RP - ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA - PARTE 31

ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA

PARTE XXXI

De repente, começa a passar pela cabeça de Cláudio aquilo que o irmão lhe falou no dia anterior quando ele mencionou uma fuga: “É uma ótima ideia!”.

- Ah, meu Deus... - diz ele, passando a mão pelo rosto.

- Que foi? - Magda pergunta.

Ele vai até o guarda-roupa do irmão e abre a porta. Tudo em ordem. Abre gavetas e o criado mudo e tudo está normal. Nada parece ter sido mexido.

- Ele não fugiria, Cláudio, diz Magda, adivinhando seu raciocínio. – De quê?

- Nossa Senhora do Desterro ouça e abençoe suas palavras, Magda.

- Amém!

- As roupas estão todas aqui, mas... e ele? Poxa, ele não é fantasma nem invisível. Alguém tinha que tê-lo visto sair. O Lopes está?

- Com seu pai na lida do gado.

- Só o Chico e os outros, não é?

- Acho que sim, alguns dos empregados da casa...

Cláudio interroga alguns dos empregados que estão na casa a respeito de Wagner, mas ninguém diz mais nada além do que já se sabe. Que ele foi visto chegando em casa na tarde anterior.

O médico se senta no primeiro degrau da escada da entrada da casa e fica impotente, sem saber o que pensar ou fazer.

- É melhor mandar chamar seu pai, diz Magda já ficando aflita.

- Chico! - Cláudio chama.

- Sim, senhor! - o jardineiro responde prontamente.

- O carro do Wagner está na casa?

- Não saiu da garagem, doutor. Desde quarta-feira. Ele até reclamou com o Lopes por não ter mandado lavar. Ia sair com ele hoje à noite. Ele foi de moto ontem pra Campinas e ela também está lá na garagem.

- Ele vai sair com ele hoje à noite, Chico. Meu irmão não morreu. Só tomou chá de sumiço. Deve estar querendo brincar com a gente.

- Claro, doutor. Não falei por mal. O seo Wagner é bem dessas coisas.

- Se for brincadeira, ele passou dos limites desta vez, diz Magda. - Não tem graça nenhuma. Sou capaz de eu mesma lhe dar umas palmadas quando ele voltar.

Ela entra na casa. Cláudio se levanta.

- O senhor acha que é bom chamar o patrão? - pergunta Chico.

- Acho que sim, Chico, mas ainda queria que meu irmão aparecesse antes de ele voltar do pasto.

Robério, um dos empregados, se aproxima deles.

- A porta do armazém amanheceu aberta, doutor.

- O quê?

- A gente sempre tem o cuidado de trancar à tarde por causa dos dois tratores e da ração dos animais, com medo de alguém vir mexer ou mesmo de algum animal entrar e comer tudo. Mas hoje de manhã quando eu fui pegar a ração, ela estava escancarada. E eu tenho certeza de que tranquei ontem. O Chico estava até comigo.

- Você avisou meu pai sobre isso?

- Não... Eu fiquei com medo que ele achasse que eu esqueci ontem. Desculpa, doutor.

- Calma, Robério, eu não vou dizer nada a ele. Sumiu alguma coisa de lá?

- Não, nada de valor. Eu tive o cuidado de examinar tudo, mas estava tudo em ordem. Só o lampião que fica pendurado do lado da porta quando a gente não está usando, estava no chão.

- No chão?

- Isso mesmo, doutor, e sem combustível nenhum. Parece que passou a noite aceso.

- Chico, vá chamar meu pai, por favor. Rápido. Isso é caso de polícia. Quando ele chegar, eu vou ligar pro Arnaldo.

Quando Leonardo chega e fica sabendo de tudo não se alarma e age com a calma que lhe é peculiar.

- Você sabe onde moram aqueles amigos dele, Cláudio?

- Mais ou menos, pai. O Beto é filho do Lage, do supermercado. O Guto mora numa rua perto do Desterro. As meninas...

- Você poderia ir até lá ou ligar, para saber se ele está com algum deles?

- É, pode ser, mas o que o senhor vai fazer?

- Wagner já me aprontou poucas e boas. Eu não vou correr atrás de polícia antes de saber se ele não está na cidade fazendo das duas. Vá.

- Mas, pai...

- Vá!

- Sim, senhor, Cláudio obedece.

Entra no carro e parte em direção à cidade.

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... CASA BRANCA

PARTE 31

BOM DIA! OBRIGADA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 07/02/2018
Reeditado em 07/02/2018
Código do texto: T6247345
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