RP - ORLEANS - PARTE 20
ORLEANS*
PARTE 20
Wagner olha para Linda e ergue as sobrancelhas.
- Gart, se você quiser saber a cor da cueca que eu estou usando agora, pergunta pra Linda. Ela sabe tudo sobre mim.
- Exagerado, ela diz, sorrindo e corando.
- É isso mesmo. Ele nasceu em trinta de outubro. Vai fazer dois meses no dia trinta. Como minha irmãzinha Elis ainda não tinha um, meu pai já deu ele pra ela.
- E sua madrasta, não tem?
- Não monta, mas tem. Ela morre de medo de cavalo. Essa égua é dela. Meu pai deu pra ela logo que se casaram, mas ela não monta nem amarrada. Depois do Diamante, que é o pai do potrinho, é o animal mais manso que meu pai tem. Todos são. O único que é mais arisco é o do meu pai. E só ele monta também.
Wagner vai acariciar Diamante.
- Você está com saudades do seu dono, não é, bonitão?
- Como fazem pra ele se exercitar? - Gart pergunta. – Acredito que seu irmão não deva vir muito aqui para montar nele, já que mora na cidade e é médico...
- Você tem razão, mas todo dia alguém solta ele e deixa ele correr pelo pasto livre. Ele se exercita com os outros cavalos. Ele gostava de correr ao lado da Selena, a mãe do potrinho, a gente percebeu que era namoro e não deu outra...
- E o bebê já tem nome? - Linda pergunta.
- Não, meu pai quer que a Elis escolha. Vai vir quando der na telha dela escolher. Ela tem só quatro anos, já viram. Vamos tomar café? Estou morrendo de fome e minha mãe deve estar cansada de esperar.
- Wagner, nós queríamos dar uma volta pela cidade depois. Seria possível? - Linda pergunta.
- Claro, quando quiserem. Só que... vocês se importam se eu não for? Eu tenho um assunto pra tratar com meu irmão e vou até a casa dele depois do café...
- Não, claro que não.
- Então, vocês pegam meu carro. Eu vou de moto, ok?
- Ótimo.
Depois do café, Wagner sai com os dois. Na entrada da fazenda, cruzam com Leonardo, Lopes e Robério voltando do pasto e param para falar com eles.
- Bom dia, pai.
- Bom dia aos três. Vão à cidade de novo?
- Eu vou na casa do Cláudio, eles vão dar um giro por Casa Branca.
- Será que seu irmão está em casa?
- Vou arriscar. Se não estiver, a cidade é pequena, eu faço uma busca por todos os hospitais. Em algum ele tem que estar, ele diz, sorrindo.
Leonardo também sorri.
- Mande um abraço meu pra ele. Bom passeio.
- Tchau, pai. Tchau, meninos.
A moto se afasta barulhenta, seguida do Peugeot. Leonardo olha para Lopes e diz:
- Esqueci de perguntar pra ele... Que carro diferente é aquele que está na garagem? Aquilo é um Aston Martin londrino, não é? Pelo menos tem chapa de Londres...
- É, sim, senhor, Lopes responde. – Veio com ele de Londres.
- É um carro muito bonito...
Eles ficam em silêncio e vão até a casa grande. Na frente da casa, Leonardo desce do cavalo.
- Até depois do almoço.
- Até, seo Leonardo.
Lopes e os outros peões tomam a direção de suas casas que ficam todas próximas da casa grande, não muito longe dali.
Leonardo leva o cavalo até a cocheira e lhe tira os arreios, colocando-o perto do cocho para que se alimente e beba água, depois vai até a garagem e fica olhando para o carro inglês estacionado dentro dela. Magda tinha ouvido sua voz, quando ele chegou, mas quando não o viu entrar, vai atrás dele na garagem. Quando o vê olhando para o carro, chega perto dele e pega sua mão. Leonardo beija a mulher.
- Bonito, não? - ela diz.
- É... muito bonito. Você sabe por que ele está aqui?
- O Wagner o trouxe de Londres... não é?
- É... mas acho que não é só isso. Meu filho é um milionário, Magda, diz ele em tom amargo.
- Milionário?
- É herdeiro do bisavô.
- Senhora das Dores! E o que isso quer dizer, Leonardo?
- Quer dizer... que essa fazenda é dele também.
- Jesus... ela diz, num sussurro, apertando a mão dele.
RETORNO AO PARAÍSO – ORLEANS
PARTE 20
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!
ABENÇOADA PÁSCOA COM JESUS NO CORAÇÃO!