RP - EXÍLIO - PARTE 15
EXÍLIO
PARTE 15
Ao chegarem ao quarto, Cláudio faz os dois entrarem e fecha a porta, encostando-se nela, aliviado. Ergue os olhos e diz:
- Perdão por ter desconfiado de você, Pai... E obrigado, obrigado, obrigado!
Diana sorri por saber que ajudou e se aproxima dele, timidamente.
- Você me perdoa?
Ele olha para irmã e não consegue mais ficar zangado. Sorri também e a abraça forte.
- Meu amor... Você me machucou muito dizendo aquilo do jeito que disse.
- Esquece tudo o que eu falei. Não saiu do meu coração, saiu do estômago. Eu estava com raiva porque você não tinha confiado em mim e escondido que o neném da Mônica era seu. Eu teria ficado feliz do mesmo jeito. Eu gosto da Mônica um bocado.
- Tem um monte de coisa que você não entende ainda, mas fico aliviado por ter sido esse o motivo da sua zanga. Eu também peço desculpas.
Ele segura seu rosto entre as mãos e beija sua testa, depois se volta para Alberto que observa os dois em silêncio, e vai pegá-lo no colo.
- Quer dizer que então você agora é meu filho de mentirinha, é?
- Se a mamãe deixar, eu quero ser de verdade. Você vai pedir, não vai?
- Na primeira oportunidade, se eu a encontrar, eu peço sim, mas... nesse momento, vocês vão ter que voltar pra Casa Branca.
- Ah, não, Cláudio! - Diana protesta.
- Ah, não, uma vírgula. Eu não posso levar vocês agora, Diana.
- Por que não?
Cláudio coloca Alberto sentado numa das camas e se senta ao lado dele.
- A gente não dá trabalho, ela continua. - Podemos até ajudar você. Você viu a mentirinha que eu preguei pra moça? Caiu direitinho.
- Diana, do que eu preciso menos agora é de mentiras. Eu não posso sair pelo Estado, de cidade em cidade, mentindo. O Alberto não é meu filho oficialmente. No momento, ele é um órfão de pai que está sozinho longe da mãe. A polícia deve estar atrás de mim por causa dele.
- Mas você não matou nem roubou ninguém pra ter polícia atrás de você. A gente conta pra eles o que você vai fazer e...
- As coisas não são tão simples assim, Didi, e eu não vou poder ficar te explicando tudo agora. Eu ia ficar aqui só até encher o tanque do carro e depois pegar a estrada novamente, mas agora com vocês aqui...
- São Paulo fica longe daqui? - Alberto pergunta.
- Fica bem longe... Umas duas horas de carro ou menos.
- Então vamos pra lá e procuramos a mãe do Alberto... diz Diana.
- Eu não posso procurar a mãe do Alberto agora, Diana. Tenho muita coisa pra resolver antes, inclusive ligar pra fazenda e pedir pro Wagner ou alguém vir buscar vocês dois...
- Não, Cla!
- Diana, talvez o Alberto não entenda, porque ainda é pequeno, mas você tem que fazer uma forcinha e tentar. O delegado de Casa Branca já deve ter dado pela falta do Alberto na fazenda e deve ter colocado todo mundo atrás de mim por causa dele.
- Eu não tenho medo de polícia.
- Eu também não tinha, até algumas horas atrás... Escutem bem, eu vou ter que descer agora. Vocês dois ficam aqui e não me coloquem o pé pra fora do quarto, entenderam?
- E se alguém bater?
- Não atendam. E ninguém vai bater. Ninguém me conhece aqui. Eu volto já.
- Aonde você vai?
- Telefonar.
- Tem telefone aqui. Telefona daqui mesmo.
- Você não me ouviu dizer pra moça que eu fui chamado pra fazer uma operação? Eu tenho que sair do hotel. Aqui não é hospital. Cuida do Alberto.
- Pode ir sossegado.
- Alberto, cuida da Diana.
- Deixa comigo, o garoto fala, segurando a mão da menina.
- Comportem-se, por favor! Eu não demoro.
Cláudio sorri, beija os dois e sai.
RETORNO AO PARAÍSO – EXÍLIO
PARTE 15
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!