RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 21

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE XXI

LONDRES, 08 DA MANHÃ

A mansão Russel amanheceu silenciosa como todos os dias. Wagner levantou cedo em relação ao seu horário normal. Desceu do quarto às oito horas e vai à sala de refeições onde Linda está ajudando Julian a colocar a mesa.

- Bom dia, ele fala, sorrindo e sentando-se à mesa.

- Bom dia, ela responde, sorrindo também. - Dormiu bem?

- Como um bebê com as fraldas bem sequinhas.

Ela sorri e balança a cabeça.

O telefone toca e os dois olham para ele. Linda vai atendê-lo, depois de três toques, pois já imagina que Mr. Russel não atendeu.

- (Alô!) ela atende.

- (Aqui é do Brasil. É da residência de Mr. Russel?).

- (Sim, quem é?)

- (Cláudio Valle. Quem fala?).

- Alô, Cláudio, tudo bem? Aqui é Linda.

Wagner se levanta e vai para perto dela, querendo tirar o telefone de sua mão, mas ela não deixa.

- Você fala português? Que ótimo.

- Eu sou secretária de Mr. Russel. Que bom falar com você.

- Eu digo o mesmo. Preciso falar com meu irmão. Ele está?

Mr. Russel, de seu quarto, tira a extensão do gancho e diz:

- Eu falo com ele, Linda. Desligue.

Quando ouve a voz de Mr. Russel, ela hesita.

- Mr. Russel...

- Desligue, ele diz, num tom de voz doce, mas firme.

Linda desliga e Wagner não entende isso.

- O que foi que você fez? Por que você desligou, Linda?!

- Seu avô está falando com ele. Me mandou desligar.

- Como assim? Ele não pode...

Wagner olha para a escada e tenciona subir, mas Linda o impede.

- Não, Wagner. Espera, toma seu café, depois ele vai deixar você ligar ou falar com seu irmão.

- Eu já estou cansado disso!

Ele vai sentar-se à mesa, profundamente contrariado.

Em São Paulo, Cláudio também não entende por que o telefone fica em silêncio de repente.

- Alô, Linda?

- Alô, rapaz, responde a voz de Mr. Russel.

Cláudio se cala, mas não vai se deixar intimidar pelo velho desta vez.

- Mr. Russel...

- O que você quer agora?

- O óbvio. Quero falar com meu irmão. Eu não tenho o menor prazer em ligar praí pra conversar com o senhor. Mas essa situação foi o senhor mesmo quem criou.

- Eu sei que fui indelicado com você, na última vez em que nos falamos. Acho que lhe devo desculpas.

Cláudio se cala.

- Você não tem culpa das ações do seu pai. Eu espero que esqueça o que eu disse e me perdoe.

- O senhor não me deve nada.

- Linda já foi chamar o seu irmão. Ele deve estar acordando agora, mas... vai ficar feliz em falar com você. Mas, ainda assim, eu gostaria de saber que você não vai guardar mais rancor de mim do que seu pai já colocou no seu coração. Me perdoe, por favor.

Cláudio fecha os olhos e sente as lágrimas chegarem teimosas. As palavras não conseguem sair da garganta.

- Cláudio...?

- Sou eu que tenho que pedir perdão... Não sei bem por que... mas eu não tenho nada que perdoar. Esqueça... de puder.

- Obrigado...

O telefone fica em silêncio novamente e Cláudio respira fundo, imaginando o que teria feito o velho ficar tão amável de repente. Não parecia o mesmo homem que falou com ele antes. Ele acorda desses pensamentos, quando ouve a voz de Wagner.

- Alô! Cláudio?

Ele enxuga o rosto e responde:

- Wagner? É você?

- Eu já estava ficando maluco. Pensei que ele não fosse me deixar falar com você. Estou morrendo de saudade, cara.

- Você está bem?

- Só não estou melhor, porque não estou aí e não é conversa fiada, não. Eu nunca pensei que pudesse sentir tanta falta de Casa Branca como eu estou sentindo. Mas... e você está bem? Tua voz está estranha. Ele brigou com você?

- Não... Está tudo bem. Quando você volta? Tem ideia?

- Ainda não, mas aqui não está tão ruim também. O velho tem umas atitudes meio radicais comigo de vez em quando e quando me tirou daí do jeito que tirou, mas ele teve seus motivos. Ele me trata bem e todo mundo aqui é bem legal. Pede pro papai não se preocupar comigo. As coisas que meu avô tem me contado até agora só me fizeram descobrir que meu pai era um cara de atitude. Eu só queria... te perguntar uma coisa, mano...

- O quê?

- Ele me disse... que você não é filho da mamãe. Isso é verdade?

Cláudio fica em silêncio.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 21

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 05/03/2018
Código do texto: T6271073
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