RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 15
IVAN, O TERRÍVEL
PARTE XV
Minutos depois, já reunidos na mesa, Cláudio pergunta sobre Tânia. Wagner responde:
- Ela mandou dizer pra você que foi pra casa da mãe e vem amanhã com ela.
- Saiu daqui com chuva?
- Não estava chovendo ainda, mas ela deve ter pegado grande parte na estrada. Eu falei pra ela não ir, mas ela quando encasqueta, você sabe...
- Por falar em teimosia, cadê o papai, mãe? - ele pergunta a Magda.
- Já foi se deitar. Ele tem que acordar amanhã cedo.
- Nem domingo esse homem sossega.
- A Diana também já dormiu? Eu nem a vi hoje.
- O Ivan brincou muito com os três, ela, a Elis e o Alberto. Levou todo mundo pro quarto dele e acho que todo mundo dormiu. Até ele. Você sabe que a cama dele é imensa, como ele pediu pra ser. Nela cabem umas dez crianças. Ah, o Alberto se deu super bem com todo mundo, viu, Cláudio?
- Eu até me esqueci dele. Obrigado, Wagner, pela paciência. É bom ser criança. Você não se liga em nada ruim. Nem parece que ele perdeu o pai hoje.
- O que vai acontecer a ele, quando a mãe for encontrada, Cláudio? - Magda pergunta.
- Não sei ainda... O Arnaldo vai decidir.
- É verdade que foi o pai que quebrou o braço do guri? - Guto pergunta.
- Infelizmente foi.
- Esse cara deveria ser linchado em praça pública.
- Isso não ia adiantar de nada, diz Cláudio. – E, de qualquer forma, ele já está morto. É melhor nem comentar mais.
- O Alberto está bem melhor órfão do que com um pai como ele.
- Não sei não, diz Wagner. – Se ele for viver com a mãe em São Paulo, a coisa vai estar igual ou pior. A vida lá não é fácil, nem quando você tem condições de vida.
- Ela tem mais filhos? - Sandra pergunta.
- Cinco... meninas...
- Nossa mãe!
- Eu não sei o que esse pessoal tem na cabeça, diz Beto.
- Eu sei, Wagner responde, rindo. - Só que não posso falar aqui na mesa. Guto, me passa a jarra d´água, por favor.
Guto faz o que ele pede e Cláudio diz, erguendo-se:
- Bem, acho que eu vou andando.
- Mas você volta, ainda hoje, não volta? - Magda pergunta.
- Não sei, Magda. Se a Tânia estivesse aqui, eu voltaria, mas eu tenho muita coisa pra fazer em Casa Branca hoje. Acho que, com certeza, volto só amanhã.
Mônica também se levanta.
- Você também vai, filha? - Magda pergunta.
- Eu avisei meu pai onde estaria, mas não avisei que ficaria aqui. Ele voltou de viajem hoje e eu estou com o carro dele. Amanhã, ele fica sem condução pra vir.
- Aproveita a carona, Cláudio, diz Wagner. – A Tânia levou o seu carro.
Cláudio olha para Mônica que sorri e diz:
- Vamos...
- Até amanhã a todos, então.
- Parabéns aos dois de novo... pelo... bebê! - Leo fala em voz alta e com segundas intenções.
- Obrigado, Leo, Cláudio responde, percebendo a ironia em seu tom de voz. – Tchau.
- Tchau, respondem todos.
Beto e Leo trocam um olhar significativo. Wagner vai levar os dois até o carro.
- Eu quero te pedir uma coisa, Wagner, diz Cláudio.
- O quê?
- Não se envolva mais com o nosso problema. A gente vai resolver tudo amanhã.
- Na festa da Elisinha? Mas, Cláudio...
- O máximo que a gente pode esperar é até a noite, mas na segunda feira não estaremos mais aqui.
- E pra onde vocês vão?
- Qualquer lugar. Qualquer cidade aqui perto de Casa Branca mesmo. Eu não quero perder o caso do Alberto de vista. Já falei com a Bárbara e ela vai levar ele pro orfanato, amanhã, depois da festa da Elis. Eu vou procurar a mãe dele pessoalmente, em São Paulo. Vou falar com o Arnaldo, amanhã. Depois que eu encontrar a mãe dele lá, eu peço permissão pra ela pra ficar como ele definitivamente. Acho que não vai fazer muita diferença pra ela deixar o filho com quem quer que seja, já que ela o deixou com o marido que batia nela e nas filhas.
- E o velho? E o papai, Cláudio?
Cláudio olha para Mônica e segura sua mão.
- Deixa ele comigo. Eu quero, eu mesmo, falar com ele.
- Está certo, ele diz, desanimado e triste.
Cláudio o abraça e beija o alto de sua cabeça.
- Não fica com essa cara, rapaz. Vai dar tudo certo, se Deus quiser. Tchau...
Wagner beija o rosto do irmão.
- Tchau, até amanhã.
Mônica se aproxima dele e o beija também.
- Você me perdoa?
- Não te perdôo... se você não me deixar batizar minha sobrinha...
Eles se abraçam longamente.
- Eu te amo, cunhadinha. Tchau... Juízo...
Ela se afasta dele, sem conseguir falar mais e vai para o carro.
RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL
PARTE 15
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!