RP - ALBERTO - PARTE 6
ALBERTO
PARTE 6
Wagner se senta ao pé da bomba de gasolina, colocando as mãos na cabeça.
- Ah, meu Deus, minha moto... Acho que ela era minha moto...
Antônio aproxima-se dele, rindo.
- Era o seo Ivan, não era?
- Deu pra perceber? Ele levou minha moto e deixou o carro... sem as chaves.
- Pode ser que ele tenha ido só dar uma volta pela cidade.
- Uma volta de uma hora? Ele foi pra fazenda...
- Quando ele se lembrar disso, ele volta.
- Mas ele não se lembrava nem que foi ele que me deu a moto! Eu vou ter que ir a pé até a casa do Cláudio novamente e pedir o carro dele emprestado pra voltar pra casa.
- Eu posso te emprestar o meu.
- Não, deixa. Não é tão longe assim. Se o Ivan voltar, chama a polícia e prenda-o por roubo.
- Sério?
- Claro que não... Esquece.
Wagner paga a gasolina que mandou colocar na moto e a que foi colocada no carro de Ivan, depois segue a pé na direção da casa de Cláudio novamente. No caminho, ele encontra-se com Mônica dirigindo o carro do pai. Ela para o carro ao reconhecê-lo e ele também para. Ela baixa o vidro da janela e coloca a cabeça para fora.
- Oi. Acho que conheço você de algum lugar... ela brinca.
Ele se aproxima.
- Oi, Mônica. Tudo bem?
- Que bom te ver de novo. Você está a pé? O que aconteceu?
- Legal ter te encontrado. Eu preciso mesmo falar com você.
- Entra aí. Pra onde você vai?
- Eu ia pra fazenda, mas o Ivan roubou minha moto.
- O quê? Como assim? O Ivan fez o quê? Ele voltou?
- É uma longa história.
Ele entra no carro e eles trocam um beijo.
- Ele voltou e já voltou aprontando. Se apaixonou pela minha moto, que ele mesmo me deu, pediu pra ir com ela pra fazenda e me deixou com o carro dele... sem as chaves.
Ela ri.
- Que bom que ele continua o mesmo.
Wagner olha para ela. Ela está vestindo uma batinha de gravidez e ele observa:
- Você está muito bonita...
Mônica sorri encabulada.
- Obrigada. É bom te ver de novo também.
Ela coloca o carro em movimento.
- De onde você está vindo? - ele pergunta.
- Do orfanato. Fui procurar o Cláudio. Telefonei pra casa dele e ninguém atendeu. Imaginei que ele estivesse no Desterro. Não estava também.
- Ele está em casa, sim.
- Está?
- Eu acabei de sair de lá. A Tânia estava controlando o telefone.
- Entendi... ela diz, com um suspiro.
- Vocês moram na mesma rua... Vou fazer uma pergunta idiota que talvez eu já saiba a resposta... Se você tem coragem de ligar pro sobrado, por que não vai direto lá?
- Eu tenho medo de ser atendida por ela. A Tânia me odeia, você deve fazer uma ideia. E é até vergonhoso dizer, mas... eu telefono pra lá... e quando ela atende eu desligo.
Ele fica em silêncio e ela para o carro na frente da matriz. Coloca as mãos sobre a barriga e começa a chorar. Wagner coloca o braço em volta do ombro dela e a atrai para perto de si.
- Se você quiser, eu dou um jeito de você e o meu irmão se encontrarem.
- Jeito? Do que você está falando?
- Eu já sei de tudo. Ele me contou.
- Eu tinha uma ideia de que ele ia fazer isso, ela diz. - Eu não suporto mais isso, Wagner. Quero te pedir desculpas pelo susto que eu te fiz passar, mas... eu nunca quis te prejudicar...
- Calma... Fica calma. Não pensa mais nisso.
Mônica se afasta dele e enxuga o rosto.
RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO
PARTE 6
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!
BOA PÁSCOA COM JESUS!