RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 13

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XIII

Leonardo e Cláudio descem. Durante o jantar, Jorge pergunta:

- Está mais calmo, Leonardo? Se convenceu de que seu garoto está bem?

- Eu tenho um filho de bom senso que consegue me tirar desses perrengues quando a minha cabeça não consegue pensar direito, ele diz, olhando para Cláudio.

- Se não fosse o Cláudio, esse maluco ia pegar a estrada e ir a Londres de bicicleta, diz Jorge.

- Não exagera, Jorge, diz Leonardo.

- É ou não é, Magda?

- O mérito não é meu, é dela mesmo, fala Cláudio. - Ela já tinha domado a fera quando eu cheguei.

- Isso é verdade, diz Bárbara. – E se fosse seu filho, Jorge, você faria a mesma coisa.

- Definitivamente hoje você está contra mim, hein, mulher! Em lugar de me ajudar... É claro que, se fosse uma situação realmente perigosa, eu faria o mesmo, mas esse não era o caso. O garoto está vivendo as mil e uma noites.

- Mil e uma noites que eu venho pedindo há vinte anos, Bárbara diz, sem tirar os olhos do prato.

- Depois que o nosso neto nascer, eu prometo a você que elas vão se realizar.

Bárbara ergue rosto com os olhos brilhando.

- Isso é sério?

- Eu venho planejando isso desde que Cláudio terminou a faculdade, que foi o prazo que ele deu pra isso acontecer e agora chegou o momento. Pare de resmungar isso no meu ouvido.

Bárbara dá um beijo no rosto do marido.

- Eu te amo, querido.

- Esse beijo quem merece é o Cláudio, diz Jorge. - É ele quem vai nos dar o neto, através da Tânia, lógico.

Bárbara joga um beijo em direção ao casal que está sentado imediatamente à frente deles e Cláudio pergunta:

- Quer dizer que a culpa dessa segunda lua de mel atrasada é minha?

- Mas já está perdoado, meu amor. Depois dessa novidade do meu marido, você merece o mundo inteiro.

- Mas vocês não precisam esperar ele nascer, fala Tânia. - Aproveitem agora a época de festas.

- Não ponha lenha na fogueira, filha, Jorge pede. - Época de festas é a mais corrida no jornal. Em julho do ano que vem já está bom.

- Pra mim está perfeito. Vou ter tempo pra me organizar, diz Bárbara. – Em época de Natal é bem difícil viajar. As minhas crianças precisam de mim.

- As suas crianças precisam de você sempre, Bárbara, diz Magda.

- Mas eu terei tempo de colocar alguém de confiança no meu lugar. Vai dar tudo certo.

- Mas, mudando de assunto, Jorge, eu senti o Jairo tão calado, triste mesmo. Saiu daqui quase sem se despedir da gente. Ele está passando por algum problema?

Jorge olha ligeiramente para Cláudio e novamente para Leonardo e mal consegue responder. Bárbara se antecipa:

- Trabalho... muito trabalho. Ele tem virado madrugadas no hospital, anda dormindo pouco e não anda se alimentando muito bem, Leonardo.

- Nem ele nem a filha, diz Tânia. - Ela até anda sentindo uns enjoos estranhos... A gente até chegou a pensar que ela estivesse com alguma complicação estomacal.

Cláudio olha para ela e franze a testa. Tânia sabe que está sendo observada por ele, mas sorri.

- A Mônica está doente? - Leonardo pergunta.

- Não! - Bárbara toma a frente de novo. - É a alimentação... Esses jovens não se alimentam direito, só comem besteira e ela anda estudando demais e comendo na hora errada e ainda mais trabalhando com o pai, você sabe...

- Eu gosto muito dessa menina. Ela me parece uma garota muito responsável. Diferente da maioria dos jovens de hoje em dia. Se minha Diana e minha Elis chegarem perto do que ela é, eu vou me dar por muito satisfeito.

- É, a Mônica é uma menina muito especial mesmo, Tânia concorda. - Além de ser a menina dos olhos do pai. Tio Jairo é capaz de matar quem magoá-la de qualquer jeito. Ela não consegue nem ter um namorado. Ele é muito ciumento. Acho que ela vai demorar a casar.

- Eu não penso assim, diz Magda. – A Mônica é uma boneca. Tenho certeza que ela vai arranjar um bom rapaz no tempo certo. Acho que é esse o cuidado que o Jairo tem.

Vendo que a conversa está tomando um rumo perigoso, Bárbara sugere:

- Só que já está ficando tarde e nós temos que ir, não é, Jorge?

- Vocês poderiam passar a noite aqui, convida Leonardo.

- Não, Jorge diz, levantando-se. – Magda, estava tudo uma delícia, agradeça a Matilde por tudo, mas amanhã é dia de batente e eu tenho muito trabalho no jornal. Tenho inclusive que informar a cidade sobre o reaparecimento do Wagner. Está todo mundo muito preocupado e a nossa obrigação é tranquilizar o povo de Casa Branca.

- Se você puder me fazer o favor de só dizer que ele foi encontrado e está bem, sem entrar em detalhes do lugar, eu agradeceria, Jorge, diz Cláudio.

- Concordo com meu filho, Jorge. Isso é assunto de família e nós não gostaríamos que fosse a público. Muito pouca gente em Casa Branca sabe que eu tive família na Europa. Os que sabem já têm mais de cinquenta anos e não vale a pena que mais ninguém saiba.

- Pode deixar. Serei cauteloso com as palavras. Eu sei como contornar grandes escândalos.

- Mas isso não é um escândalo, diz Cláudio.

- Pro velho leopardo aí, é, diz ele rindo e batendo no ombro do amigo. - Me acompanham até lá fora? Vem, filhinha? Boa noite, Cláudio!

- Boa noite, Jorge. Obrigado, por tudo.

Ele aperta a mão do genro e sai com Bárbara, acompanhado por Tânia e Leonardo que vão levá-los até o carro.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 13

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/02/2018
Código do texto: T6253857
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.