RP - ORLEANS - PARTE 19
ORLEANS*
PARTE 19
Na manhã seguinte, Wagner acorda muito bem humorado e, muito diferente de seu costume, desce do quarto às nove e meia da manhã. Magda até estranha que ele faça isso em pleno sábado.
- Bom dia, mãe, ele diz, beijando seu rosto.
- Bom dia! Será que é verdade o que eu vejo? Você, de pé, às nove e meia da manhã, num sábado lindo como o de hoje?
- Por isso mesmo. Um sábado lindo é pra se curtir inteiro. Já tem café?
- Desde as sete. Seu pai já tomou e já saiu. Só faltava você descer. Gart e a moça disseram que querem tomar café junto com você.
- Onde eles estão?
- Lá fora, na cocheira.
- Eu vou chamar os dois.
Diana vem descendo as escadas e estaca ao ver o irmão e ele também para ao vê-la. Ela grita:
- Mãe, quem é esse garoto?!
Wagner sorri e Magda vem da cozinha saber do que ela fala:
- Ora, Diana, pare de brincadeira. É seu irmão, não conhece mais? - Magda fala, voltando para dentro da cozinha.
- Ele não acorda a essa hora no sábado.
Ela termina de descer as escadas devagar.
- Bom dia, Didi, ele diz, beijando-a no rosto.
- Bom dia. Você está doente?
- Bobona, claro que não. É que eu tenho umas coisas muito importantes pra fazer hoje.
- Posso saber o quê?
- Não, é coisa de gente grande.
- Lá vem essa conversa de novo.
- Você já tomou café?
- Já, junto com o papai.
- Então quem vai tomar agora, sou eu. Tchau, ele diz, indo para a porta.
- Você vai tomar café lá fora?
- Não, vou chamar os meus amigos, tontinha.
Wagner sai e vai até a cocheira, onde Gart e Linda estão admirando os cavalos da fazenda.
- Bom dia! Gostam de cavalos?
- Bom dia, diz Linda. – Seu pai tem animais muito lindos.
- Cada um deles tem um dono na casa. O do meu pai fica sempre lá perto da casa. É o castanho que vocês devem ter visto quando saíram. Esse é o da Diana.
O cavalo que Wagner mostra, e que está sendo carinhosamente acariciado por Linda, tem pintas marrons com fundo branco.
- Ela sabe montar?
- Melhor que eu. A Diana monta desde os oito anos. É um demônio em cima de um cavalo. O nome dele é Ferrugem.
- E aquele branco? - Gart pergunta.
- Do Cláudio, Diamante.
- Que nome lindo! Ele também é um belo animal.
- Ele tinha um, igual ao do papai, mas o coitadinho morreu, ou melhor, teve que ser sacrificado. Quebrou a perna, quando levou um susto ao ver uma cascavel aqui na cocheira. Matou a cobra, mas quebrou a perna. O Cláudio tinha quinze anos, ficou doente e tudo. Não quis saber mais de nenhum outro cavalo. Papai fez de tudo pra ele aceitar outro, mas nada. Quando ele passou no vestibular de medicina, o velho comprou o Diamante, sem ele saber, e deu pra ele de presente de formatura junto com o carro. Quando ele viu o cavalo foi amor à primeira vista, não pôde recusar. Ainda mais pelo branco perfeito dele e pela beleza que ele tem. Não tinha nem um ano quando veio pra cá. É o cavalo mais tranquilo na fazenda, mas inexplicavelmente, só o Cláudio consegue montá-lo.
- E o seu?
- O Lopes anda e trabalha com ele na fazenda. Vocês já viram o potrinho?
Wagner leva os dois para o canto mais escondido da cocheira, onde está um potrinho de dias ao lado da mãe.
- Que gracinha! - diz Linda. – Eu posso tocá-lo?
- Acho melhor não. Ele acabou de nascer e a mãe dele é ciumenta pra caramba. Não tem nem dois meses. Nasceu no dia do meu aniversário. Que piada não?
- Quando?
- Trinta de outubro, Linda responde.
Wagner olha para ela e ergue as sobrancelhas.
RETORNO AO PARAÍSO – ORLEANS
PARTE 19
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!
ABENÇOADA PÁSCOA: MOTIVO... JESUS CRISTO!