RP-UM SONHO POSSÍVEL-PARTE 8

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE VIII

A enfermeira Beatriz coloca o interfone no lugar e apenas sorri, encolhendo os ombros para seguir a brincadeira.

- Eu acho que você está enganada, Diana. Não tem ninguém com esse nome aqui.

Ela cruza os braços e não diz mais nada, pois sabe que aquilo vai longe se depender dele. O médico acaba sorrindo e segura sua mão.

- Eu vou tentar achar alguém que corresponda a quem você quer encontrar. Como ele é? É careca, feio e anda sempre de preto feito um cantor de rock?

- Tudo ao contrário. Ele é lindo, não é careca e anda sempre de branco. Ele é médico como você!

- Médico? Mas aqui não tem nenhum médico!

- E você não é médico?

- Eu?! Não, devem estar te enganando.

Essa conversa é tida no percurso entre a recepção e o consultório de Cláudio. Eles entram na sala de espera e Miguel pergunta a Regina.

- Rê, você conhece alguém chamado... Cláudio por aqui?

A moça sorri e responde:

- Por acaso tem um trabalhando aí dentro, e por enquanto está desocupado, mas só por enquanto.

- Não falei? - Diana diz. – Oi, Regina!

- Oi, Diana.

Ele sorri e beija o alto de sua cabeça.

- A gente pode entrar, Regina?

- Podem. Ele pediu quinze minutos pra analisar uma radiografia, mas está desocupado. A próxima consulta dele é daqui... vinte minutos.

Eles entram no consultório.

- Cláudio, tinha três lobos maus atrás da sua irmã no corredor do hospital.

Cláudio se volta e olha para eles.

- Só três? Deixa eu adivinhar... Um deles se chamava Miguel?

- Como você sabe?

Diana se aproxima do irmão e o abraça e beija. Cláudio passa o braço em volta de sua cintura. Miguel olha para a chapa que ele analisava e pergunta:

- Isso é um braço de criança?

- É...

- Como ele quebrou? Caiu da bicicleta?

- Antes fosse. O pai espancou o menino.

- O pai?

Cláudio olha para a irmã e desconversa.

- Depois a gente conversa.

Ele desliga a luz do visor e se volta para Diana.

- Com quem você veio, Didi?

- Com o papai.

- O papai está na cidade?

- Deve estar. Ele veio fazer as compras do mês pra mamãe no supermercado do Beto e disse que depois ia passar no banco com o Lopes e ia demorar. Eu tive só duas horas de aula hoje e pedi pra vir pra cá te ver. Quase que ele não deixa. Você está muito ocupado?

- Um pouquinho. O de costume. Por quê?

- Porque eu ia pra casa da tia Bárbara, se você estivesse.

- A tia Bárbara está aqui no hospital com a Tânia. Ela não está em casa.

- Ah, é... Eu me esqueci disso...

- Mas você pode ficar aqui um pouco. Mais... - ele consulta o relógio -...uma horinha e eu desocupo. Eu acho que foi até bom você ter vindo. Eu quero te apresentar a uma pessoa.

- Que pessoa?

- Não vou dizer agora. Vá tomar um suco no refeitório com o lobo mau aí. E eu já desço. Você faz as honras, lobo Miguel?

- Com todo prazer, caçador Cláudio. Vamos, senhorita, Chapeuzinho Dourado? - Miguel estende o braço para ela segurar.

Os dois saem e Cláudio continua atendendo as mães. Uma hora depois, desce e vai se encontrar com Diana no refeitório. Ela está conversando animadamente com Paulina, a copeira da cozinha, e Beth.

- O Miguel te deixou sozinha? - ele pergunta, abraçando-a pelas costas.

- Ele teve uma emergência e deixou ela comigo, diz Beth.

- Mas eu podia ter ficado sozinha. Já sei me cuidar.

- Ah, claro. Você é praticamente uma mulher emancipada, diz ele, piscando para Paulina e Beth. - Vamos conhecer aquela pessoa? Obrigado, meninas.

Ele a segura pela mão e os dois vão até o quarto trinta e nove. O quarto de Alberto.

Quando entram, encontram Leda e Mônica com o menino, que sorri e conversa com as duas, animadamente.

- Essa eu não conhecia, diz Mônica. – Onde você aprendeu?

- Minha mãe me ensinou.

Eles param de conversar quando Cláudio e Diana entram.

- Estou vendo que estamos fazendo progresso aqui, diz Cláudio se aproximando do garoto. – Oi, Alberto.

- Oi, ele diz sério, mas calmo.

- Está melhor?

Ele acena afirmativamente com a cabeça.

- Ele melhorou muito, doutor, Leda diz. - A Mônica tem mesmo jeito com criança. Eles viraram melhores amigos com dez minutos de conversa.

- Eu não fiz nada. Ele estava só com um pouquinho de dor ontem. Ninguém gosta de conversar com dor, não é, Alberto?

O menino abre um largo sorriso para ela e confirma. Cláudio vê no gesso dele a letra M desenhada.

- Já tem até autógrafo no gesso?

- E ele quer que todo mundo escreva depois, pra ficar bem radical, ela diz, tentando descer da cama.

Cláudio a ajuda, pois é muito alta. Ao segurá-la pela cintura, sente a pequena barriga que já começa a se fazer notar e olha para ela rapidamente.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 8

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/03/2018
Reeditado em 25/11/2018
Código do texto: T6267402
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