RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES - PARTE 19
ERA UMA VEZ... EM LONDRES?
PARTE XIX
- Seu irmão não é filho de minha neta, declara Mr. Russel.
Wagner olha para o velho chocado.
- O que?!
- Cláudio Valle não tem o mesmo sangue da minha Christy. Ele foi levado pelo seu avô para que ela o criasse.
Wagner sorri nervoso e se apoia na mesa sentindo uma vertigem. Fecha os olhos e respira fundo, tentando se restabelecer. Mr. Russel se volta para o mordomo.
- Water, please, Julian.
Julian sai da sala e volta em seguida com uma jarra de água e um copo que enche e coloca diante de Wagner. O rapaz toma uma pequena quantidade com as mãos tremendo.
- O senhor está dizendo é... que meu irmão... não é meu irmão?
- Eu não disse isso. Eu disse que ele não é filho da minha neta, sua mãe. É filho do seu pai com outra mulher e seu avô, com pena dele, o levou para que seu pai o criasse quando Leonardo já era casado com Christy. Mas essa é uma história muito longa. Foi pra isso que eu o trouxe aqui. Pra você saber quem é na verdade o seu pai. Tome o seu café, tente se refazer. Depois nós conversamos. Nós temos muito que conversar.
Mr. Russel se levanta e se afasta dele. Cruza com Linda voltando com uma bandeja e diz baixinho.
- Cuide que ele se acalme, Linda. Eu volto em duas horas. Quero almoçar com ele. Bartley vai chegar logo. Diga a ele que eu estou no escritório.
- Sim, senhor.
Ela se aproxima da mesa e senta-se ao lado de Wagner que está pálido e na mesma posição. Ele olha para ela e pergunta:
- Tem certeza de que isso não é um pesadelo?
- Tome seu café. Você está bem?
- Não... Pensei que fosse apagar agora. Se eu não estivesse sentado...
- Você deve ter tido uma queda de pressão. Coma alguma coisa. Vai ajudar.
Ela enche uma xícara com chocolate quente e coloca um pedaço de bolo num prato e deposita tudo a sua frente.
- Eu não sei se vou conseguir comer nada.
- Tente.
- Ele acabou de dizer... que meu irmão... não é filho da minha mãe, Linda!
Ela não diz nada.
- Já sei... você não pode falar nada... E ele, vai me colocar de molho novamente... Joga uma bomba na minha cabeça e vai me deixar de molho outra vez?
Wagner coloca as mãos no rosto e começa a chorar.
- Tente se acalmar e se alimentar um pouco.
- Vocês ingleses só pensam em comer? - ele diz, nervoso, enxugando o rosto e bebendo mais um gole de água.
- Eu sou portuguesa, mas penso muito nisso. Tem uma expressão brasileira que diz que saco vazio não para em pé e eu concordo plenamente com ela. Faça uma forcinha. Eu faço companhia pra você.
Ela começa a se servir de uma xícara de café.
- O seu namoradinho não vai entrar e...
- O Teo não manda em mim e não tem nada demais eu tomar café com você.
- Não sei não... Pelo jeito dele ele tem ciúme até de eu olhar pra você.
- Não pense nisso. Coma.
Ele acha melhor seguir seu conselho. Mas continua pensando no que acabou de saber.
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CASA BRANCA
Cláudio acorda às cinco horas do dia seguinte e olha para o lado na cama. Ouve o barulho do chuveiro no banheiro e deduz que Tânia já está tomando seu banho.
Ele sai da cama, pega roupas na mochila e vai para o quarto do irmão tomar seu banho também. Desce e vai até a cozinha onde Diana já está tomando café com a mãe e Matilde.
- Bom dia, meninas, ele diz, beijando as três.
- Bom dia! - respondem elas.
- Sente-se e tome seu café, diz Magda. – E a Tânia?
- Deve estar se trocando. Já, já ela desce. Eu vou querer só um cafezinho, Matilde. Papai já acordou?
- Está aí fora, esperando por você. Eu disse que você ia sair cedo hoje e ele só está te esperando pra ir pra lida.
Matilde lhe entrega a xícara de café que ele bebe rapidamente.
- Obrigado, Matilde. Diana, eu te espero lá fora. Tchau, Magda.
- Não vai nem comer nada?
- Não, eu como no hospital. Eu tenho que deixar a Tânia em casa, a Diana na escola e tenho que estar no hospital às oito. Beijo.
Ele sai e vai se juntar ao pai, a Lopes e aos peões todos em volta dele, no terreiro diante da casa grande.
- Bom dia, pai. Bom dia, pessoal.
- Bom dia, doutor! - respondem todos.
- Você queria falar comigo?
- Só quero que você ligue pra Londres e tente falar com o Wagner. Essa estadia dele naquela casa está me dando nos nervos. Cada minuto que ele passa lá parece que ele fica mais longe de mim ainda.
- Pode deixar. Eu ligo, mas acalma seu coração, pai. O Wagner está bem.
Diana sai com Magda e depois de beijar a mãe, corre para o carro do irmão. Tânia sai da casa também e se aproxima de Magda que segura sua mão.
- Tchau, Magda...
- Obrigada por tudo e... cuide-se e desse bebê. Você está muito pálida.
Tânia a abraça e beija seu rosto. Desce as escadas e olha para Leonardo.
- Tchau, seo Leonardo.
- Tchau, filha.
Ela passa por Cláudio sem olhar para ele e entra no carro.
- Que é que ela tem, filho? – Leonardo pergunta a Cláudio discretamente. – Vocês brigaram?
- Não... ela não dormiu muito bem.
- Cuide dela, rapaz. Meu neto está ali dentro.
- Pode deixar, pai. Tchau, gente.
RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?
PARTE 19
OBRIGADA E BOA TARDE!
DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!