RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 39

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XXXIX

Mr. Russel sorri quase que imperceptivelmente.

- Lá na biblioteca há vários livros empilhados. Você já deve ter percebido...

- Vi, sim, senhor...

- São muitos livros, quase cem, de todos os tamanhos e títulos variados. Não cabem mais na minha biblioteca. Meu filho comprava muitos livros e muitos deles, ele nem chegou a ler... infelizmente. Eu vou doar todos para uma instituição de caridade. Ali tem quase cem libras em livros e eu queria que Linda os levasse até lá, com a ajuda dos meus homens.

- E para onde eles vão?

- Linda sabe o endereço. Teo também. Quero que isso seja feito na primeira hora, amanhã.

- Eu posso ir junto?

Mr. Russel dá de ombros e responde:

- Se quiser... A instituição é o orfanato Saint Laurent, no East End. Eles vão reverter os livros em dinheiro e isso vai ser de grande ajuda. Eles precisam muito.

- Será feito. Só isso?

- Sempre gosto que Linda faça esse tipo de coisa pra mim. Ela tem muito jeito pra essas coisas. Teo é muito des... como é mesmo a palavra? Desa...

- Desajeitado?

- Isso. Você conhece alguma coisa obre orfanatos?

- Mais ou menos... A sogra do meu irmão tem um e ele é o diretor de lá.

- Mesmo? Muito bom. E o orfanato é grande?

- Abriga mais ou menos trezentas crianças, não sei ao certo.

- E se sustenta com o quê?

- Bem, a dona Bárbara começou com o dinheiro dela e depois o pessoal mais cheio da grana da cidade começou a ajudar, principalmente os donos de lojas, armazéns, os banqueiros e fazendeiros... Eles contribuem com quantias expressivas todo mês e o orfanato se mantém assim.

- Seu pai contribui?

- Cada quinzena. O leite que as crianças tomam nas refeições vem da nossa fazenda também. Quer saber a quantia que ele doa?

- Não, não é necessário. Eu já percebi que hoje seu pai é um homem bom e caridoso, diz ele num tom irônico, que Wagner não gosta.

- Meu pai é um homem bom e caridoso sim e eu me orgulho dele.

- Claro, você está muito certo. Agora vá avisar os rapazes que eu quero que isso seja feito bem cedo amanhã.

- Sim, senhor.

Mr. Russel volta a ler os papéis, dando a conversa por encerrada.

- O senhor... não vai dormir?

- Não estou com sono.

- Já está meio tarde. Eu poderia ajudá-lo a se deitar...

- Não sou criança. Eu sei me deitar sozinho.

Wagner suspira e fica ainda olhando para ele. O velho percebe que ele ainda está ali e olha para ele.

- Boa noite, Wagner. Pode ir...

- O senhor devia ir se deitar...

- Já disse que estou bem. Pode ir. Boa noite.

Wagner se aproxima dele e beija sua mão.

- Good night, greatpa...

Stanley olha para ele e sorri.

- God bless you, son.

Wagner sorri também e sai do quarto, mais leve. Desce e vai dar o recado aos rapazes.

No dia seguinte bem cedo, Wagner, Gart, Neil, Bob e Teo estão a caminho do orfanato Saint Laurent em East End. Teo vai ao volante.

Como todos estão ainda com sono e não têm vontade nenhuma de conversar sobre nada, Bob começa a cantar baixinho uma canção do sul dos Estados Unidos de onde veio. Como ninguém tem nada pra falar, todos o ouvem em silêncio. Ao final da canção, todos o aplaudem, até Teo que tira as mãos do volante e assobia alto.

- Cuidado aí, cara, quer matar todo mundo? - diz Wagner.

- Não, garoto, pode ficar sossegado. Hoje eu estou muito feliz.

- E pode-se saber por quê?

- Eu faço questão que todos saibam: eu vou me casar.

- (O quê?!) Neil pergunta.

- (Eu vou me casar, Neil.).

- Nós vamos falar em inglês ou em português, afinal? - Wagner pergunta.

- A maioria vence, fala Teo.

- Então temos um impasse aqui... o Gart...

Gart, que está sentado exatamente atrás de Teo, faz um sinal para Wagner não dizer nada sobre o fato de ele falar português.

- Que tem o Gart? - Teo pergunta.

- Eu já ouvi o Gart falar uma palavra em português.

- (Mas nós entendemos português.), diz Bob. – (Vocês podem falar, a gente só ouve. Se não entendermos alguma coisa, vocês traduzem. Você falou de casamento, Teo?)

- Isso mesmo. Eu vou me casar com a Linda em janeiro. Ficamos noivos ontem. Já marcamos a data: cinco de janeiro.

- Mas... ela vai deixar o meu avô?

- Não. A gente casa e continua morando na mansão. Continua tudo igual só que estaremos casados.

- Meus parabéns! Como eu disse ontem, você é um homem de sorte, diz Wagner.

Teo olha feio para ele pelo retrovisor. Wagner se lembra da recomendação.

- Desculpe. Saiu sem querer.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 39

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 23/02/2018
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