RP - ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA - PARTE 20

ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA

PARTE XX

A expressão de Wagner se modifica totalmente ao ouvir o nome de Mônica.

- Me diz você. Você trabalha com ela todo dia. Ela te disse alguma coisa? Eu nunca mais a vi.

- Não, nada. Ela se fechou em copas nesse sentido. Só conversamos sobre trabalho. E ela tem vindo pouco à Santa Casa e quando vem conversa mais com o Miguel e com as enfermeiras do que comigo.

- Faz sentido. O Miguel é ginecologista, não é? Se ela está mesmo grávida, deve estar se consultando com ele. Ele não te conta nada? Vocês são amigos...

- A gente não pode conversar sobre o paciente do outro, a menos que ele esteja correndo algum perigo de morte e disso dependa a vida dele. Só se for pra ajudar. E a minha área é totalmente diferente da dele. Ele é ginecologista/obstetra.

- Ah, é... mas você podia tentar colocar ela contra a parede. Afinal, você é meu irmão e o... ferrado da vez sou eu. Eu procuro nem pensar mais nisso, já que ela pediu pra não pensar, mas quando eu penso... sinto vontade de sumir do Brasil.

- É, mas... você precisa tirar isso a limpo antes de pensar em seguir com a faculdade.

- Você está falando como se fosse certo que eu vou ter que me meter nessa de casar e ter filho. Você acha que ela está mesmo grávida e que... possivelmente... que o filho é meu?

- Não sei, meu irmão. Eu só acho incrível que você não tenha nenhuma lembrança de nada sobre aquela noite.

- Eu não me vejo nem beijando a Mônica, Cláudio! Não está no meu histórico de vida romântica ter qualquer coisa com ela. Eu não sinto nada por ela, nunca senti, a não ser amizade de infância quando eu nem sabia beijar ainda. Ela pra mim é... uma boneca de porcelana que eu não teria direito nem de tocar. Eu morro de medo daquele pai dela. O Jairo é um senhor feudal que prende e guarda a filha num castelo de vidro.

- É mais ou menos por aí... - Cláudio diz com um leve sorriso quase para si mesmo. – Eu sempre vi assim também e sei que ela também se sente do mesmo modo.

- Sabe, como sabe? Ela já te falou alguma coisa?

Cláudio percebe que falou demais e desconversa.

- Não, nada, é só o que eu noto no dia a dia dos dois.

- Eu não sei mais o que eu faço, Cláudio. – Me dá uma luz!

- Eu adoraria te ajudar, mas...

Wagner se sente revoltado com o que está acontecendo e se levanta, começando a andar pela sala, nervoso, esfregando as mãos uma na outra.

- Eu não vou assumir essa, não. Eu tenho uma vida pra viver ainda. Eu não me caso com ela, nunca!

- E vai fazer o quê? Fugir de casa, se essa história se confirmar?

- É uma ótima ideia!

- Por favor, Wagner, eu falei brincando. Você mata o papai do coração. Eu acho que ele não vai gostar de saber que você cometeu um erro desses, mas vai gostar menos ainda se você fugir pra não assumir isso.

- E eu faço o quê? Greve de fome? Eu não vou me casar com ela. Eu tinha outros planos pra minha vida...

- Além da faculdade?

- É...

- E eu posso saber quais?

Wagner volta a se sentar.

- Se ela disse que ama outro cara... eu também tenho outra pessoa.

Cláudio olha para o irmão sem acreditar.

- Como? Você não tem nem namorada. E não me fale da Janete porque ela pensa que namora você, mas eu sei que você só se diverte com ela...

- Não, não é a Janete. Você não conhece, Ela nem mora em Casa Branca. Ela é de São Paulo.

- E como você fez pra conhecer uma garota de São Paulo? Você está inventando isso por causa da situação.

- Eu posso provar, o rapaz diz, tirando a carteira do bolso da calça.

Tira dela uma fotografia e mostra para o irmão que olha sem acreditar a foto dele ao lado de uma garota, tirada diante da Escola Estadual Dr. Francisco Thomaz de Carvalho no centro da cidade.

- O nome dela é Selma. A gente tirou essa foto há três anos quando ela esteve aqui com o pai. Ele tinha negócios com o papai. Também trabalha com beneficiamento de leite lá na capital. A gente ficou amigo, eu a levei pra visitar a cidade e... adorei ficar com ela, no tempo que ela esteve aqui. Nos correspondemos por algum tempo, aí... eu me formei no colégio, ela também... e a gente parou de se falar, mas eu ainda tenho intenção de voltar a me comunicar com ela. Não consegui esquecer dela.

Cláudio olha para a foto por mais uns instantes e diz:

- Difícil imaginar, você apaixonado...? Que idade ela tem?

- A mesma idade que eu. E se a Mônica estiver mesmo grávida e resolver me envolver nisso, eu fujo pra São Paulo, caso com a Selma e ninguém mais me vê em Casa Branca.

- Você está se jogando num futuro que não sabe nem que vai acontecer, Wagner. Como você pode ter certeza de que essa moça vai querer casar com você, se faz três anos que vocês não se vêem.

- Se não quiser, eu fico por lá do mesmo jeito.

- E o papai? Você não pensa nele?

RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... CASA BRANCA

PARTE 20

BOA TARDE E OBRIGADA!

DEUS ABENÇOE A TODOS!

Velucy
Enviado por Velucy em 03/02/2018
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