RP - ALBERTO - PARTE 11
ALBERTO
PARTE 11
Tânia sobe e é informada em que quarto Mônica está. Descobre o número e vai até lá. Ao entrar no quarto, vê Mônica sentada junto da cama em que Alberto dorme, com uma mão dele na sua. Mônica olha para a porta, ao ouvi-la se abrir e, ao ver Tânia, se levanta lentamente, apreensiva.
- Tânia?
Tânia olha para ela, muito séria, e olha para o menino.
- Eu pensei que meu tio estivesse aqui, ela disfarça.
- Papai está em Campinas. Volta hoje à noite.
- Sei... Você está bem?
- Estou.
- Quem é o garoto? É aquele que o Cláudio protege?
- Ele mesmo. Acabou de dormir. Estava muito assustado e cansado...
- Você cuida dele pro Cláudio?
- Não... Eu cuido dele, porque gosto muito dele. É um garoto muito doce.
- Sei... Já está preparada pro seu casamento, na segunda?
Mônica não responde. Olha para Alberto.
- Você não tem resposta, não é? De qualquer forma, desejo felicidades a você e ao doutor Miguel. Se quiser meu vestido de noiva emprestado... Ah, mas acho que ele não serviria. Você tem engordado um pouquinho. Eu era virgem quando me casei com o Cláudio, mesmo sendo um pouquinho mais velha que você.
Tânia percebe que deixou Mônica constrangida e sorri sutilmente.
- Tchau, priminha. Beije tio Jairo por mim.
Ela sai. Mônica se senta novamente e encosta a cabeça na beira da cama, chorando baixinho, tremendo ainda e tenta respirar para se refazer do susto.
Em frente à casa de Francisco há um aglomerado de pessoas, tanto fora como dentro do quintal e da própria casa. Arnaldo, Cláudio e Wagner e mais dois policiais abrem caminho, no meio de toda aquela confusão e alguém fala:
- Ele está morto lá dentro, doutor.
Arnaldo pede para Cláudio e Wagner esperarem no quintal e se apressa a entrar na casa. De fato, Francisco está caído de bruços perto da porta da pequena cozinha.
- Dá uma ajuda aqui, Cláudio? - Arnaldo pede.
Ele se aproxima e se abaixa perto do corpo do homem para sentir seu pulso.
- Deve estar morto há mais de seis horas.
- Tem uma faca debaixo dele, doutor Cláudio, diz uma mulher, na porta.
Arnaldo vira o corpo com a ajuda de Cláudio e eles realmente vêem a faca cravada na barriga ensanguentada de Francisco. Arnaldo encosta o nariz próximo à boca do morto e diz:
- Ele deve ter corrido atrás do filho e caiu com a faca na mão. Estava bêbado.
O delegado entra na cozinha e encontra, jogadas dentro da pia, sobre a mesa e no chão, outras garrafas de bebida vazias.
- Não há dúvida. As provas estão aí. Eu vou pedir à perícia que venha. Não mexa mais no corpo, Cláudio. Não há mais nada a fazer. O Instituto Médico Legal cuida dele agora.
- E o menino?
- Eu vou arrumar um documento que lhe dê diretos sobre ele até encontrarmos a mãe em São Paulo.
Wagner e Cláudio voltam para o hospital e, ao passar pela recepção, Ana Luísa o chama:
- Doutor Cláudio!
- Que foi, Ana?
- Sua esposa acabou de sair daqui, não faz nem quinze minutos. Mais um pouco e vocês se encontravam.
- A Tânia esteve aqui?
- Esteve, procurando primeiro pelo douto Jairo que está no congresso de Cardiologia. Depois ela subiu pra falar com a prima sobre o casamento. Eu não sabia que a Mônica ia casar na segunda. Doutor Jairo nem disse nada pra gente.
Cláudio sente o coração gelar e olha para Wagner que encosta-se ao balcão e apoia a cabeça na mão.
- Ana, ela... subiu pra falar com a Mônica?
- Foi, mas já desceu e saiu, faz pouquinho tempo.
- Obrigado por avisar...
Ele sobe correndo e Wagner atrás dele.
Ao entrarem no quarto, Mônica ainda está no mesmo lugar, com a cabeça sobre o braço apoiado na cama e o menino ainda dorme. Cláudio se aproxima dela apreensivo e toca seu ombro.
- Mônica?
Ela levanta a cabeça e, ao vê-lo, se ergue, abraçando-se a ele. Cláudio a abraça também.
- O que foi, meu anjo?
- Ela esteve aqui...
- A Tânia?
- É... a voz dela quase não sai. - Faz uma meia hora. Logo depois que vocês saíram.
- Você está bem? Está tremendo. Ela... fez alguma coisa com você? Te agrediu?
Mônica só consegue negar, balançando a cabeça. Cláudio a faz sentar-se de novo. Ela enxuga o rosto, com as mãos trêmulas.
Wagner vai pegar um copo de água para ela no bebedouro no corredor e lhe entrega. Cláudio a segura pelos ombros e a faz olhar nos olhos dele.
- Você está bem mesmo? Não está sentindo nada? E o bebê?
- Não. Está tudo bem. Eu sou mais forte do que pensava. Foi só o susto, ela diz, bebendo a água, com um leve sorriso. - Como é que foi lá? O pai do Alberto estava?
Alberto começa a acordar e abre os olhinhos apertados de sono.
RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO
PARTE 11
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!