RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 30
ERA UMA VEZ... EM LONDRES?
PARTE XXX
Cláudio se aproxima de Tânia e coloca a mão sobre sua testa, começando a chorar.
- Quer ficar sozinho com ela? - Miguel pergunta.
Ele nega.
- Quem cuidou dela então?
- Foi o Júlio...
- O Júlio? Mas...
- Não quero falar sobre isso agora, Miguel...
Cláudio ajeita o cobertor sobre ela e lhe dá um beijo na testa.
- Aquele... grande segredo que você não queria dizer nem pra mim... não é mais segredo. Ela já sabe de tudo... Eu já sei de tudo...
- O quê?
- O bebê da Mônica... Ela já sabe que é meu... não é?
Miguel não responde. Cláudio olha para ele.
- Não vai dizer nada?
- Eu não tenho o que dizer. Sou só o médico dela. Converse sobre isso com a Mônica.
- Ela está aqui?
- Estava organizando o arquivo da pediatria...
Cláudio ia sair da sala, mas Miguel diz:
- Ela vai viajar no final desse mês pra Europa. Já conversou com o pai e tudo.
- Europa?
- É... Vai ficar por lá até as coisas se acalmarem por aqui e todo mundo se esquecer do fato.
- Ela não pode fazer isso...
- Acho que nem você está em posição de impedi-la de nada.
A porta se abre e Mônica entra. Quando ficou sabendo que a prima tinha dado entrada na emergência, apressou-se a ir vê-la. Aproxima-se dos pés da cama e fica olhando para ela, sinceramente emocionada.
Miguel percebe que está sobrando e resolve sair do quarto.
- Qualquer problema, me chame, mas ela vai dormir um bom tempo.
- Não precisa sair, Miguel, Mônica diz. – Eu não vou ficar muito tempo.
- Eu já terminei o que tinha que fazer. Ela não está sozinha. Até mais.
Miguel sai. Mônica se aproxima de Tânia pelo outro lado da cama e coloca mão sobre a dela.
- Eu soube... que ela perdeu o bebê... Eu sinto muito... de verdade...
Cláudio não diz nada. Ela olha para ele.
- Logo... sua vida vai voltar ao normal. Eu vou viajar pro exterior e tudo vai ficar bem...
- Tudo o quê? Você vai tirar de mim meu outro filho também? É essa a sua ideia de normalidade? Você é mais criança do que eu pensei que fosse.
Mônica não sabe o que dizer.
- Mas ainda é a criança adorável por quem eu me apaixonei. Eu não posso deixar que você vá embora e assuma tudo sozinha.
- Você prometeu pra mim não tocar mais nesse assunto...
- E você quer que eu fique olhando pra tudo isso de boca fechada? Ela já sabe de tudo. Está na hora de todo mundo saber também.
- Não!
- Então sai daqui. A gente precisa conversar e essa não é a hora, nem o lugar certos. Só te faço uma pergunta... de novo. Você se arrependeu?
Mônica olha para Tânia e responde sem olhar para ele:
- Acho que sim... Eu te disse isso naquele dia...
Cláudio fecha os olhos e as mãos que estão sobre a cama.
- Eu não acredito...
- Eu sinto muito. O melhor que você faz agora é me esquecer e cuidar da sua mulher.
Mônica sai do quarto. Ele olha para a aliança no dedo da mão esquerda e começa tirá-la apenas com a ajuda do dedo polegar. A jóia sai com alguma dificuldade, mas ele a retira e começa a girá-la entre os dedos, colocando-a em seguida no bolso da camisa. Olha para Tânia mais uma vez, beija sua testa e sai do quarto.
Vai até o orfanato falar com Bárbara.
Quando o carro dele entra pelo portão principal, um bando de crianças, com idade média de oitos anos, cerca o carro por todos os lados, fazendo grande algazarra, pois já conhecem o veículo. Cláudio desce do carro e segue, cercado por elas, até a porta de entrada.
As irmãs já conhecem essa rotina e o recebem também com alegria, fazendo o possível para acalmar os pequenos minimamente, para que ele possa entrar no prédio. Eles sequer prestam atenção em seus pedidos. Só se acalmam quando ele promete voltar logo e ficar com eles alguns minutos, depois. Com essa promessa, todos se acalmam e voltam a brincar. Cláudio consegue entrar e vai direto à sala de Bárbara.
Ela está com um casal que veio disposto a adotar uma das crianças. Ele bate à porta e a abre, colocando a cabeça para dentro da sala:
- Posso falar com você agora ou volto depois?
- Não, entre, Cláudio. Já terminamos.
Ele entra e ela o apresenta ao casal que veio para adotar Élcio, um garoto paraplégico de cinco anos, que está no orfanato há dois anos.
RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?
PARTE 30
OBRIGADA E BOM DIA!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!