RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 14

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE XIV

Cláudio procura se refazer da emoção que sentiu com aquele beijo dado em Mônica que nem ele esperava e sai do quarto. No corredor, encontra-se com Bárbara que vem a seu encontro.

- Oi, Bárbara.

- Você vai com Tânia para São Paulo?

- Quem te disse isso?

- Minha filha.

- Ela quer isso, mas eu disse a ela que vou pensar. Não é nada certo ainda. Mas eu penso que vai ser melhor pra ela.

- Melhor como, Deus do céu? Vocês não conhecem ninguém nem nada lá, Cláudio.

- Se não der certo, nós voltamos, mas não é certo que será São Paulo, Bárbara. Ela só quer sair daqui.

- E o orfanato? Você vai deixar tudo agora que está indo tudo tão bem?

- Você encontra outra pessoa pra colocar no meu lugar.

- Você não quer ir. Eu te conheço. Está só querendo satisfazer um capricho dela.

- Pode até ser, mas eu acho que devo isso a ela. Em outra cidade quem sabe até a gente pode pensar em outro bebê...

- E eu vou ficar longe da minha filha por quanto tempo, Cláudio?

- O tempo suficiente pra você e o Jorge irem à Europa, se divertirem muito e voltarem cheios de novidades pro Brasil. Pense no lado positivo disso, Bárbara. Você e o Jorge poderão ter uma nova lua de mel. Vocês não estavam me cobrando isso?

- Depois que Tânia perdeu o bebê, ele está mais desanimado que nunca.

- Cabe a você animá-lo. Eu sei que você pode.

- Ele está com ela no quarto.

- Jorge está aí?

- O Jairo também. E é até uma ironia o que está acontecendo com eles. Um perdeu o neto que tanto queria e o outro vai ter um neto sem querer. Eu não consigo entender mais nada. Eu nunca esperei isso de Mônica. Era tão ajuizada. Tão correta. Ela nem fala mais comigo direito. Eu gostaria muito de saber quem foi o canalha que fez isso com ela. Você poderia perguntar pra ela.

- Eu?

- Vocês são tão amigos.

- No trabalho... Não somos... tão íntimos assim. Eu não posso me intrometer na vida particular dela, Bárbara. E o médico dela é o Miguel, só que eu acho que nem ele falaria. Seria antiético.

- Você não tem nem ideia?

- Não, não tenho... ele sente um aperto no peito por estar mentindo para ela.

- Ah, me desculpe por estar aborrecendo você com esse assunto. Você não tem nada a ver com isso. Tânia disse que já pode ir pra casa. Pode mesmo?

- Miguel não deu alta pra ela ainda, mas ela não quer ficar aqui.

- Eu vou levá-la pra minha casa, posso?

- Pode... Se ela quiser... Eu acho até melhor ela ficar com você, se não for te atrapalhar... Você tem a Gina que pode ajudar...

- Claro que não, ela é minha filha e você é o genro mais maravilhoso que existe, ela diz beijando seu rosto. – Vamos até o quarto dela? Assim você desamarra de vez a cara do Jorge.

- Eu tenho que dar uma chegada no meu consultório. O Arnaldo vem falar comigo daqui a pouco, você podia pedir pro Jorge e o doutor Jairo irem até lá... por favor.

- Tudo bem, a Tânia vai ter que se trocar mesmo pra ir pra casa.

- Obrigado.

Ela se afasta e ele vai para seu consultório.

Jorge e Jairo vão até lá em seguida e é a primeira vez que genro e sogro se encontram depois do que aconteceu. Jorge ainda está muito abalado e Jairo, percebendo isso, resolveu ir com o irmão.

- Bom dia, dizem os dois ao entrarem no consultório.

Cláudio se levanta e responde:

- Bom dia, doutor Jairo. Oi, Jorge.

- Como vai, Cláudio? - Jorge cumprimenta seco.

Os dois se sentam diante da mesa. Cláudio olha para o sogro.

- Eu ainda não falei com você, Jorge, mas... eu quero dizer que... sinto muito... por tudo...

- Ah, não precisa pedir desculpas... Você não pode ser responsável por tudo que acontece com a minha filha, mas... eu soube que vocês vão para São Paulo.

- É... Foi uma ideia que ela teve, mas eu pretendo pensar nisso só depois que o Wagner voltar de Londres. O que eu espero que seja ainda esse mês.

- Tem falado com ele?

- Falei uma vez só, mas ele está bem.

- Tânia lhe falou da nossa casa em Santos?

- Falou, mas eu não acho que vamos pra lá, não.

- Por que não?

- Eu pretendo... alugar um apartamento na capital, caso saia mesmo de Casa Branca. Desculpe, mas... eu prezo muito pela minha independência e... acho melhor assim.

- Você é quem sabe. Se resolver mudar de ideia, a casa é de vocês.

- Muito obrigado, Jorge, mas, no momento, eu só quero que você não fique magoado comigo. Eu sinto de verdade tudo que aconteceu.

Jorge dá um sorriso triste e diz:

- Eu acho que estou ficando velho. Meu destino é ter um neto paulistano. Vocês vão me trazer um de lá, não vão?

- Se Deus quiser assim...

- Então nós vamos indo, não é, Jairo?

Os dois se levantam.

- Doutor Jairo, eu posso ter uma palavrinha com o senhor? - Cláudio pergunta e Jairo volta a sentar-se.

- Claro.

- Eu te espero aí fora, diz Jorge.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 14

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 03/03/2018
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