RP - ULTRASSOM - PARTE 2

ULTRASSOM

PARTE II

Enquanto isso, Gart e Linda esperam no carro. Como o calor está forte demais, eles resolvem sair de dentro dele e, como são estranhos na cidade, são observados por todos que passam. Alguns até param para ver o carro de perto e só não o tocam, com receio de chegar perto dos dois.

- Não sei por que a curiosidade sobre o nosso carro. Aquele ali também é uma gracinha, diz Linda apontando para o Mercedes de Cláudio.

- Eu nunca me senti tão observado na minha vida.

- Não se preocupe, quando eles se acostumarem com você, não vão nem te enxergar depois.

- O irmão do Wagner trabalha aqui nesse hospital?

- É... Ele é médico pediatra. Eles já estão vindo ali.

Gart se volta para o prédio e vê os irmãos saindo e descendo a escadaria do prédio. Wagner e Cláudio se aproximam.

- Ele é... irmão do Wagner? - Gart pergunta.

- Bem diferente, não? - ela pergunta, sorrindo.

A diferença entre os irmãos fica gritante para quem nunca os viu juntos. Cláudio é claro, cabelos pretos, curtos e lisos e Wagner é loiro, cabelos claros e encaracolados. Os dois se aproximam.

- Cláudio, eu quero que você conheça meus anjos da guarda: Garret Newman e Linda Rodrigues. Gart, Linda, meu irmão Cláudio Valle. Cláudio Leonardo Russel Valle.

Cláudio aperta as mãos dos dois.

- Linda Rodrigues? Esse nome não é inglês... Cláudio observa.

- Não, eu sou portuguesa, nascida em Portugal, ela diz sorrindo.

- Foi com você que eu falei umas duas vezes, não foi?

- Eu mesma.

Ele se volta para Gart.

- Preciso falar em inglês com você ou...?

- Não, pode ser português mesmo, diz Gart, com seu sotaque simpático, sorrindo.

- Ótimo. Vocês não sabem a bagagem preciosa que trouxeram com vocês, ele diz, abraçando o irmão. - A cidade de Casa Branca estava virando um cemitério sem ele.

Wagner dá um sorriso sem graça.

- Quando eu estive aqui na primeira vez, não percebi que a cidade era tão acolhedora, diz Linda. - Tem tanta luz aqui.

- Vocês vieram até a cidade? - Wagner pergunta.

- Passamos por dentro dela, mas não paramos e era noite. É tudo muito bonito. A igreja matriz é lindíssima na luz do dia. Podemos entrar nela depois, Wagner?

- Claro, daqui até lá é um pulinho.

- Foram vocês que “raptaram” o Wagner? - Cláudio pergunta.

- E mais três, ele mesmo responde, rindo.

- Tudo isso?

- Pensávamos que ele fosse mais indócil do que parecia, diz Linda.

- E não era?

- Um cordeiro, Gart responde. – A gente o colocou pra dormir e foi tudo muito fácil.

Wagner se manifesta, sentindo-se mal com aquela conversa.

- Oi, gente, eu estou aqui. Querem parar de falar de mim na terceira pessoa?

Todos riem. Ele vai abrir a porta do carro.

- Vamos mostrar um pouco da cidade pra eles, Cláudio?

- Você não estava trabalhando? - Linda pergunta.

- Estava. Parei quando ele chegou. Posso te fazer uma perguntinha, vossa alteza real?

- Quantas você quiser, príncipe regente, Wagner responde, seguindo a brincadeira.

- De quem é esse carro?

- Meu! - ele responde, taxativo.

- Seu? - Cláudio pergunta, incrédulo.

- É! - Wagner ri.

- Você está brincando comigo.

- Não estou. A gente trouxe de Londres dentro do meu avião.

Wagner ri mais da cara do irmão do que outra coisa e entra no carro pelo lado direito, como na Inglaterra. Cláudio entende menos ainda e olha para Gart e Linda que sorriem, encolhendo os ombros. Wagner coloca a cabeça para fora da janela e fala:

- Entra aí, Cláudio.

- Não...

- Por que não?

- É você que vai dirigir?

- Eu mesmo... E daí? Por que não, caramba!?

- Esse carro é inglês, o volante é do lado direito, no Brasil, a gente dirige na esquerda, esqueceu? Como vocês conseguiram chegar até aqui? Você vai meter esse carro no primeiro poste.

- Ele tem razão, Wagner, diz Gart. – Você não está acostumado.

- O que você quer fazer, Wagner? - Cláudio quer saber.

Ele sai do carro, um tanto desapontado e diz:

- Queria só dar um giro pela cidade. Ver se está tudo como eu deixei.

Cláudio, Gart e Linda riem dele.

- Não quer ir no meu carro? É humilde, mas anda.

- Qual é o seu carro? - Linda pergunta.

Cláudio aponta para o Mercedes.

- Aquela gracinha é sua? - ela pergunta, maravilhada, já indo de encontro ao veículo.

- Só se você me deixar dirigir, impõe Wagner.

Cláudio joga as chaves para ele.

- Gart, leva o Aston. Vem atrás da gente.

Wagner se apressa até o carro de Cláudio e entra nele muito feliz. Cláudio olha para Gart e pergunta:

- É verdade que esse carro é dele?

- É. Foi uma das coisas que ele recebeu de herança do bisavô. Ele vai te contar tudo depois.

- Meu Deus! Se antes já era difícil aguentar esse cara... imagine agora...

- Vem logo, Cláudio! - Wagner grita, ligando o carro.

RETORNO AO PARAÍSO – ULTRASSOM

PARTE 2

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/03/2018
Código do texto: T6281193
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.