RP - TESTAMENTO - PARTE 11
TESTAMENTO
PARTE XI
Leonardo e Cláudio disparam na corrida e em pouco tempo chegam à frente da casa grande. Leonardo na frente.
- Eu não disse que você dava conta do recado? - Cláudio pergunta, ofegante e suado.
- Eu não disse que não dava, Leonardo diz, descendo do cavalo e indo ajudar o filho a descer também.
- Eu pago a aposta amanhã.
- Eu vou cobrar, o fazendeiro diz, colocando o braço em volta do ombro do filho.
Magda aparece na varanda ao lado de Elis e, com as mãos na cintura, ralha:
- Vocês dois estão fugindo de quem ou do quê? Quase morri quando vi essa corrida sem sentindo da janela.
- De nada nem de ninguém. A gente estava só relembrando os velhos tempos, Magda, diz Cláudio aproximando-se delas, pegando Elis no colo e beijando seu rosto.
- Bom dia, Cláudio. Esse mocinho não tem mais idade pra fazer essas loucuras. Ele tem duas filhas pra criar.
- Não se engane, Magda, quem ficou com dor nas costas fui eu, diz Cláudio, massageando as costas que doem.
Elis ri e Leonardo também. Robério se aproxima de Cláudio, pega os arreios do cavalo e lhe entrega as chaves do carro.
- Matou as saudades, doutor?
- Com certeza!
- Quando o senhor quiser montar o Diamante, é só avisar.
- Obrigado, Robério.
O peão sobe no animal e se afasta, indo para o trabalho.
- Vamos entrar, Cláudio? - Magda pergunta.
- Não, eu tenho que estar no Santa Mônica, às oito. O doutor Jairo quer falar comigo. E eu sei que o papai também estava indo trabalhar, não é, pai?
- E vou mesmo.
- Então, tchau. Bom dia.
Ele beija Magda, Elis e aperta a mão do pai.
- Dá um beijo meu na Diana.
- Tchau.
Cláudio entra no carro que se afasta.
Ele vai para o Hospital Santa Mônica. Chega à recepção e cumprimenta Ana Luísa e Fábio, que estão na recepção.
- Bom dia.
- Bom dia, doutor Cláudio.
- Doutor Jairo já está no hospital?
- Já, doutor, acabou de subir. Ele está esperando pelo senhor.
- Obrigado.
Ele vai até o consultório de Jairo. Quando entra na sala, o cardiologista está com a cabeça apoiada na mão, lendo um prontuário.
- Bom dia, doutor.
O médico ergue a cabeça.
- Bom dia, Cláudio. Entre.
- O senhor me chamou?
- Chamei. Sente-se.
Cláudio se senta diante dele. Jairo fecha o prontuário, cruza as mãos sobre ele e diz:
- Eu quero te fazer uma pergunta muito pessoal e gostaria que você fosse muito franco.
- Sim, senhor.
- Você está a par do meu drama a respeito da situação da minha filha. Sabe que ela está grávida e conhece todo problema que isso já me causou. Que eu quase prejudiquei a vida do seu irmão, por não ter certeza de até que ponto ele estava envolvido com ela. Cheguei a quase cometer uma loucura e você felizmente me impediu.
- Eu só evitei que o senhor cometesse uma insanidade que o faria se arrepender depois, doutor. O Wagner não...
- Eu sei, eu sei, isso já está bem claro na minha cabeça. Não se preocupe, mas... você faz ideia de quem seja o pai desse bebê?
- Eu já disse que não, doutor, Cláudio responde, com o coração disparando no peito.
- Pois eu descobri e quase não acreditei.
- Descobriu? - ele pergunta, engolindo em seco.
- Da maneira mais simples, surpreendente e idiota que podia acontecer.
Jairo faz uma pausa que deixa Cláudio num suspense incômodo que quase o faz enfartar. O médico até sorri, olhando em seus olhos.
- Não quer nem chutar? Você o conhece.
As palavras não sairiam de sua boca nem que ele quisesse, por isso ele só nega, balançando a cabeça levemente.
- Seu amigo, o doutor Miguel.
Cláudio franze a sobrancelha e retoma o fôlego.
RETORNO AO PARAÍSO – TESTAMENTO
PARTE 11
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!