RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 15
UM SONHO POSSÍVEL
PARTE XV
Jorge sai do consultório e Cláudio vai começar a falar, mas Jairo se adianta.
- Se você vai falar sobre seu irmão...
- Não, não é isso. Eu acho que já está mais do que claro na sua cabeça que o Wagner não tem nada a ver com a sua filha.
- Só que ela também não diz quem tem e eu já vi que vou ter que me contentar com essa imposição dela. Mônica é como eu, teimosa, e, quando coloca algo na cabeça... Mas o que você tem pra falar comigo?
- É sobre uma criança que nos recebemos ontem...
Cláudio fala sobre Alberto. Ele lhe conta toda a estória do menino em poucas palavras e sobre a ideia que Mônica teve de deixá-lo na creche do hospital Santa Mônica. Jairo concorda com essa ideia sem questionar e sai.
Tânia entra no consultório em seguida e ele se surpreende.
- Vim me despedir. Estou indo pra casa da minha mãe, mas, à noite, eu vou pra casa.
- Tudo bem. Até a noite.
Ela se aproxima dele e continua:
- Viu como foi fácil? Todo mundo concordou com a nossa ida pra São Paulo. Meu pai está até sonhando com o neto paulistano. E é um sonho que não é difícil de realizar.
- Se depender de mim, isso nunca vai acontecer.
Ela sorri e acaricia o rosto dele.
- Você está muito nervoso ainda. Vai mudar de ideia. Eu... posso te perguntar o que você fez com a sua aliança?
Ele abre a primeira gaveta da mesa e retira de lá a jóia, estendendo a ela. Tânia olha para ela, mas nem toca.
- Eu não quero. Pensei que você tivesse jogado fora. Pode fazer isso se quiser. Tchau... eu te amo.
Ela vai beijá-lo, mas Cláudio desvia o rosto. Mesmo assim, ela sorri, lhe beija o canto da boca e sai. Ele volta a sentar-se e colocar a aliança na gaveta de novo.
Uma hora mais tarde, a caminhonete da fazenda estaciona diante da Santa Casa. Diana está com Alberto e Mônica no playground e a viu passar. Sai correndo na direção da caminhonete e vê que ela para diante da Santa Casa.
- Diana! Aonde você vai? - Mônica chama.
- Acho que meu pai voltou, ela diz, sem parar de correr.
Chega perto da caminhonete e Lopes está saindo dela, quando a vê.
- Oi, ainda bem que eu te encontrei. Sua mãe pediu pra vir buscar você.
- Mas meu irmão...
- Eu sei, seu irmão pediu e seu pai deixou, mas sua mãe disse que não era pra fazer as suas vontades. Ela precisa de você lá.
Mônica e Alberto se aproximam deles.
- Oi, Lopes. Aconteceu alguma coisa? – Mônica pergunta.
- Boa tarde, Mônica. Dona Magda pediu pra vir buscar a Diana. Ela imaginava que a filha ia pedir pra ficar, mas não era pra deixar. Tenho que levar ela de volta, agora. Agora!
Ele repete a última palavra olhando para a menina. Mônica olha para Diana e encolhe os ombros, lamentando.
- Eu posso entrar pra avisar o meu irmão?
- A sua mãe me recomendou sobre isso também... Mônica, você pode fazer o favor de avisar o doutor Cláudio que eu estou levando a irmã dele de volta pra fazenda?
- Deixa ela mais um pouquinho, Mônica pede, abraçando Diana.
- Não posso mesmo. Dona Magda me despede, mesmo eu sendo empregado do seo Leonardo. Entra na caminhonete, Diana, por favor. Não complica minha vida...
A menina troca um beijo com Mônica e obedece, emburrada. Bate a porta do veículo depois de entrar. Lopes entra também e se despede.
- Tchau, Mônica. Obrigado. Tchau, menininho.
- Tchau, Alberto responde.
A caminhonete parte e Mônica, segurando a mão de Alberto, diz:
- Agora a gente tem que entrar. Seu pai vai estar aí a qualquer momento.
Ele concorda, já que a nova amiga não está mais com ele. Eles entram. Quando estão chegando perto do quarto dele, Leda aparece e diz:
- Ainda bem que vocês chegaram. Doutor Cláudio pediu que você fosse direto ao consultório dele depois que chegasse.
- O Arnaldo já está aí?
Leda apenas confirma com um aceno de cabeça. Mônica deixa Alberto com ela e diz:
- Você vai tomar um banho agora e descansar. A Leda vai te ajudar. Eu volto depois pra ver se está tudo bem com você, tá?
- Volta mesmo?
- Volto.
Ele acompanha Leda até o quarto e Mônica sobe as escadas, indo para o consultório de Cláudio.
Quando entra no consultório, Arnaldo e Francisco estão com Cláudio.
- Posso levar meu filho pra casa agora? – Francisco pergunta.
- O senhor tenha calma, seo Francisco, diz Arnaldo. - O senhor disse que o doutor Cláudio roubou seu filho. Espere mais um pouco.
- Essa é a enfermeira Mônica, ela esteve com ele até agora. Ele está bem, Mônica?
- Ele esteve brincando comigo e outras crianças, no parquinho da praça da matriz. Subiu e está tomando banho pra descansar. Ele estava exausto. O Alberto é uma graça de criança.
- Claro que é. E eu não conheço meu filho? - diz Francisco.
- Não, o senhor não conhece seu filho, diz Cláudio. - Senão teria respeito por ele e não chegaria bêbado todas as noites em casa e não o espancaria pra descarregar seus problemas e a falta da sua mulher.
Francisco arregala os olhos, pasmado.
RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL
PARTE 15
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!