RP - EXÍLIO - PARTE 16
EXÍLIO
PARTE 16
Cláudio vai de carro até um hospital que ele já conhece que fica a três minutos do hotel, estaciona diante dele e fica dentro do carro mesmo, por alguns minutos. Olha em volta e procura ver se há algum telefone público próximo. Vê um a dez metros, desce, compra fichas numa banca de jornal e liga para Casa Branca, mais especificamente para a fazenda. Espera falar com Wagner de primeira, mas Gart atende.
- Alô.
Ele estranha o sotaque diferente.
- Gart? Quem está falando?
- É o Gart mesmo.
- As únicas vozes masculinas que eu ouço quando ligo praí são as do meu pai e do Wagner, mas ouvir a sua também é bom. É o Cláudio. Eu preciso falar com meu irmão. Ele está aí?
- Está na cocheira. Está tudo bem com você?
- Podia estar melhor, mas... você me chama ele por favor?
- Espera um momento.
- Tem que ser meio rápido. Eu estou num telefone público.
- Ok. Espera um pouco.
Minutos depois, Wagner atende ao telefone radiante.
- Cláudio!
- Oi, sou eu. Vou falar bem rápido. Eu estou num orelhão.
- Onde?
- Em Campinas.
- Já?! Longe pra burro.
- É... Eu não quis arriscar ficar muito perto da cidade.
- Você deve estar ficando sem gasolina.
- Acertou. E tem outro agravante... A Diana e o Alberto estão aqui comigo.
- Ah, eu sabia! Essa maluca tinha que me aprontar alguma.
- Eu não posso ir até aí levá-los.
- Não pode mesmo.
- Não dá pra você ou alguém vir até aqui buscar os dois?
- Até que dá, só que vou ter que inventar uma desculpa enorme aqui. O Arnaldo está pegando no meu pé. O danadinho é bom policial. Ele deixou dois cães de guarda aqui com a desculpa de que estão procurando por ela e o garoto, mas é mais para o caso de você aparecer. Ele já começou a desconfiar que você levou os dois e principalmente o Alberto. Tem uma Assistente Social que vai levá-lo pra São Paulo hoje.
- Ah, não...
- É sério.
- Bem, de qualquer forma, eu não posso ficar com ele aqui, pior ainda levá-lo comigo. Eu nem sei o que eu vou fazer ainda, os dois só vão me atrasar. Invente uma estória e vem buscar os dois.
Wagner olha para Gart, já de novo a seu lado, e tem uma ideia.
- Ei, acho que tenho um plano. Espera um pouco, mano.
- Eu não posso esperar muito, Wagner. Eu estou no orelhão.
- O Gart pode ir buscar os dois.
Gart confirma.
- Ele conhece a estrada, com tão pouco tempo de Brasil?
- Meu avião está em Vira Copos. Foi ele quem veio dirigindo até Casa Branca e a sinalização na estrada é muito boa até Campinas. Qualquer coisa, ele pergunta.
- Ótimo, resolvido. O nome do hotel é Columbia. Fica no centro da cidade. Rua Altino Arantes.
- Quando você liga novamente?
- Não sei.
- Pra onde você vai amanhã?
- Também não sei, talvez São Paulo, mas eu ligo de onde estiver.
- Ok. Tchau, maninho. Boa sorte.
A ligação cai porque as fichas acabam. Cláudio desliga o telefone.
- Você pode sair agora, Gart? - pergunta Wagner.
- Quando você quiser.
Wagner pega um bloco de anotações perto do telefone e escreve.
- Hotel Columbia, Rua Altino Arantes, no centro de Campinas.
Entrega a folha de papel a ele.
- Eu vou no Aston?
- É o que temos. O carro dele está no estacionamento da Santa Casa.
- Tudo bem, vai dar tudo certo.
- Boa sorte, tio. Te devo mais uma.
Wagner aperta a mão dele e Gart vai para a garagem, saindo da fazenda.
RETORNO AO PARAÍSO – EXÍLIO
PARTE 16
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!