RP - ULTRASSOM - PARTE 10

ULTRASSOM

PARTE X

Wagner olha para o irmão, o coração começa a bater forte.

- Ele nunca me escondeu nada, continua Cláudio. – Nada que eu precisasse saber.

- Desde quando você... sabe de tudo isso?

- Eu comecei a perguntar sobre... ela, Christy, ou Cristina, como ele a chamava, quando ele conheceu a Magda. Ele me disse que queria que ela fosse pra nós dois, mais do que uma mãe. Pra você, porque você não tinha conhecido a sua e pra mim... porque... bem, porque a Cristina não tinha sido um exemplo do que uma criança gostaria de chamar de mãe. Ela me odiava.

- Odiava? Como alguém pode odiar uma criança? Melhor ainda, como uma mulher pode fazer isso?

- Quando essa criança não é filho dela... e quando... é filho do marido dela... com outra mulher... e ela é obrigada a criar essa criança.

- Meu Deus... E sua mãe? Você sabe quem ela era?

- Não. Foi a única coisa que ele pediu pra eu não perguntar. Me pediu que eu o perdoasse e só. Bom... pra mim já não fazia mais diferença saber ou não alguma coisa sobre ela. Eu já estava quase com quinze anos e sabia que meu pai me amava. Pra mim era suficiente.

- Ele não disse nem se ela estava viva ou não?

- Não interessa mais, Wagner, mas eu acho que está morta...

Wagner se levanta, muito nervoso, vai até o criado, apanha um maço de cigarros da gaveta e acende um.

- Jura que você vai fazer isso? - Cláudio pergunta, mas Wagner não responde.

- Se você perguntar pra ele agora, será que ele responde se está mesmo?

- Não sei. Mas a troco de que eu iria perguntar uma coisa dessas pra ele a essa altura. Se com quinze anos, eu não queria saber, porque ia querer agora?

- Você não tem nem curiosidade, Cláudio? Não quer saber quem é a mulher que te colocou no mundo?

- Não estou entendendo por que isso te interessa? Por que isso te preocupa tanto. Do que você sabe?

- Porque ela foi um dos motivos do sofrimento do meu bisavô. Ela foi um dos motivos para ele odiar tanto meu pai. Por ele ter se casado com a mamãe e ter trazido pra ela criar um filho de uma mulher que ainda estava viva... e ainda está.

Cláudio fica em silêncio. Olha fixamente para o irmão. Wagner se aproxima dele.

- Me desculpa estar dizendo isso pra você assim, mas eu tenho que discutir isso com você, antes de tomar uma decisão importante na minha vida. Antes de acusar ou absolver meu pai. Eu preciso saber o que você acha de tudo isso. Você adora ele, mais do que eu...

- Eu não adoro ele, eu o respeito e o amo, como você devia fazer também... Ele é nosso pai, Wagner.

- Então me diga que meu pai não é um aproveitador que enganou a mulher com quem se casou, a família dela, ao próprio pai e ainda por cima, antes de tudo isso, seduziu um moça de família que teve que fugir da cidade por causa da vergonha por ter tido um filho dele e deixar esse filho pra outra mulher criar.

Os olhos de Cláudio brilham com a relação de todos os fatos, dita daquela forma pelo irmão e ele respira fundo.

- Quem foi que te disse que ela está viva?

- Stanley Russel.

- E você acreditou nesse homem? Ele só quis destruir nosso pai, Wagner!

- Pare de chamá-lo de esse homem, caramba! Ele não me contou nenhuma mentira! Ele tem até o endereço dela em São Paulo.

- E o papai sabe disso?

- Não sei, acredito que sim.

Cláudio sai de perto dele e vai se sentar na cama, escondendo o rosto nas mãos. Wagner vai até a varanda, dá uma tragada no cigarro, apaga-o no parapeito e o joga fora. Expele a fumaça dos pulmões e volta pra dentro do quarto, sentando-se ao lado do irmão.

Cláudio ergue a cabeça e fala calmamente.

- Eu não posso e nem vou acusar meu pai de nada, Wagner.

- O quê?

- Quando ele teve uma aventura com a minha mãe, ele ainda não era casado com a sua.

- E daí? O que tem uma coisa a ver com a outra?

Cláudio respira fundo.

- Você... se lembra que me perguntou ao telefone, de quem era o bebê da Mônica?

- Sei e daí? O que tem a ver uma coisa com a outra, caramba? Não mistura os canais. Você sabe?

- Sei... É meu.

Wagner para, quase sem fôlego, olhando para ele.

- O... quê?!

- O bebê que a Mônica está esperando é meu. Você não tem e nunca teve nada com isso. Quando ela foi com você pra festa na casa do Beto, já estava grávida de dois meses... e eu sou o pai.

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 10

OBRIGADA E BOA TARDE!

(FIQUEI SEM INTERNET DE MANHÃ...)

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/03/2018
Reeditado em 01/03/2019
Código do texto: T6284600
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