RP-UM SONHO POSSÍVEL-PARTE 5

UM SONHO POSSÍVEL

PARTE V

Duas horas da manhã. Cláudio está de plantão naquela noite. Como a noite está tranquila, ele tenta descansar um pouco em seu quarto, mas como não consegue dormir, levanta-se. Lembra-se da aliança que ainda está no bolso da camisa e a tira de lá. Fica olhando para ela e resolve que não pode mais ficar com ela no bolso. Vai até sua mesa, abre a primeira gaveta e a coloca lá, fechando a gaveta em seguida. Suspira levemente e sai do consultório.

O hospital está em completo silêncio. Com exceção da presença de alguns atendentes, das enfermeiras e médicos de plantão como ele, o lugar está tranquilo.

Ele se aproxima do balcão da recepção onde Beth está conversando com Leda.

- Não consegue dormir, doutor? - Leda pergunta, sorrindo.

- Não, e não é por falta de cansaço. Acho que eu virei morcego.

- Quer um café? - Beth pergunta.

- Quero.

Ela apanha a garrafa térmica debaixo do balcão e o serve de um copo. No mesmo momento, eles ouvem o barulho de uma ambulância chegando na emergência. Pela porta entram dois enfermeiros empurrando uma maca com um garoto desacordado e muito machucado.

Cláudio se aproxima e pergunta.

- O que foi isso?

- O garoto levou uma surra do pai, diz um dos rapazes.

- Ele não está morto, está? Cláudio pergunta, já colocando os dedos na garganta do menino para sentir sua pulsação.

- Está só desmaiado, diz Breno.

Cláudio faz um pequeno exame no garoto e constata:

- O pulso dele está bem fraco. Um braço quebrado, um olho roxo, o corpo cheio de hematomas... Que tipo de animal é o pai dele? Vocês o viram?

- Vimos. Foi por isso que nem ficamos pra ver se ele autorizava ou não trazer o menino pra cá. O homem é enorme. Ficou lá berrando pelo filho.

- Levem ele pra sala de emergência. Rápido! Pode ter quebrado mais alguma coisa. Leda, o Alonso está aí? Se estiver, chama ele.

- Sim, senhor.

- Beth, me ajuda aqui.

O garoto é levado para a emergência e, felizmente não há nada de mais grave com ele, além do braço quebrado. Ele é logo levado para um quarto e lhe colocam uma roupa limpa.

- Ele deve ter uns seis anos, diz Beth, acariciando a mão do garoto, penalizada.

- A gente tem que avisar o Arnaldo pra verificar isso. Esse cara tem que ser detido imediatamente, diz Alonso, médico ortopedista, também no quarto com ela e Cláudio.

- Eu vou pedir pro Breno ir até lá, diz Beth. - Ele sabe o endereço.

- Faça isso, Beth, obrigado.

Beth sai. Cláudio coloca a mão na testa do garoto e constata que ele não está com febre. Afasta o cabelo de seus olhos e ele começa a acordar e olhar em volta. Olha para Cláudio e Alonso com olhos assustados.

- Oi... Está se sentindo melhor? Cláudio pergunta com voz tranquila.

Ele não responde. Seus olhos fitam Cláudio, quase sem piscar.

- Você está sentindo alguma dor? - Alonso pergunta.

Sem resposta.

- Se você não quiser ou não puder responder falando, mexa só com a cabeça, tá?

Alguns segundos de hesitação e o garoto responde afirmando, apenas movendo a cabeça levemente. Cláudio sorri.

- A gente está aqui pra ajudar você. Você está sentindo dor?

Resposta negativa, mas hesitante.

- Uma dor pequenininha?

Afirmativa.

- Onde? No braço?

Nova afirmativa.

- Vai passar logo. Meu nome é Cláudio e esse é o Alonso. Você não quer tentar dizer o seu? Assim a gente pode te chamar pelo nome. Você tem um nome, não?

Sem responder, o garoto vira o rosto para o outro lado e o cobre com a mão sadia.

- Não quer conversar comigo?

Ele responde negando bruscamente.

- Tudo bem. Eu vou pedir pra uma enfermeira trazer alguma coisa pra você comer. Está com fome?

O menino confirma.

- Eu volto já.

Cláudio e Alonso saem do quarto.

- Ele está muito assustado ainda, Alonso. Eu vou pedir pra Leda trazer alguma coisa pra ele comer e tentar conversar com ele o quanto puder, mesmo que ele não fale nada.

- Ótima ideia. Talvez uma mulher seja uma figura diferente do pai. Pode ajudar.

- Pode voltar pro seu trabalho. Obrigado.

- De nada. Boa sorte com o garoto. Eu volto mais tarde pra ver como ele está.

- Obrigado.

O delegado Arnaldo vem até o hospital e fica a par do caso. Conversa com Cláudio e com os rapazes que estavam na ambulância.

- Eu vou até a casa dele com o Breno e o motorista da ambulância.

- Quer que eu vá também? - Cláudio pergunta. – Eu gostaria de conhecer a fera que fez aquilo com o menino.

- Ele disse alguma coisa sobre o que aconteceu?

- Não, está assustado demais pra falar qualquer coisa, mas eu posso imaginar como foi.

- Você é quem sabe.

RETORNO AO PARAÍSO – UM SONHO POSSÍVEL

PARTE 5

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Velucy
Enviado por Velucy em 28/02/2018
Código do texto: T6266488
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