RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 12

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE XII

Magda sai do quarto e Cláudio vai trancar a porta. Pega a valise para examinar o pai e Leonardo diz:

- Eu não tenho nada. Não preciso de médico. Preciso do meu filho aqui de volta.

Cláudio não dá atenção a ele. Faz um pequeno exame geral, aferindo a pressão de Leonardo e auscultando seu coração e se certificando que ele está bem. Depois, senta-se na cama ao lado do pai e diz:

- Sua pressão está um pouquinho acima do normal. Cuidado, você não tem mais vinte anos.

- Aquele velho é que já devia ter ido conversar com Deus. Eu estou bem.

- Do que você tem medo?

- Eu não confio naquele homem, Cláudio. E o Wagner não sabe nada a respeito dele e do que ele é capaz. Pode se deixar levar pelas coisas que ele disser.

- Que coisas? Além das que eu já sei, não há nenhuma outra que ponha em risco a ideia que o Wagner tem de você. Eu estive pensando muito nisso desde que fiquei sabendo que ele estava lá e por que Mr. Russel teria levado ele daqui. Também fiquei com medo de como Wagner receberia tanta informação nova, tudo que o bisavô pudesse dizer a ele, mas depois... será que vai mudar alguma coisa se ele souber que a mãe morreu... por sua causa, por exemplo?

Leonardo se sobressalta e olha para o filho com espanto.

- Calma, eu só deduzi que é mais ou menos isso que ele vai dizer pro Wagner. É a coisa mais grave que ele tem pra contar dessa história toda. É mais do que óbvio que ele só vai contar a versão dele. Não vai dizer como a neta era realmente e o que ela fez antes de morrer, concorda? Ele só vai querer jogar o Wagner contra você.

- E você acha que isso é pouco? Eu não quero ter meu filho contra mim.

- Pai, o Wagner não vai ficar contra você. Ele conhece você mais do que conhece o bisavô. É claro que ele vai ficar do seu lado. Eu tenho certeza disso.

- De qualquer maneira, eu preferia que ele estivesse aqui comigo.

- Você não acha melhor esperar, pra ver no que vai dar?

- Não. Wagner tem que estar de volta a essa casa o mais rápido possível.

Leonardo se levanta e anda pelo quarto, nervoso, e completa:

- E se você não quiser ir buscá-lo para mim, eu mesmo vou.

- Correndo o risco de ficar sem suas filhas e a Magda?

Leonardo para e pensa.

- É... ainda tem isso. Não sei de onde ela tirou essa agora.

- Você não precisa fazer isso, pai.

- Eu não posso deixar que esse homem use meu filho contra mim, Cláudio. A neta dele já está morta há vinte anos e, depois de tanto tempo, eu tenho certeza de que ele vai fazer tudo pra acabar com a minha tranquilidade.

- Muito bem, suponhamos que você vá até Londres, traga o Wagner de volta e tudo termine bem. Você não acha que a cabeça dele vai ficar mais confusa ainda e que vão surgir perguntas que você não vai querer nem poder responder? Como por exemplo: por que o velho te odeia tanto? Isso nem pra mim você disse.

- E nem vou dizer.

- Nem faço questão de saber, já não faz diferença pra mim. De certa forma, eu não tenho nada a ver com isso. Mas o Wagner não é do tipo que se acomoda numa situação. Ele vai querer saber “tim tim” por “tim tim” de tudo que aconteceu. Principalmente depois de ele ter sido levado daqui à força pra lá e ter sido trazido de volta pra cá à força também. E pelo que ele me disse no telefone, ele está se divertindo muito. Ele vai querer saber por que você não o quer lá.

Leonardo se senta na cama de novo.

- Então você acha que eu devo deixá-lo lá.

- Exatamente. O Wagner é desligado, mas não é burro. Confie na educação que você deu a ele. Ele confia em você e no que foi construído em torno dele nesses vinte anos.

- Está bem, mas eu não vou descansar enquanto não o vir aqui de novo.

- Não se preocupe. Eu acho que ele vai aprontar tanto lá pro Mr. Russel que ele mesmo vai querer mandá-lo de volta mais cedo do que você pensa.

Leonardo ri e coloca a mão no ombro do filho.

- E a dor de cabeça? - Cláudio pergunta.

- Você tem o dom de me curar só com palavras. Já passou.

- Era frescura. Não existia dor de cabeça. Você inventou. Vai descer pra jantar?

- Vamos. O Jorge está aí ainda?

- Acho que sim.

- Não posso fazer desfeita pro meu amigo.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 12

OBRIGADA E BOM DIA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/02/2018
Reeditado em 14/02/2018
Código do texto: T6253346
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