RP - TESTAMENTO - PARTE 22

TESTAMENTO

PARTE XXII

Os três rapazes ainda ficam olhando para Wagner e olham uns para os outros, parecendo ter alguma dúvida.

- Any question? Se é sobre a quantia que cada um vai receber, eu não posso falar sobre isso, porque eu não sei pensar em Libras ainda... Wagner diz.

- (Não tem nada a ver com dinheiro, Wagner... Acho que a minha dúvida é a dúvida de todos...), diz Bob. – (Sobre o Teo.).

- O que tem ele?

- (Quem vai ser nosso líder na casa, agora? Gart ou ele?).

- Eu acabei de dizer que ele vai continuar sendo o chefe da guarda, Gart se adianta. - Não mudou nada.

- Gart... Wagner ia dizer alguma coisa.

- Me deixa falar, Wagner.

Ele se cala e espera.

- Minha posição dentro e fora dessa casa vai continuar sendo a mesma. Eu não tenho por que mudar minha vida de uma hora pra outra, só pelo fato de ser neto de Mr. Russel. Sou e vou continuar sendo guarda-costas, agora do Wagner. E continuo sendo um de vocês.

- Mas não tem cabimento, Gart... discorda Wagner.

- Eu quero assim, Wagner.

- Mas você tem uma fortuna imensa nas mãos, fora o fato de que você agora... é meu tio!

- Eu sei e vou fazer de tudo para merecer isso. Mas eu não fui criado para ser um milionário e não sou um. Eu quero trabalhar pra manter tudo isso em pé, como ele fez até o dia em que morreu, mas quero continuar sendo um deles, sem privilégios. O cargo que Mr. Russel deu ao Teo, continua sendo dele. A única coisa que vai mudar é que eu não vou mais me submeter às ordens dele.

- (Você quase já fazia isso), diz Bob, rindo.

Gart e todos riem também.

- E eu só obedecia antes, porque e quando a palavra de Mr. Russel estava atrás das ordens que ele me dava. Agora não vai acontecer mais isso, não por eu ser neto dele, mas porque é uma coisa que eu estou querendo fazer há muito tempo. Ele não manda mais em mim. Só isso.

- Então, você vai para Brasil comigo como meu guarda costas?

- Pode ser... Por que não?

Wagner ri.

- Eu só quero ver a cara da minha turminha brasileira!

- E quando você pretende voltar? - Linda pergunta.

- Amanhã. Trate de convencer seu noivinho. Eu vim com você e quero voltar com você. Mesmo que seja debaixo do banco do carro. E eu tenho certeza de que o vovô STAR também queria isso.

Teo entra de volta, muito sério. Aproxima-se deles e, decidido, diz:

- Eu vim comunicar que... não trabalho mais aqui a partir de hoje e quero ir embora dessa casa o mais breve possível.

- Teo! - Linda diz, surpresa.

- E se você ainda quiser casar comigo, Linda, vem comigo.

- Mas isso é um absurdo. Por quê?

- Todo mundo conhece meus motivos. Eu não vou ser empregado de um moleque.

Wagner não se altera. Dá a volta por trás da mesa e senta-se na cadeira onde Mr. Bartley estava sentado.

- Quem vai cuidar de tudo é o Gart e Mr. Bartley, ela diz.

- Dá no mesmo. Meu patrão era Mr. Russel e ele não está mais aqui.

- Se você quiser ir, fique à vontade, diz Wagner. – Ninguém está te segurando.

Teo olha para Linda e para ele e sai, firme como entrou. No início, Linda não sabe se fica ou se o segue. Olha para Gart e Wagner e sai também.

- Você agora não tem outra escolha, Gart, diz Wagner, apoiando as costas na cadeira e colocando os pés sobre a mesa. – Eu estou sem o chefe da guarda.

Os três seguranças sorriem, satisfeitos com a mudança.

- (Qual é sua primeira ordem, senhor?) - Peter pergunta a Gart, sorrindo, gozador.

- Dêem o fora daqui, Gart responde, fingindo-se zangado.

Os três saem rindo, congratulando-se uns com os outros. Gart olha para a carta em sua mão e sente uma tristeza repentina.

- O que foi? - Wagner pergunta.

Ele se senta numa poltrona, ainda olhando para a carta.

- Por que ele não me disse antes, Wagner? Eu tinha tanta coisa pra dizer...

- E por que não disse?

- Porque ele parecia tão longe de mim. Não havia muita intimidade entre ele e os empregados, apesar de haver muito respeito e gratidão. Eu sentia isso quando ele me pedia alguma coisa. Mas, no geral, era tudo muito formal e frio. Mesmo assim, eu sentia que dentro daquele... velho duro e rabugento se escondia um homem triste e sozinho que... justamente por ser sozinho, tinha medo de ser expor e não encontrar ninguém que o entendesse. Ela não deixava espaço pra... um diálogo com ele. Eu era só um empregado pago pra guardar a vida dele. Não entendo... por que ele só me disse que era meu avô... depois de morto?

Wagner retira os pés da mesa, apoia os braços e une as mãos sobre ela.

- Eu tenho certeza de que ele deve estar te ouvindo agora. Nem eu tive oportunidade de dizer o que sentia.

Gart começa a abrir o envelope devagar. Retira a carta de dentro dele e Wagner pergunta:

- Você vai ler aqui?

- Você se importa? Dependendo do que está escrito aqui e sabendo como você é... eu não sei se vou ter coragem de repetir tudo depois.

- Só se você ler em voz alta então.

- O texto está todo em inglês.

- Manda. O que eu não entender, eu te pergunto.

Gart inicia a leitura. Respira fundo e começa:

RETORNO AO PARAÍSO – TESTAMENTO

PARTE 22

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 13/03/2018
Código do texto: T6278303
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