RP - ALBERTO - PARTE 1

RETORNO AO PARAÍSO

ALBERTO

PARTE 1

CASA BRANCA

Já no centro da cidade, Wagner se separa de Gart e Linda, deixando-os na praça da matriz e segue pela Luís Gama, rumo à casa de Cláudio. Estaciona a moto no meio fio, diante da casa dele e olha para a casa de Mônica, do outro lado da rua.

Sente vontade de vê-la, depois que ficou sabendo que ela não é mais um problema dele e sim do irmão. Mas imagina que ela não deva estar em casa e pensa que, uma coisa de cada vez, seja o melhor caminho a seguir.

O portão da casa de Cláudio nunca fica trancado e ele consegue entrar com facilidade. O sobrado é um dos mais bonitos da rua. Não é muito grande, mas há muitas flores, num pequeno canteiro e nas sacadas das janelas. Wagner sempre o chamou de casa de bonecas. Jorge e Bárbara deram de presente para o casal, quando se casaram, por ficar bem ao lado da casa deles e, como a filha não era muito ligada em cozinha, Gina, a empregada de Bárbara, cuida também da limpeza do sobrado e das refeições do casal.

Wagner entra pelos fundos da casa e bate na porta da cozinha. Gina vem atender.

- Oi, Wagner! Bom dia!

- Bom dia, Gina. O Cláudio está?

- Está sim, entre.

Wagner entra.

- Só que ele está dormindo ainda.

- Dormindo? O Cláudio? São... dez da manhã... Não é possível. Ele está doente?

Ela sorri.

- Acho que não, mas ele e dona Tânia não desceram ainda.

- Mas ele não foi pro hospital.

- Não, hoje ele não foi trabalhar. Eles jantaram fora ontem à noite, chegaram mais ou menos umas oito, subiram e não saíram do quarto ainda. Pelo menos é o que está escrito no bilhete que a dona Tânia deixou pra mim hoje. Pra eu fazer tudo que tem que ser feito aqui na cozinha e que não quer se incomodada.

- Eles estão... juntos no quarto?

Gina sorri sem jeito.

- Isso é tão estranho assim? Eles são um casal, não é o que os casais fazem?

- Pra mim é... ele diz em voz muito baixa, indo para a sala.

- Como? - Gina pergunta, indo atrás dele. – Wagner, por favor... A dona Tânia não gosta que ninguém entre na casa, quando eles estão dormindo.

- Eu sou irmão do dono da casa, Gina.

- Mas...

- Fica tranquila.

Ele sabe que há uma extensão na casa e pega o telefone.

- Não faz isso, Wagner, eu vou ser despedida!

- Você é empregada do Jorge, não do Cláudio e muito menos da Tânia. Você podia trazer um cafezinho pra mim, por favor?

Gina não se move. Apenas deixa cair os ombros. Wagner interfona para o quarto do casal, mas depois de vários toques, ninguém atende. Ele se senta numa poltrona e continua esperando, ainda com o telefone no ouvido.

- Você vai acordar os dois, Wagner... ela diz aflita. – Desliga. A dona Tânia vai ficar uma fera comigo.

- Ô, soninho pesado... Mas um dia alguém vai ter que acordar... Se não acordar, eu subo.

- Wagner... pelo amor de Deus! Volta mais tarde, eu aviso ao seu irmão que você veio e...

Ele coloca o dedo indicador sobre os lábios, pedindo silêncio.

- E o meu café, cadê?

- Sinto muito, mas não vou trazer café nenhum pra você, ela diz, colocando a mão sobre o gancho e desligando o telefone.

Wagner coloca o aparelho no lugar e, com calma, se levanta, indo para a escada.

RETORNO AO PARAÍSO – ALBERTO

PARTE 1

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

E QUE ELE ILUMINE NOSSA PÁSCOA!

Velucy
Enviado por Velucy em 30/03/2018
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