esperando há dias. Acabaram de ligar do correio.
- Que estranho... Hoje os correios fecharam ao meio-dia.
- Fecharam mesmo... O Bertolli já sabia que meu pai estava esperando essa encomenda e ligou pra ele. Ele foi com o Lopes buscar.
- E por que você não foi pra ele?
- Eu não entendo muito dessas coisas e ele tinha que ver se estava tudo como ele pediu. Achou melhor ir pessoalmente.
- Sei... Bom, eu só liguei mesmo pra desejar Feliz Natal pra todo mundo e dizer que estamos bem aqui também.
- Você vai passar a noite aí?
- Vou. Eu tenho uma novidade. A Karen me vendeu a casa dela.
Wagner se senta no sofá e sorri.
RETORNO AO PARAÍSO – LUCILA
PARTE 13
OBRIGADA E TENHA UM ÓTIMO DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!