RP - ULTRASSOM - PARTE 8

ULTRASSOM

PARTE VIII

Quando Wagner entra na casa, Magda se levanta e vai até ele. O rapaz a abraça.

- Nunca mais faça isso com a gente, filho... ela diz, emocionada, mas tranquila como sempre.

- Prometo, mãe. Desculpa... embora eu não tenha tido muita culpa nisso. A culpa foi deles...

Wagner aponta para Linda e Gart e os dois sorriem.

- Pai, quero te apresentar dois amigos: Linda Rodrigues e Garret Newman. Eles vieram de Londres comigo.

Os dois se levantam e Leonardo aperta as mãos dos dois.

- Você disse... que eles são os culpados...? Do quê?

- É uma longa história, mas... resumindo: eles vieram ao Brasil com a incumbência de me levarem pra lá, por ordem do meu bisavô, mas fique sossegado. Eles não são sequestradores. Ela era secretária de Mr. Russel e ele, guarda-costas e... é irmão... da minha mãe.

Leonardo olha para Gart de outro jeito, com mais atenção. Cláudio também se surpreende, mas não se manifesta.

- Mas... sua mãe não tinha irmãos, quando eu me casei com ela...

- É uma outra longa história.

- Então... ele é seu tio? - pergunta Cláudio.

- Não é legal? - Wagner pergunta.

- Gart... boa sorte, diz Cláudio, sorrindo.

O guarda costas sorri também e volta a se sentar do lado dele.

- Eu vou ter muito trabalho?

- Prefiro não te desanimar, agora. Você acabou de chegar ao Brasil. Mas... boa sorte.

- Ei! De novo, falando de mim na terceira pessoa? Vão parando vocês dois, diz Wagner. – Já basta um pegando no meu pé. O Gart saiu de Londres como meu guarda-costas e por enquanto é isso que ele é.

- Guarda-costas? - pergunta Leonardo. – Desde quando você precisa de guarda-costas?

- Calma, pai, eu vou te explicar tudo, depois. Mas, se eu tivesse guarda-costas aqui no Brasil, eles não teriam me levado daqui, você há de convir comigo.

Todos riem, menos Leonardo, que continua olhando para ele com cara de poucos amigos, com uma leve ruga na testa.

- Calma, pai. Já falei que depois eu te explico tudo.

Magda, ainda sorrindo, olha para Gart e Linda e diz:

- Eu e a Matilde vamos arrumar os quartos de hóspedes pra vocês descansarem.

- Não é preciso, diz Linda. – Nós podemos ficar num hotel na cidade. Não se preocupe.

- De maneira alguma. Vocês ficam aqui, diz Wagner. – E eu vim com vocês, vocês ficam na minha casa. Não é, pai?

- Naturalmente. Vocês não vieram de tão longe pra ficar em hotel? A casa é simples, mas é cheia de quartos e é de vocês.

- E não se preocupe em preparar nada muito diferente das coisas maravilhosas que você cozinha, Matilde. Gart e Linda não têm muito luxo e a sua comida já é um luxo.

- Esse bolo já provou isso, diz Linda. – Está uma delícia. E se você precisar de ajuda na cozinha, Matilde, eu gostaria de ajudar.

- Obrigada, não precisa, mas se você quiser... Você fala o nosso português muito bem. E pelo seu sotaque...

- Eu sou portuguesa.

- Então a gente pode se entender na cozinha, depois que você estiver refeita da viagem. Com licença. Seja bem vindo de volta, seo Wagner.

Wagner joga um beijo para ela e Matilde sobe para ir arrumar os quartos.

- Eu vou subir com você, Matildinha. Vou rever o meu quarto. Estou morrendo de saudade.

Ele pega Elis no colo e beija seu pescoço.

- Ai, que falta eu senti do cheiro desse cangote!

A menina ri, encolhendo-se no colo dele.

- Você ainda me ama?

Elis balança a cabeça negando. Todos riem.

- É a pessoa mais sincera da casa. É por isso que eu amo você, gostosa!

Ele beija a irmã novamente, depois olha para Gart e Linda.

- Vocês dois, fiquem à vontade. Como meu pai falou: a casa é de vocês.

Wagner sobe com Elis num braço, com o outro em volta do ombro de Matilde e Diana atrás dele. Leonardo olha a cena e diz:

- Minha casa volta ao normal... graças a Deus...

Depois ele olha para os dois visitantes.

- Eu espero que vocês se sintam à vontade nesta casa. Os amigos de meu filho são meus amigos também. Magda, por favor, ajude Matilde. Eles devem estar bem cansados. A que horas vocês chegaram?

- Chegamos à meia noite no aeroporto, diz Linda.

- Campinas?

- Isso. Dormimos num hotel até as quatro, fomos a um desses restaurantes que ficam abertos de madrugada, tomamos um café reforçado e saímos de lá às cinco.

- E por que não ligaram pra cá pra avisar? Teríamos ido buscar vocês. Evitaria todo esse perrengue.

- Todo o quê? - Gart pergunta.

- Transtorno, diz Cláudio. - Pai, eles entendem bem o português, mas nem tudo.

- Ah, desculpem.

- O Wagner não quis incomodar vocês. Ele se lembrou que o senhor acorda cedinho para ir trabalhar e que precisaria dormir.

- Muito bem. Pois então, se vocês me dão licença, eu vou voltar ao trabalho. Vocês têm tudo que precisam aqui. Tenham um bom dia.

- Pro senhor também.

Leonardo olha para Cláudio e sorri.

- Você tinha razão, como sempre... Obrigado e bom dia, filho.

Cláudio sorri também.

- Bom dia, pai.

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 8

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/03/2018
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