RP - EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES - PARTE 15
EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES
PARTE 15
Linda entende o que Diana está sentindo e atende seu pedido. Gart está do lado de fora da casa, encostado no carro.
- Você não quer tomar café? Está uma delícia! - Linda pergunta a ele. – Se quiser, eu trago pra você...
Ele apenas balança a cabeça negando.
- Está tudo bem, Gart?
- Está...
Ela resolve não insistir e se volta para Diana que ainda não soltou sua mão.
- Você também tem medo dele? - a menina pergunta a Gart.
- De quem? - ele pergunta, sorrindo.
- Do Salomão. Você nem entrou.
Gart e Linda sorriem um para o outro.
- Já tem muita gente lá dentro e a casa... é bem pequena... Mas não, não tenho medo dele. Você tem?
- Ele é tão esquisito... Eu não gosto de vir aqui. O Wagner também não gosta. Lá em casa, só o Cláudio não tem medo dele.
- Mas não há motivo, diz Linda. – Ele é um velho comum, como qualquer outro.
- Pra mim, não é. Meu avô não tem aquela barba comprida, aquele cabelo desarrumado. E não olha pra gente daquele jeito, como se quisesse... enxergar a gente por dentro. Parece que quer engolir a gente com os olhos. Você não percebeu?
- Não. Eu acho que ele é assim porque vive sozinho aqui. Não tem com quem conversar. Uma pessoa solitária como ele fica esquisita mesmo.
- O Cláudio disse a mesma coisa... mas, mesmo assim, eu ainda tenho medo dele.
Gart olha para a estrada e diz:
- Eles vêm vindo. É melhor chamar o Wagner.
Diana corre até a casa e vai chamar o irmão. Mônica e Wagner se levantam. Ela se aproxima de Salomão.
- Muito obrigada por ter me deixado ficar aqui na sua casa, ela diz segurando sua mão. - Você me ajudou muito. Nunca vou esquecer disso.
O velho esboça um leve sorriso e olha para ela docemente, com seus olhos profundos. Mônica o beija no rosto e o abraça forte. Ele segura sua mão e diz:
- Eu quero lhe dar uma coisa...
Vai até a cama e pega o livro debaixo do travesseiro. Volta-se para perto dela e o coloca em suas mãos.
- Leva com você. Eu já conheço a estória de cor. Não preciso mais dele.
- Mas... e a foto? Você nem tirou de dentro. Não vai querer mais?
- Fique com ela. É de vocês agora...
- De nós? Nós quem?
- Sua e do filho do Leonardo.
- Minha e do Wagner...?
- Sua... e do Cláudio...
- Minha e do Cláudio? Por quê? Quem é ela, Salomão? Eu não acreditei muito no que você disse ontem. Ninguém guarda uma fotografia de alguém que não conhece do jeito que você guardou essa.
Ele olha para Wagner por um instante e responde:
- É minha filha... Ela foi embora daqui a muitos anos. Não sei onde está. Talvez já esteja até morta como Leonardo disse pra ele...
- Pra ele quem?
- Pro filho dela.
Mônica olha para Wagner que também fica surpreso com o que ouve.
- Filho dela? – Wagner pergunta? – Quem? O... Cláudio?
Salomão apenas confirma balançando a cabeça.
- Qual é o nome dela? - ele pergunta, emocionado.
- Lucila... Salomão diz, baixinho.
Wagner se aproxima mais dele para ouvir o nome novamente.
- Como?
- Lucila... Lucila Maria Naime.
- E quanto tempo ao certo faz que ela foi embora? Você lembra?
- Desde que ele nasceu... Vinte... e sete anos...
Wagner sente um arrepio entranho.
- E... por que ela foi embora?
- Você sabe, filho.
Wagner se senta na cama, pois as pernas ficam bambas.
- Ela... Ela é mesmo a mãe do Cláudio?
Salomão não responde. As lágrimas descem pelo seu rosto e a emoção não o deixa falar. Diana aparece na porta e chama de novo:
- Vamos, Wagner! Já está todo mundo aqui.
- Espera lá fora, Diana. Que saco! A gente já vai.
Ele apoia o corpo nos braços cruzados sobre os joelhos e pergunta a Salomão:
- E por que nunca disse isso a ninguém? Por que você nunca disse isso ao Cláudio?
- Pra quê? Só iria atrapalhar a vida do seu irmão.
Mônica se senta ao lado de Wagner, igualmente emocionada.
- Como você sabe que eu sei disso? - Wagner pergunta.
Salomão se senta no banquinho perto da porta e enxuga o rosto.
RETORNO AO PARAÍSO – EXPEDIÇÃO BANDEIRANTES
PARTE 15
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!