RP - IVAN, O TERRÍVEL - PARTE 6
IVAN, O TERRÍVEL
PARTE VI
Tânia chega com Lopes mais tarde e Wagner desce da varanda da casa e se aproxima da caminhonete. Ela desce do veículo e pergunta a ele:
- Onde está meu marido?
Wagner a ignora e se dirige ao administrador:
- Cadê o médico, Lopes?
- Não consegui falar com nenhum dos dois, Wagner, diz Lopes, nervoso, mas muito contido.
- Fica calmo, deixa a caminhonete aí que o Chico guarda na garagem depois. Seu filho ainda não nasceu, não. Não fica assustado. Pode ir pra casa.
Lopes se afasta, correndo, e Wagner se volta para Tânia.
- Boa tarde pra você também, Tânia.
- Boa tarde, ela responde seca. - Eu perguntei onde está meu marido.
- Seu marido estava ocupado agora a pouco e agora vai ficar mais ainda, porque vai ter que fazer um parto. Ele está lá na casa do Lopes e talvez não volte tão cedo.
- Tem alguém na casa grande?
- Tem. O Ivan, a Diana, a Elis, a Matilde, o Alberto e eu. Meu pai deve estar no pasto cuidando do gado.
- Magda também está na casa do Lopes?
- Positivo. Quer ir até lá? Eu te levo.
- Não... Eu prefiro ficar aqui mesmo.
Ela entra na casa. Wagner vai ele mesmo colocar a caminhonete na garagem e entra em seguida. Ivan está sentado no tapete da sala com as netas e Alberto, brincando de adivinhas.
Ao ver Tânia, ele cumprimenta:
- Como vai, querida neta?
- Oi, Ivan. Tudo bem?
- Quer se juntar a nós?
- Não, muito obrigada.
Ela vai para a cozinha ficar com Matilde.
Ao chegar em sua casa, Lopes encontra Cláudio saindo.
- E aí, doutor?
- Calma, fica calmo. É pra hoje, mas não é pra agora. Ela está até na cozinha, fazendo café. Cadê o Júlio?
- Não estava no hospital. Foi atender um parto nos limites da cidade.
- E o Miguel? Ele disse que ia trabalhar hoje até as onze.
- Ele estava lá, mas tinha acabado de entrar na sala de parto. Não sabiam a que horas ele ia sair. Sobrou pro senhor.
Cláudio respira fundo e diz:
- Eu vou ligar pra Santa Casa e pedir pra ficarem de sobreaviso esperando pela Carolina e o bebê mais tarde. Se fosse por mim, ela já ia agora.
- Tem algum perigo?
- Não sei, Lopes, eu não sou obstetra. No hospital há mais segurança pro caso de haver algum, não é?
- O senhor fez o parto da Elisinha...
- Foi uma emergência. Foi durante a noite, a cidade estava muito distante daqui, a Magda não quis arriscar ir até lá, nem meu pai... e a Elis estava com pressa...
- Mas a menina está aí e bem de saúde. E o senhor não era nem formado ainda, doutor. E eu sei que meu filho vai nascer bem e aqui. Jesus Cristo nasceu num estábulo. Nós não estamos muito longe de um. Por que meu menino não pode nascer numa casa de tijolos?
- É... A religião sempre foi a maior rival da medicina, sabia? Não sei nem por que, se dizem que o médico dos médicos é justamente Jesus... Está certo. Mas eu vou levar os dois pra lá imediatamente depois que o bebê nascer. E isso é fato.
- O senhor manda, doutor.
- Que piada... Eu mando... Sei...
- A dona Tânia já está lá na casa grande.
- Obrigado, Lopes.
RETORNO AO PARAÍSO – IVAN, O TERRÍVEL
PARTE 6
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!