RP - SÃO PAULO - PARTE 13
SÃO PAULO
PARTE XIII
Os três guarda-costas se encostam cada um em um pilar e cruzam os braços. Gart encolhe os ombros e entra na casa. Quando vai entrando no escritório o telefone toca. Ele se senta atrás da mesa e atende.
- Hello.
- Hello, Mr. Newman?
Gart reconhece a voz.
- Hi, Wagner?
- Como é que você sabe que sou eu, bolas?
- Ninguém me chama de Mr. Newman e só você sabe que estou aqui. Tudo bem?
- Estou bem. E você?
- Achou seu irmão?
- Achei. Eu preciso do endereço de Lucila Maria Naime. A mãe dele. Eu não trouxe, nem a Linda. Você pode perguntar pro Bartley pra mim?
- Ele acabou de sair daqui e já deixou muita coisa comigo.
- Então passa.
- Tem papel e caneta? Onde você está?
- Num hotel. Eu estou em São Paulo.
- Espera um pouco.
Gart abre a primeira gaveta da mesa e retira dela uma agenda. Abre-a e procura o endereço. Quando acha, volta ao telefone.
- Pronto?
- Pode falar.
- O nome dela você já sabe, Lucila Maria Naime. Aqui diz que o último endereço dela foi... Rua Ajuricaba, essa rua sai da Rua Cerro Corá, no Alto da Lapa. O número é duzentos e vinte e dois.
- Alto da Lapa?
- É...
- Eu pensei que ela estivesse em má situação. O bairro da Lapa é de classe média alta.
- Ela trabalha na casa que fica nesse endereço. Trabalha e mora.
- Trabalha em quê.
- Não sei. Aqui diz emprego e residência.
- Deve ser empregada, então.
- Pode ser. Governanta... Sei lá... Você vai ter que descobrir sozinho. São as únicas informações que o Bartley deixou pra mim.
- Tudo bem. Ajuricaba, que sai da Cerro Corá, Alto da Lapa, duzentos e vinte e dois.
- O que você vai dizer a ela quando encontrá-la?
- Não sei ainda. Eu decido quando chegar lá. Eu sou muito criativo.
- Eu sei que sim, mas vá com calma. Você não sabe o que vai encontrar. Você não tem muito tato com algumas situações.
- Vou fingir que não ouvi. Você não vai me perguntar da Linda?
- Eu sei que ela está bem. Se não estivesse você me diria sem que eu precisasse perguntar.
- Você não está aborrecido comigo, está? Fiquei triste por você ter ido tão cedo pra Inglaterra.
- Não, não estou aborrecido, mas tem gente aqui que está querendo te arrancar o fígado.
- O Teo?
- Ele mesmo.
- Esse cara ainda não foi embora?
- Não. Ele ficou esperando por nós dois. Os rapazes me disseram que ele fica rondando a casa o dia todo, todos os dias.
- Eu sempre achei que ele tinha mais jeito pra cão de guarda do que pra guarda-costas. Você já falou com ele?
- Hoje. Ele não está brincando. Quer se vingar de nós dois por termos levado a Linda pro Brasil. Os rapazes acabaram de tirar a arma dele agora a pouco.
- Revólver? Ele tentou alguma coisa?
- Minha sorte é que aqui tem três guarda-costas protegendo um ex-guarda-costas de outro ex-guarda-costas. Já viu o resultado.
- Eu queria estar aí pra ver isso.
- Nem pense em vir até aqui. Você está muito bem aí onde está.
- Não, agora é sério. Toma cuidado com ele.
- Não se preocupe. Quem está em desvantagem aqui é ele.
- Te cuida... Eu falo sério... Tchau, tio.
- Bye. Good luck.
RETORNO AO PARAÍSO – SÃO PAULO
PARTE 13
OBRIGADA E TENHA UMA ÓTIMA NOITE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!