RP - UM SONHO POSSÍVEL - PARTE 11

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE XI

Cláudio fica olhando para Tânia imaginando que não tem mesmo saída. Não tem como ir contra a vontade dela.

- Você deve ter passado a noite toda pensando nisso, não foi?

- Não, não passei a noite toda. Passei esse último ano. E se você não tivesse feito o que fez, talvez eu nunca te propusesse isso. Estava só esperando um deslize seu. Eu via todo dia você se afastar de mim lentamente e se aproximar dela. Você acha que eu não percebia? Aquela amizade nojenta entre meu marido e minha prima que acabou dando no que deu. Eu sentia que aquilo não era só devido à convivência pelo trabalho. O ciúme que dava origem às nossas brigas tinha fundamento, não tinha?

Ele não responde.

- Por mais... certinho que você fosse, ela conseguiu te enredar de uma forma que você caiu diretinho. Foi ela que te seduziu pra te roubar de mim.

- Não aconteceu desse jeito. Se você tivesse me dado o desquite quando eu pedi... nada disso teria acontecido. Não foi premeditado nem por mim nem por ela...

- Não se justifica! Você me traiu! Vocês dois me traíram.

- Eu não quis que nada disso acontecesse. Em qualquer lugar que a gente viva junto, nada vai mudar. Eu não te amo mais.

- Se é que um dia me amou...

- Amei... muito, e você sabe disso, mas era um amor diferente do que meu pai e os seus esperavam, mas na época a gente foi sendo levado pelos desejos deles e... acabou nisso.

- Então eles precisam saber do erro que eles cometeram.

- Não adianta mais. Não do jeito que você quer fazer. Eu não quero que eles saibam por causa de uma vingança sua.

- Mas eu não quero vingança. Eu quero justiça. Eu quero que você pague pelos oito anos da minha vida que você jogou no lixo junto com a aliança.

- Se você quer dar um desgosto desses pro seu pai, tudo bem, mas eu quero conversar eu mesmo com meu pai. Eu quero que ele saiba por mim e proíbo que você passe a sua versão deturpada pra ele.

- Não... Você não está em condições de me proibir de fazer nada. Ou você decide ir comigo pra longe daqui ou vai tudo pelos ares, do jeito que eu quero.

Cláudio dá as costas e sai do quarto, nervoso. Diana o vê saindo daquele modo e pergunta:

- Que foi? Ela piorou?

Ele encosta-se à parede e tenta conter o nervosismo.

- Que foi, Cla? - ela pergunta segurando sua mão.

- Nada. Vamos descer. O papai já deve estar aí embaixo esperando você.

Ela acompanha o irmão, sabendo que não é boa ideia falar com ele agora.

No andar térreo, Lopes está encostado no balcão da recepção. Cláudio se aproxima dele e aperta sua mão.

- Oi, bom dia, Lopes. Cadê meu pai?

- Ficou esperando na caminhonete. Você sabe que ele não entra aqui. Ele odeia hospitais. Vamos embora, Diana?

Ela olha para o irmão com cara pidona. Cláudio não lhe dá atenção e sai do prédio. Vai com Lopes até a caminhonete falar com o pai.

- Oi, pai, ele cumprimenta, encostando-se na janela do veículo.

- Bom dia, filho. Não entrei, porque odeio o cheiro de formol que tem dentro daquele lugar. Formol no meu nariz, só quando eu morrer.

- Não diz besteira.

- A Tânia está aí ou no Santa Mônica?

- Aqui. O Santa Mônica é só pra Cardiologia e Oncologia, esqueceu?

- Pra mim dá no mesmo, é hospital. Ela está bem?

- Está.

- Mande um beijo meu a ela. Magda também mandou e disse que vai vê-la, quando estiver em casa. Diana, sobe na caçamba. Vamos embora.

- Deixa ela ficar, pai, Cláudio pede. - Eu ainda preciso da ajuda dela mais um pouco.

Diana se abraça ao irmão, felicíssima.

- Eba! - diz baixinho.

- Que é que ela fez pra conseguir isso? No que a Diana te ajuda?

- Eu levo ela pra fazenda à tarde.

- Tem certeza?

- Diz pra Magda ficar tranquila.

- Você é quem sabe. Eu tenho que ir. Tchau filho, fica com Deus.

- Vai com Ele, pai. À noite a gente conversa mais.

- Juízo, menina, Leonardo recomenda à filha.

Cláudio beija o pai no rosto e a caminhonete se afasta. Ele volta para o prédio com a Diana enganchada em sua cintura.

- Obrigada, obrigada, obrigada... ela canta baixinho.

- Se você não me obedecer, eu te mato... ele canta também no mesmo tom.

- Pode deixar, ela termina aquela canção diferente.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 11

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 02/03/2018
Reeditado em 02/03/2018
Código do texto: T6268358
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.