RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 24
IVAN, O TERRÍVEL
PARTE XXIV
Jairo se afasta. Miguel entra no quarto. Mônica, ao vê-lo, se ergue na cama.
- Não se mexa, Mônica. Calma.
- Cadê o Cláudio, Miguel? Onde ele está!
- No consultório dele, acho.
- Eu preciso vê-lo. Eu tenho que falar com ele!
- Seu pai acabou de dizer que vai colocar um policial, aí na porta do quarto. Perca as esperanças...
- Mas não colocou ainda. Ele não pode fazer isso. É um absurdo! Eu vou até lá falar com ele.
Ela vai tentar descer da cama e Miguel a segura.
- Calma! Você ainda está convalescendo de um ferimento de bala, maluquinha. Teu ombro ainda não está legal. Pode abrir o ferimento. Deixa comigo. Eu cuido do Cláudio.
Ela se abraça a ele, chorando, e Miguel vai aos poucos conseguindo quem ela volte a se deitar.
- Pensa no teu bebê. Não faça a besteira de sair dessa cama ainda, por favor.
Mônica chora encostada ao peito dele.
- Ele não pode fazer isso comigo, Miguel...
- Você foi tão valente até agora. Um pouquinho mais de paciência. Por mim. Olha...
Ele a faz olhar para ele e enxuga suas lágrimas.
- Dizem que a vida da pessoa passa a pertencer a quem a salvou e eu salvei sua vida hoje. É uma besteirinha de filme de índio que eu quero cobrar de você agora, ele diz sorrindo nervoso. – Por mim, fica calma. Vai dar tudo certo. Respira fundo.
Mônica obedece e ele beija sua testa.
- Fica aqui. Eu volto com notícias.
Wagner entra no prédio da Santa Casa e vai direto à recepção falar com Leda.
- Oi, Leda, você sabe onde está meu irmão?
- Ele subiu. O seo Jorge e a dona Bárbara acabaram de descer. Eles saíram agorinha. Já devem ter voltado pra casa.
- Você tem ideia de onde o Cláudio está nesse momento?
- Talvez no quarto da Mônica com o doutor Jairo ou no consultório dele... não sei...
- Obrigado, Leda.
Ao subir, ele se encontra com o irmão no corredor.
- Cláudio... Está tudo bem? Pela sua cara...
- Você vai aonde? - ele pergunta, com a serenidade de sempre, mas os olhos estão inchados de chorar.
- Não sei... Eu ia procurar por você, no quarto da Mônica... Ela está bem, não está? A tua cara está me assustando.
- O quarto dela é o cento e dez. Vá até lá e... diz pra ela que fique calma e não tente fazer nada antes... de conseguir falar comigo.
- Você contou tudo pro pai dela?
- Contei...
- Que foi que o doutor Jairo disse?
Cláudio encosta-se à parede e, depois de uma pausa, responde:
- O que eu mais ou menos esperava que ele dissesse... Só que eu não imaginava que doesse tanto ouvir... tudo aquilo de um amigo... Eu vou embora, Wagner.
- Vai o quê?
- Eu vou sair de Casa Branca ainda hoje.
Wagner sorri nervoso.
- Não vai não. Sozinho, não! E a Mônica?
- Eu vou sozinho agora, mas... eu volto pra buscá-la. Ela não pode sair da cama ainda, ela... foi baleada. Está convalescendo.
- Eu fiquei sabendo disso. Que coisa mais punk foi essa? Já sabem quem atirou?
- Não, o Arnaldo vai investigar amanhã, mas...
- Mas o quê?
- Eu tenho quase certeza de que foi a Tânia...
- O quê?!
- Mas eu não posso provar ainda. Nem posso pensar nisso agora. O importante agora é você dizer pra Mônica pra não se afobar. Eu volto.
- Quando você vai?
- Ao amanhecer... Não vou dormir na minha casa. Eu nunca mais quero entrar nela... Vou ver se fico no Cobalto e logo cedo vou pra Quatro Estrelas me despedir da... da minha família.
Cláudio começa a chorar de novo e se abraça a Wagner.
- Eu vou com você...
- Não inventa, ele diz, se afastando do irmão e tentando enxugar as lágrimas.
- E vou... teima Wagner.
- Wagner...
- Eu vou só dar o recado pra Mônica. Meu carro está aí fora. Faça o favor de me esperar, senão eu te deserdo. Você sabe que a grana está comigo, agora, não sabe?
Wagner diz isso apontando o dedo bem perto do rosto de Cláudio que consegue sorrir entre as lágrimas.
RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL
PARTE 24
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!