RP - ULTRASSOM - PARTE 16

ULTRASSOM

PARTE XVI

Miguel encosta-se à cadeira e passa as mãos pelo rosto.

- Eu não vou fazer você mudar de ideia, vou?

Ela balança a cabeça negando.

- Pena que aquele cabeça dura do Cláudio não quer nem olhar pra minha cara, senão eu falaria com ele. Isso é loucura. Como é que você sair daqui fugida, grávida? Ele vai acabar matando o outro filho também.

- Não fala assim! Ele não foi responsável pela morte do bebê da Tânia.

- Sinto dizer que ajudou bastante.

- Cala essa boca, ou eu nunca mais falo com você também. Motivo de sobra eu tenho. Você foi o principal responsável por essa precipitação toda. Se você não pode ajudar, não complica mais.

- Ok, já parei. Desculpa. Eu vou subir e preparar a sala pra fazer o teu ultrassom. O que você está comendo?

- Quase nada. Salada de legumes.

- Então para. Suba também e vai se preparando. Espera no consultório do Cláudio. Aproveita que ele ainda não chegou.

- Aonde ele foi?

- Deve estar na fazenda do pai. Fiquei sabendo que o Wagner voltou.

- Sério? Que bom!

Ele se levanta e se afasta.

- Sobe logo... antes que eu me arrependa.

Minutos depois, Mônica está no consultório de Miguel, preparada para seu segundo ultrassom.

- Pronta? - ele pergunta.

- Sim... Obrigada.

Ele passa sobre a barriga dela o líquido que vai facilitar a operação, depois começa a deslizar o aparelho sobre a barriga dela e as imagens do feto começam a aparecer no monitor. Mônica sente as lágrimas correrem no rosto ao ver o filho se movendo dentro dela.

- Queria tanto que o Cláudio estivesse aqui...

- A gente pode gravar, depois ele vê.

- Não é a mesma coisa... Você já consegue ver alguma coisa?

- Espera...

Miguel observa por mais alguns segundos e sorri.

- O que foi? - ela pergunta.

- Acho que não vai ser difícil. Você tem preferência?

- Não, mas eu sinto que é menina.

- Olha você mesma. Você já viu vários. Consegue reconhecer?

Mônica volta a olhar para o monitor e sorri também, chorando mais ainda.

- Minha filha... É uma menina, não é?

- É sim... uma menininha e não está querendo se esconder. Embora... ela esteja bem apertadinha nessa barriga minúscula. Você não está engordando muito.

- Obrigada, Miguel...

- Seria tão mais simples se a gente se casasse... Eu podia fazer vocês duas muito felizes.

- Miguel...

- Ele não pode nem se casar com você, Mônica. Não vai poder te dar um nome. Você vai viver uma vida irregular por muito tempo. Pra ele poder se casar com você, a Tânia vai ter que dar o desquite pra ele, a menos que ela morra de morte natural, porque se ela se matar...

- Para de falar essas coisas!

- Eu tenho vontade de avisar seu pai do que vocês vão fazer.

- Você não faria isso...

- Claro que não. Prefiro ver você feliz com ele, do que infeliz do meu lado. Mas daqui alguns anos, você vai perceber o quanto é importante ter uma vida certinha, regular, estável, ainda mais com filho...

Mônica olha novamente para o monitor e pensa naquilo, mas a visão da filha a faz esquecer de tudo.

- Eu não me importo com isso... desde que ele esteja comigo... com a gente...

A porta se abre e Cláudio entra por ela. Ele olha para Miguel com certa raiva, mas quando se volta para o monitor, tudo se dissipa dentro dele. Aproxima-se de Mônica lentamente e pega sua mão, sem tirar os olhos do monitor.

- Parabéns, papai. É uma menininha, Miguel diz.

Cláudio nem o ouve, aproxima o rosto do de Mônica e a beija com carinho.

- Está feliz? - ela pergunta.

- Eu já estava...

Ele a beija de novo demoradamente, depois olha para o amigo.

- Obrigado...

- Por nada... Só te peço que tome cuidado com elas. Com as duas. Não faça nada precipitado. Você tem duas vidas preciosas nas mãos, depois que sair daqui do jeito que vocês pensam em sair.

- E você acha que eu não sei disso?

- Olha... eu tenho uma proposta pra fazer a vocês...

- Que proposta?

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 16

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 21/03/2018
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