RP - ERA UMA VEZ... EM LONDRES? - PARTE 10

ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE X

Cláudio vai com Mônica até o Orfanato do Desterro*, comunicar as irmãs de caridade sobre o encontro de Wagner, o que deixa a todas muito felizes. Os dois passam alguns minutos ali com as crianças e em seguida ele a deixa na porta do hospital Santa Mônica*.

- Você não vai entrar? - ela pergunta.

- Não, agora não. Eu preciso mesmo passar na Santa Casa. O Renato deve estar precisando de ajuda e eu ainda tenho que passar em casa e vou voltar pra fazenda. Diz pra todo mundo aí que está tudo bem e dá um abraço no seu pai. Eu sei que ele não ficou muito em Quatro Estrelas porque está difícil pra ele conversar com meu pai depois... de tudo que aconteceu. Eu preciso agradecer a ele por ter sido tão generoso e discreto não tocando no assunto.

- Eu também preciso falar com ele. Vai ficar tudo bem.

- Obrigado... por tudo. Até amanhã.

- Obrigada pela carona. Tchau.

Eles se olham por alguns instantes e ela sai do carro.

Na Santa Casa, Cláudio atualiza a todos sobre o encontro de Wagner e agradece Ao doutor Renato por tê-lo ajudado com seus pacientes.

Vai até sua casa, toma um banho e troca de roupa. Apanha as roupas que Tânia pediu, coloca tudo em uma mochila e volta para a fazenda quase ao anoitecer.

Quando o carro dele entra nos portões da propriedade, ele vê Diana sentada ao pé de uma árvore. Para o carro, abre o vidro e chama:

- Diana! O que você está fazendo aí? Já está escuro, pirralha. Entra no carro.

Ela olha para ele com o semblante fechado, mas não se move. Cláudio estranha aquela atitude, mas insiste:

- Vai querer que eu desça do carro pra te trazer no colo? Eu posso até fazer isso, mas você não vai gostar das consequências. Entra nesse carro, já.

Ela se levanta lentamente e se aproxima do veículo, entrando nele. Senta-se no banco, fecha a porta e coloca o cinto de segurança, depois une as mãos sobre as pernas ainda com o rosto sério e a cabeça baixa. O carro é posto em movimento.

- O que foi? Bronca de novo? - ele pergunta.

Ela não responde. Continua calada e olha para o lado direito da alameda.

- Eu fiz uma pergunta, mocinha. O que aconteceu?

- Nada.

- E está aqui fora por quê? O sereno pode te fazer mal, já te disse isso várias vezes.

- Já estou acostumada.

- Ah, é, me esqueci que você é um bicho do mato. Quando é que você vai criar jeito de gente? De moça, mais precisamente. Já está mais que na hora. Você não é mais criança.

Ela não responde e continua séria. Cláudio estranha ainda mais. Pergunta a sério agora.

- Algum problema, Didi?

- Não, já disse.

- Então por que essa cara de peão que perdeu boi no pasto, como diz o papai?

- Só tenho essa cara.

- Não seja mal criada!

- Então não enche! - ela se exalta, cruzando os braços e emburrando mais ainda.

Cláudio para o carro.

- Ei, isso parece bronca comigo. O que foi que eu fiz, maninha? Você parece estar com raiva de mim.

- Não estou.

- Então me diz o que é. Eu nunca te ouvi responder assim pra mim. Já te vi nervosa desse jeito com o Wagner, mas comigo você nunca falou assim.

- Eu prometi pra você que não falaria a ninguém lá em casa que o Wagner tinha passado a noite fora de casa na farra...

- E...? Você falou?

- Não, porque eu pensei que fosse segredo por coisa boba só. Que não tivesse havido nada de errado.

- E não houve...

- Mas...

- Mas o quê?

- Você não briga comigo?

- Brigar por quê? O que foi que você fez, Diana?

- Eu estava sentada no alpendre debaixo da janela grande da sala lá de casa e ouvi...

- Ouviu...?

- Ouvi o seo Jorge e a dona Bárbara conversando e eles disseram uma porção de coisas e no meio de tudo eu ouvi eles comentando... que a Mônica está grávida e que o bebê dela é do Wagner.

Diana fecha os olhos esperando a bronca. Cláudio encosta-se ao banco do carro e fica olhando para a alameda diante dele, tentando achar palavras para explicar para a irmã o que ela acabou de descobrir. Como ele não diz nada, ela abre os olhos e olha para ele.

- Você sabia disso, não? Eu estou cansada de esconder as coisas que ele faz e quando eu faço uma coisinha assim, ninguém perdoa o que eu faço. Por que é que gente grande pode tudo e...

- O que mais você ouviu?

- Ah, que o doutor Jairo está querendo bater no Wagner pelo que ele fez pra filha dele e que eles só não disseram nada pro papai, porque ele já estava nervoso com o sumiço dele, mas que o pai da Mônica ainda está bem zangado. Aí, dona Bárbara até deu a ideia dos dois se casarem pro bebê não ficar sem pai... Olha, eu não sou boba, viu? Você mesmo falou agora que eu não sou mais criança. Eu já cresci. Nem você nem o Wagner me enganam mais e eu não vou mais deixar que o papai seja enganado por ele. Nem que você peça.

Cláudio respira fundo e olha para ela.

- Você está certa...

* O Orfanato do Desterro também é fictício. A Igreja de Nossa Senhora do Desterro existe realmente. É linda e merece ser visitada por quem for à cidade, mas não há efetivamente nenhum orfanato com esse nome por lá.

* Hospital também fictício.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... EM LONDRES?

PARTE 10

OBRIGADA E BOA TARDE!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 13/02/2018
Código do texto: T6252793
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.