RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 16

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XVI

Ao chegar diante de seu antigo quarto, onde sempre dorme quando pernoita na fazenda, Cláudio para e respira fundo porque sabe que a mulher está lá dentro e que o que está para fazer talvez decida o resto de sua vida.

Entra no quarto. Tânia está sentada na cama com um porta-retratos nas mãos.

- Você demorou, ela diz, sorrindo.

- Eu estava com a Diana no quarto dela, ele responde seco.

Cláudio começa a desabotoar a camisa e vai para o banheiro, lava o rosto e volta para o quarto, se enxugando.

- A Magda deixa esse quarto sempre do mesmo jeito desde que a gente se casou. Eu sempre gostei dessa foto sua. Eu lembro que, quando eu a pedi pra mim, ela não quis me dar. Disse que eu já estava levando o original e que era a única foto que tinha de você menino.

- Ela tirou uma do Wagner na mesma época. Está no quarto dele.

Ele tira a camisa, senta na cama e tira os sapatos. Tânia estranha o tom distante que ele tem na voz.

- O que você tem, amor? - ela pergunta, tocando seu ombro.

- Não me toca... - ele fala, sem olhar para ela.

Tânia recolhe o braço surpresa com aquela reação. Ele se volta para ela.

- O que você pretendia lá embaixo, falando aquelas coisas sobre a Mônica na frente do meu pai?

- Eu? Nada. Ele perguntou do tio Jairo e eu só quis...

- Jogar verde pra ver se ele entendia suas pistas venenosas, não é?

- Não, eu...

- Até quando vai isso? Eu cansei, Tânia. Meu pai é um homem muito inteligente, mas graças a Deus, ele não entendeu o que você jogou no ar pra tentar destruir a vida da sua prima e por consequência do meu irmão. Eu não suporto mais isso.

- Cláudio, eu não tive intenção...

- Teve, teve sim, até seus pais perceberam. Pra mim, já deu...

Ele se levanta e declara:

- Eu quero me separar de você.

Tânia quase fica sem fala quando ouve o marido dizer isso.

- O quê...?

- Eu já pedi outras vezes e você sempre nega, mas eu realmente não aguento mais. Eu quero o divórcio.

- Você não pode estar falando sério... Eu estou grávida, Cláudio.

- Eu sei... e infelizmente não posso mudar isso. Eu não sei se Deus... um dia vai me perdoar por ter te engravidado sem sentir nada por você ou se eu mesmo vou poder fazer isso, mas... meu filho vai ser sempre meu filho e vai ter de mim todo carinho que eu puder dar, mas eu não posso mais viver com você.

- Você não acha que vai ser fácil assim se separar de mim, acha? Ainda mais agora...

- Não sei. Eu não acho nada, mas eu não quero mais viver do lado de uma mulher que não me respeita nem como marido nem como homem!

- Eu te amo!

- Não, você não me ama! Você se acostumou comigo deitado do seu lado na cama por oito anos. E eu não te amo mais... há muito tempo... Você sabe disso... Foi você que esticou essa história até agora. Por mim, já teria terminado há muito tempo. Se chegamos a esse ponto foi porque você quis. A culpa não é só minha. Esse bebê também foi uma forma de me prender, você planejou isso, mas com ele ou sem ele, eu não quero mais estar casado com você.

Os olhos dela se enchem de água e as lágrimas rolam por seu rosto. Coloca o porta-retratos na beira da cama e o deixa cair no chão. Ele quebraria se não fosse o tapete. Cláudio vê isso e vai pegá-lo, colocando no mesmo lugar que estava antes.

- Eu mato você... ela sussurra.

Ele sorri.

- Faça isso... assim, eu não vou ter o trabalho de explicar tudo pra todo mundo.

- Eu me mato e ao seu filho.

Ele fecha os olhos e respira fundo.

- Que Deus te perdoe por esse pensamento, Tânia, mas eu sei que você não teria coragem... É covarde demais pra isso.

- Eu conto ao seu pai que...

- Para! Chega, Tânia! Eu não tenho mais medo das suas ameaças.

- Você não pode estar fazendo isso comigo...

- Não tinha que ser desse jeito, mas o que você fez lá embaixo foi a gota d’água. E tem mais... eu não quero escândalo aqui na casa do meu pai. Quando a gente chegar em casa, a gente conversa mais e você faz e diz o que quiser. Aqui não! Hoje a gente vai dormir no mesmo quarto, mas a vontade que eu tenho é de ir dormir no quarto do Wagner ou na cocheira junto com os cavalos. Só que eu acho que o pessoal não ia entender, portanto... se você ainda tem um pouco de respeito por si mesma e por essa criança que você está carregando... respeita pelo menos a casa do meu pai... e vamos dormir.

Ele apaga a luz do abajur e se deita de costas para ela. Tânia escorrega o corpo para debaixo dos cobertores e vira para o lado oposto, chorando baixinho.

- Amanhã a gente vai sair bem cedo - ele diz, já deitado.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 16

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A NÓS TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/02/2018
Código do texto: T6254686
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.