RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 20

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE XX

Ao chegar diante da casa de Mônica, na Luís Gama, minutos depois, o carro para. Na despedida, ela olha para Cláudio.

- Queria tanto de dar outro beijo agora, mas acho melhor não.

- Também acho, ele concorda. - Melhor não abusar da sorte, ele diz, sorrindo.

Ele olha para sua casa logo ali em frente e em volta. A rua está vazia. Coloca a mão delicadamente sobre a barriga dela e pergunta:

- Ele já mexe?

Ela nega, apenas movendo a cabeça, e também sorri.

- Mas eu o sinto todo tempo...

Cláudio recolhe a mão, bem devagar.

- Boa noite. Durma bem.

- Boa noite... Eu te amo.

Cláudio fecha os olhos e fala com o coração pulando no peito:

- Não mais do que eu.

Ela sai do carro e fica do lado do veículo, até ele se movimentar e virar o canteiro que há no meio da rua para voltar para a casa dele.

Depois que o carro entra na garagem do sobrado, ela entra em casa.

O sobrado está às escuras. Cláudio entra com o carro na garagem e fica dentro dele por alguns minutos, pensando no que vai fazer agora. Sabe que Tânia está lá dentro e dentro dele a ideia de nunca mais dormir ao lado dela, depois de tudo que aconteceu entre ele e Mônica naquela noite. Sai do carro, o tranca e entra.

Tudo está em silêncio e às escuras, mesmo dentro da casa. Nem a luz da área de serviço que fica acesa para facilitar a entrada dele, quando chega dos plantões. Ele pensa que é até melhor assim. Vai até a cozinha, bebe um copo de água gelada, depois sobe e entra no pequeno quarto de hóspedes que servia para Wagner, quando menino ainda, ou depois Diana, dormir com eles.

Cláudio pega um cobertor e um travesseiro e desce de novo. Ajeita tudo no sofá, tira os sapatos e a camisa e deita, tentando descansar.

Já deitado, fica olhando para o teto e repassa aquela noite. Ainda custa a acreditar que aconteceu tudo aquilo e na decisão de Mônica de reatar com ele.

- Pensando nela?

Cláudio acorda de seus pensamentos e olha para a escada. Tânia está ali parada. Ele não se levanta nem responde, não quer mais negar o que acontece dentro dele. Fica olhando para ela e espera. Tânia se aproxima.

- Não vai subir? Não quer mais dormir comigo, não é?

- Acho que nem você quer isso. Não tem porque ficarmos fingindo.

- Pode dormir no quarto de hóspedes.

- Eu reservei aquele quarto pros meus irmãos. E só não fui dormir no Cobalto, porque o hotel fica muito longe da cidade. E acho que nem o André nem o Bruno iam entender. No Central, a dona Júlia não entenderia.

- Então, por que você não vai embora logo?

- Essa casa também é minha. Eu pago impostos bem salgados por ela, você sabe, desde que escolheu a casa mais elegante da rua pro seu pai comprar, antes de se casar comigo.

- Você está muito seguro de si. Ela te prometeu alguma coisa?

Cláudio se senta no sofá e esfrega o rosto com as duas mãos, já ficando impaciente.

- Tânia, vamos dormir. Eu estou muito cansado... e amanhã bem cedo quero ligar pro Wagner antes de ir trabalhar. Essa conversa não vai dar em nada.

- Você não se arrepende nem um pouco por ter me traído?

Ele respira fundo e responde:

- Muito... Mas quando eu jurei fidelidade a você diante de Deus no altar... eu nem sabia direito o que era amor, como eu sei agora. Nunca tive intenção de trair você. Eu espero que Ele leve isso em consideração, antes de me julgar. Eu era quase uma criança.

Tânia demora o olhar no rosto dele, depois dá as costas e sobe as escadas devagar.

- Boa noite... pra nós dois, ele diz em voz baixa.

Deita-se novamente e cobre o rosto com o braço, começando a chorar em silêncio.

Acorda no dia seguinte, às cinco horas da manhã, na mesma posição. O corpo está dolorido. Levanta-se e vai tomar um banho no banheiro da lavanderia. Coloca uma roupa qualquer que encontra no varal e senta no sofá perto do telefone. Vai ligar para o irmão.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 20

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 05/03/2018
Código do texto: T6271070
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.