RP - ALBERTO - PARTE 15
ALBERTO
PARTE 15
Cláudio fica olhando para Mônica, desconfiado. Ela sorri e não consegue encará-lo.
- Tinha beijo nessa brincadeira? – ele pergunta.
Mônica une as duas mãos sobre a barriga e cruza os dedos, sorrindo, sem responder.
- Tinha ou não? - ele insiste.
- Cláudio, a gente tinha doze e nove anos...
- Não pergunto por você, mas por ele. Com doze anos, o Wagner já era da pá virada.
- Ele me beijou uma vez...
- Cachorro! - Cláudio diz, afastando-se do carro e olhando para o irmão, com as mãos na cintura.
- No rosto! Ele morria de medo do papai. Nunca foi além disso.
- Que bom... Fico mais tranquilo. Ele morre de medo do seu pai até hoje.
- E você?
Ele fica em silêncio e volta a encostar-se ao carro.
- Eu o respeito muito... mesmo agora... não adianta nada ter medo. Eu amo demais a pessoa que ele mais ama no mundo. Só queria que ele entendesse que a única coisa que eu quero pra você é o mesmo que ele quer. Sua felicidade.
Mônica olha para o chão e novamente para Wagner.
- Eu vou pra casa, ela diz. - Ele chega hoje à noite e eu quero estar lá para recebê-lo...
Mônica olha para ele.
- Tchau... Só não vou te beijar aqui porque o Alberto pode ver e não entender nada. O que a gente vai fazer amanhã?
Cláudio pega a mão dela.
- O Miguel passou por aqui.
- Mesmo? Falou com você?
- Falou com o Wagner. Entre outras coisas... ele disse que não vai estar aqui pro casamento na segunda.
- Sério?
- Isso quer dizer que a gente não tem que fugir mais, amanhã.
- Fico feliz, mas ele está bem?
- Não aposto nisso, mas ele tem alternativas bem melhores do que ficar aqui curtindo dor de cotovelo por sua causa. Disse que está de férias a partir de segunda. Vai pro Rio de Janeiro.
- Eu sinto muito por ele. Gosto demais do Miguel.
- Eu também... Vai pra fazenda amanhã?
- Amanhã...? Pra quê?
- A Magda pediu pra convidar os Telles pro aniversário da Elis. Vai com seu pai.
- Você acha que eu devo ir? Eu não tenho nenhuma vontade de ficar no mesmo ambiente que a Tânia.
- Somos dois... mas é minha família. Eu vou ter que estar lá e, se eu vou...
- Eu vou com o papai.
- Até amanhã, então. Eu te amo...
Eles se dão as mãos e ele beija sua testa. Mônica se afasta.
Cláudio fica olhando enquanto ela se afasta e entra no carro. Toca a buzina chamando por Wagner. Ele e Alberto vêm correndo para perto do carro, suados e cansados.
- Eu estou com fome! Não almocei ainda, sabia? - grita Wagner. – Cadê a Mônica?
- Foi embora.
Wagner abre a porta do carro para que Alberto entre e sente no banco de trás e entra na frente, colocando os pés sobre o banco do carro, abanando-se pelo calor.
- Tira os pés do banco do meu carro, Wagner! - fala Cláudio. – Você vai ter que lavar depois.
- Qualquer quinhentinho resolve o problema. Eu e o Alberto rachamos em dois e deixamos o carro brilhando como se viesse da Mercedes Bens, hoje. Fechamos negócio?
- Cala a boca. Você já falou demais hoje... diz Cláudio, colocando o carro em movimento.
Alberto ri se divertindo.
RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO
PARTE 15
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!