RP - ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA - PARTE 17
ERA UMA VEZ... EM CASA BRANCA
PARTE XVII
- Confirmou por A mais B que o rolo... foi comigo... - diz Wagner, olhando para Janete, esperando reação e ela vem.
- Cachorro! - ela diz, batendo nele.
- Calma, Janete! Eu estava de porre, caramba! Não me lembro de nada! Qualquer homem faz bobagem numa situação dessas... E ela ainda teve a piedade de me tranquilizar prometendo que não vai me envolver.
- Ela prometeu isso? - Sandra pergunta. – A troco de quê?
- Não tenho ideia, mas isso no início me deixou mais tranquilo.
- Ah, então está tudo bem, fala Guto.
- Está tudo bem agora, enquanto ninguém sabe de nada, diz Wagner. – Quando aquela barriga começar a dar o ar da graça, se ela realmente existir, todo mundo vai querer saber de quem é, e tem gente demais sabendo que eu e ela estivemos fora de casa na mesma noite. Naquela festinha, os únicos sem nenhum envolvimento com ninguém éramos os dois. O Beto namora e estava com a Sandra, o Guto com a Dina, o Leo com a Laura e a Jane, que podia me tirar da lista de suspeitos, não foi porque morre de ciúme da Mônica e fez birra no dia...
- Devia ter ido... - Janete fala, emburrada.
- E quem mais sabe? - Beto pergunta. – Seu irmão? Eu te deixei na casa dele, a seu pedido, quando levei a Mônica pra casa porque você não queria e nem dava pra eu te levar até a fazenda. Eu estava muito zoado, ele diz, rindo. - No mínimo ia acontecer alguma coisa no caminho bem pior que uma gravidez...
- Mas o teu irmão é gente fina. A gente sabe que ninguém sabe de nada porque ele aliviou tua barra. Ele não vai te dedar.
- Ele não, mas a mulher dele não me suporta, vocês sabem. E ela fez o favor de contar pra mãe e pro pai dela, aí o tio Jairo ficou sabendo...
- O pai da Mônica também sabe?
- Sabe, mas, por eu justamente ser irmão do Cláudio, ele aliviou a minha. Só que não tem nem ideia de que... do que eu fiz...
- Não é melhor abrir o jogo de uma vez? - Leo pergunta.
Todos começam a rechaçá-lo.
- Eh, ficou maluco, cara?!
- Belo amigo você! - repreende Beto, batendo de leve na cabeça do rapaz.
- Eu tenho certeza de que não fiz nada com ela, defende-se Guto. – Eu e a Dina saímos de lá antes das onze.
- O Wagner já disse que o rolo é dele, Guto! - Leo diz. – Está na cara que não foi nenhum de nós. O problema estará no fato de ela não dizer exatamente de quem é. Filho sem pai... não existe. Aí chegamos ao ponto zero: a culpa recai em cima de todo mundo. Então, cabe a você dizer, Wagner.
- Você pirou mesmo, cara! Você acha que, se nem ela quer que eu me meta, eu vou fazer a besteira de me entregar? Que idiota você acha que eu sou?
- Você aprontou, assuma! - diz Janete, com raiva.
- Eu não aprontei nada!
Todos olham para ele pensando justamente o contrário.
- Tá! Eu aprontei... mas eu estava bêbado, não tinha consciência do que estava fazendo. Vocês acham que eu faria um troço tão idiota como esse com a filha de um amigo do meu pai e patrão do meu irmão? O pai dela é um dos médicos mais respeitados de Casa Branca, poxa! Eu não faria isso... Ela é mais culpada que eu! Estava consciente e tudo! Eu não vou me prejudicar por causa de qualquer menininha biruta, mesmo sendo a filha de Jairo Telles.
- Eu estou contigo, apoia Beto.
- Eu também, junta Guto. – Se a gente estava junto vamos continuar juntos... mesmo que tenhamos que provar que nós quatro somos o pai.
Todos riem mesmo Wagner que sempre se diverte com o humor inocente e ingênuo de Guto.
- A gente está rindo, mas a coisa é séria, pessoal, diz Sandra.
- Também acho, concorda Janete. - Vocês não estão na pele dela.
- Não defende não, Jane. Se ela não quisesse, não teria procurado, diz Leo.
- A ideia de levá-la à festa foi do Wagner, ela continua. - Foi ele quem quis que ela fosse.
- Janete, ela é uma adolescente que vive fechada naquela casa com o pai, defende-se Wagner. - Acho que ela nem teve infância. Viveu a vida inteira acompanhando ele praquele hospital. Eu achei que era uma forma de ela se divertir um pouco, espairecer. Ela mesma me disse que adorou ficar com a gente lá.
- Mas a culpa foi sua! - ela continua irredutível, mais por ciúme dele que por querer defender Mônica. – Foi se meter na solidão dos outros e olha aí no que deu.
Por pura provocação, Wagner encosta-se à cadeira e fala orgulhoso:
- Não tenho culpa se ela escolheu a mim. Ela mesma me disse que não resistiu.
- Você está é morrendo de ciúme e inveja, Janete, diz Guto.
- Não te mete, Guto, ela diz, empurrando o rapaz.
- Vamos parar com essa discussão, gente, Wagner diz, tentando colocar panos quentes na discussão. – Eu não contei pra vocês pra gente brigar. Eu preciso de vocês. São meus amigos e quero vocês comigo. Os fatos são estes. Todo mundo já está preparado pro golpe. Agora, cada um age como achar melhor. Se quiserem se defender dizendo a verdade, não vou impedir ninguém.
Wagner olha para Leo e Janete. Todos fazem o mesmo. Leo declara:
- Não se preocupe, eu não sou dedo duro. Estou com todo mundo... e principalmente com você.
Ele levanta mão e Wagner bate nela.
- Valeu, cara.
Beto enche o copo de Leo e bate em seu ombro.
- Bom menino!
Janete se levanta e sai da lanchonete, emburrada.
- Será que ela vai dar contra? - Guto pergunta.
- Pode deixar, diz Sandra. - Eu vou conversar com ela.
Beto segura a mão dela e sorri.
- Obrigado, Sandroca, agradece Wagner.
RETORNO AO PARAÍSO – ERA UMA VEZ... CASA BRANCA
PARTE 17
BOA TARDE E OBRIGADA!
DEUS ABENÇOE A TODOS!