RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 41

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XLI

Já na mansão, Gart, sozinho no alojamento com Wagner, diz:

- Você fez muito mal discutindo com ele. O Teo é o braço direito de Mr. Russel. É o chefe da guarda. A palavra dele é importante dentro da casa e fora dela.

- Estou pouco ligando pra isso. Se a dele é, a minha é mais. Nem eu nem você temos nada a perder com isso... Ou temos?

- Não, mas é justamente por não ter nada a perder que eu quero evitar confusão. Eu não gosto de ter privilégios que os outros guarda-costas não têm. E o pior é que eu tenho, não sei porque... mas tenho.

- Como assim?

- Não sei. Você ouviu o Teo dizer que eu faço o que quiser quando quiser. Eu não ligo pro que ele diz. Mas as ordens de Mr. Russel são sempre mais dirigidas diretamente aos outros rapazes do que pra mim. Ele nunca me manda fazer nada especificamente. Eu faço, porque... acho que é a minha função, para ajudar os outros. O Teo já percebeu isso e eu procuro me livrar de brigas com ele, simplesmente ignorando as provocações dele.

- Pode ser assim com você, comigo não. Tem alguma coisa queimando aqui no meu rosto que eu não vou sossegar enquanto não devolver pra ele.

- Eu sinto muito pelo soco que ele te deu lá no Brasil. A gente não imaginava que ele fosse fazer isso, senão teríamos impedido. Era pra ser tudo só encenação. Ninguém foi com intenção de machucar você. Todo mundo estava sabendo que você era muito importante pro Mr. Russel.

- Não tem problema, mas um dia eu vou devolver. Ah, se vou.

- Eu não aconselharia, diz Gart, sorrindo. – Ele briga muito bem e é mais pesado que você.

- Eu já percebi isso. Mas eu dou meu jeito. Tamanho não é documento.

Batem na porta já aberta e Linda aparece.

- Oi, Linda. Entra.

- Mr. Russel está chamando você... e você também, Wagner.

Gart e Wagner se olham, já imaginando o que seja. Wagner esfrega as mãos.

- Vou lavar a égua!

- Vai o quê? - Gart pergunta.

- Nada... Depois eu te explico. Vamos lá. Eu acho que o seu futuro maridinho, além de muito valente é um grande fofoqueiro, Linda.

- Ele tem que dar satisfação de tudo que acontece, quando sai a serviço. Seja coisa boa ou ruim. Vocês devem ter feito alguma coisa grave.

- Ele não te contou?

- Não é a mim que ele tem que dar satisfação.

- Então não case com ele. Provavelmente não vai ser um marido fiel.

Wagner passa por ela na porta e se adianta na direção da casa. Linda segura o braço de Gart e pergunta:

- Está tudo bem?

- Está... Não se preocupe.

Mr. Russel está esperando pelos dois no living, muito contrariado. Quando Wagner entra primeiro já tem a intenção de começar a falar, mas o velho levanta a mão e o impede. Olha para ele de modo muito severo. Wagner engole o que ia dizer e espera. Mr. Russel coloca as duas mãos unidas nas costas. Wagner respira fundo e fica muito tranquilo. Quando Gart chega, Mr. Russel começa:

- Eu quero saber o que aconteceu, detalhe por detalhe. Eu não mandei você pra rua pra arrumar intrigas. Foi uma missão simples. E se soubesse que ia acontecer isso, não teria mandado você.

Stanley aponta o dedo bem perto do nariz de Wagner.

- Não aconteceu nada, vovô.

- Não foi o que o Teo disse.

- E o que ele disse?

- Que você e Gart não quiseram acatar as ordens dele. Eu admito que isso não é um dever seu, mas Gart sabe muito bem que é um subordinado dele e lhe deve obediência.

- Obediência cega?

- Eu disse obediência. Eu não mandei ninguém matar ninguém. Foi uma ordem simples. Não custava ser obedecida. Teo é meu motorista e chefe da guarda. Sabe o que faz, portanto todos devem fazer o que ele manda, como se fosse eu que estivesse mandando. Ele disse que Gart o desobedeceu numa ordem direta e que você o defendeu.

- Gart não fez nada disso, vovô. Apenas não quis entrar no orfanato. Quem discutiu com o Teo fui eu.

Mr. Russel se volta para Gart.

- Isso é verdade?

- (Sim, senhor, mas...)

- Eu não quero ouvir mais nada, mas não quero que isso se repita, entendeu?

- (Sim, senhor...)

- Por que ele não pode falar? Ele tem o direito de se defender.

Mr. Russel se volta para ele soltando faíscas pelos olhos e diz:

- Porque eu não quero que ele fale! Você vai querer discutir comigo também?

Wagner se cala, desarmado pelo tom de voz do velho. Mr. Russel volta-se para Gart.

- Você pode sair. Não volte a fazer o que fez hoje. Se não quiser ir a algum lugar que eu mande, venha e me diga. Nenhum de vocês é obrigado a fazer nada que não queira fazer. Mas eu não quero que discutam com o Teo. Não quero. Bem entendido?

Gart confirma e sai. Wagner vai segui-lo, mas o avô o impede apenas com uma palavra.

- Não!

Ele para e volta, bufando..

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 41

OBRIGADA E BOA NOITE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

ESTOU CHEGANDO DE CASA BRANCA AGORA!

OBRIGADA. SENHOR!

Velucy
Enviado por Velucy em 25/02/2018
Código do texto: T6264166
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