RP - TESTAMENTO - PARTE 18
TESTAMENTO
PARTE XVIII
Cláudio beija Mônica ternamente, aliviado com aquela resposta.
- Não sei como vamos fazer isso... mas a gente tem que ficar junto, por nós, por nosso filho e pelo Alberto.
- Foi pra isso que eu te mostrei o desenho... E, antes de sair de Casa Branca, eu queria fazer alguma coisa por ele. Quero ter certeza de que ele vai ficar bem. De certa forma, é como se a gente terminasse o que começou com ele.
- Eu já pensei nisso também. E a gente vai fazer.
Eles se beijam novamente, apaixonados.
- Eu não quero nunca mais ficar longe de você...
Eles ficam alguns segundos abraçados.
- Eu preciso fazer outra coisa antes de sair da cidade... Mônica diz.
- O quê? - ele pergunta.
- Talvez você não vá gostar, mas... eu preciso ter uma última consulta com o Miguel.
Ele fica em silêncio. Mônica se afasta dele e o olha nos olhos.
- Por mais errado que pareça nesse momento, eu só confio nele e preciso fazer o ultrassom para saber o sexo do nosso bebê. Ele já fez um, mas... não conseguiu ver nada. Disse que talvez no quarto mês conseguisse ver se é menino ou menina. Eu não quero sair daqui sem ter essa certeza. Eu não sei se vou conseguir fazer isso em outra cidade.
- Mônica... você ainda confia nele?
- Confio. Eu ainda confio que tudo que ele fez, não foi pra prejudicar nós dois. Ele me ama, mas ainda é seu amigo. Não pense nele como um rival. Miguel foi seu amigo por oito anos e continua sendo. Eu também fiquei com muita raiva dele no início, mas, se não fosse ele, a gente não estava se entendendo agora e planejando o que fazer.
Ele ainda não diz nada e balança a cabeça, parecendo em dúvida. Ela toca seu rosto e o faz olhar para ela.
- Você confia em mim?
- Claro.
- Então fique tranquilo. Eu te amo...
Ela o beija de novo.
Esse beijo é visto de longe por Leo Santarém que passa por ali de moto.
Ele estava vindo de Ribeirão Preto e tinha parado no restaurante do hotel para comprar água. Quando olha na direção do estacionamento, reconhece o carro de Cláudio e vê a cena.
Bastante confuso e perplexo, sobe na moto e vai para a estrada seguindo para Casa Branca. Segue direto para a casa de Beto. Quando ele o recebe na porta, Leo o arrasta para seu quarto e fecha a porta.
- Está maluco, cara? Que foi que houve?
- Beto, eu estou vindo de Ribeirão Preto agora, diz ele ofegante, sentando-se na cama de Beto.
- Nossa que novidade! E eu saí da minha cama agorinha..
Leo vai sentar-se numa cadeira diante da janela.
- A novidade não é essa. Eu acabei de presenciar uma bomba, meu! Adivinha quem é o pai do bebê da Mônica?
- O quê? Que Mônica, Leo?
- Mônica Telles, cara!
- Ué! E não é o Wagner?
- Não! Você não vai acreditar... É o irmão dele!
Beto fica olhando para ele por um momento, senta-se na cama e sorri.
- O irmão de quem? Do que você está falando? Você não está falando coisa com coisa, cara.
- Eu acabei de ver os dois se beijando dentro do carro dele no estacionamento do Hotel Cobalto.
- Não inventa, Leo.
- Não estou inventando, Beto, eu vi!
- Repete desde o início que eu não estou entendendo nada. O que foi que você viu?
- Poxa, cara, está difícil hoje, hein? Eu disse que acabei de ver o irmão do Wagner beijando a Mônica no estacionamento do Cobalto.
- Você está ciente de que está falando do doutor Cláudio Valle? Médico da Santa Casa de Misericórdia de Casa Branca?
- Ele mesmo! Que eu saiba, ele é o único irmão que o Wagner tem, caramba!
- Você bebeu... Eu não acredito. Você deve ter visto outro cara parecido com ele.
- Vestido de branco, dentro de um Mercedinho azul clarinho metálico conversível, lindo de morrer que só quem tem em Casa Branca é ele. Não, filho, eu sei o que vejo. Era ele sim.
- O carro estava com a capota baixada?
- Não, mas ele não ia dar essa bandeira, não é? Mas as janelas estavam abertas. A garota também era inconfundível. Era a Mônica mesmo. Morena, cabelo preto bem curtinho.
- E ele estava beijando ela?
- Isso mesmo. Beijo de cinema!
- Na boca?
- Não, no pé. Claro que na boca, cara!
- Que bomba, maluco! Quando o Wagner ficar sabendo disso...
- A gente vai contar pra ele?
- Como? O Wagner está em Londres, esqueceu?
- Telefona!
- Tua burrice me deixa doente, rapaz. Você está parecendo mais tapado que o Guto. Está me achando com cara de dedo duro? Eles são irmãos, Leo. Você acha que eu vou correndo tentar colocar um contra o outro? O Wagner é meu melhor amigo e eu gosto muito do doutor Cláudio.
Beto se levanta e vai até a janela, atônito.
RETORNO AO PARAÍSO – TESTAMENTO
PARTE 18
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!