AMORES PLUVIAIS - CAPÍTULO I
CAPÍTULO – I
Nossa história começa em meados dos anos 90, na cidade de Consórcia, uma cidadezinha localizada ao nordeste do norte de um país caribenho.
Carlita Aparecida era uma jovem de dezesseis anos filha de Heitor Gonzales e Lucinda Aparecida, barqueiros humildes, Seu irmão é Pablo Tácito de catorze anos, apesar de pouca idade era um garoto esperto que já aplicava alguns golpes em experientes lojistas da região. Apesar de a família não aprovar muito, Carlita se encontrava escondida com Felix Daniel, um jovem muito humilde, também barqueiro da região, motivo de Heitor e Lucinda não aprovarem esse relacionamento era justamente a questão financeira e por esse motivo já haviam prometido a garota para o homem mais rico de Consórcia, seu nome? Alberto Dementa, um homem que não media esforços para conseguir cada vez mais o poder, se preciso ele até matava. Pagava mal a todos os barqueiros para que assim tivesse sempre o controle da situação.
Era mais uma manhã ensolarada em Consórcia…
- Carlita! Pablo! Venham já está na hora do almoço – Gritou Lucinda
Os garotos desceram e foram até a cozinha…
- Mas de novo peixe? Estou cansado disso – Reclamou, Pablo Tácito.
- Você deveria dar graças a Deus de termos isso para comer – Respondeu a mãe – E se não quiser fique com fome.
- Cadê o papai? - Perguntou, Carlita.
- Foi pescar junto com Felix, Seu prometido, Alberto vem amanhã para buscar as mercadorias.
- Ele não é meu prometido mamãe! Eu não gosto dele.
- Fique quieta menina! Por acaso, você anda se encontrando ainda com Felix?
- Claro que não, mamãe.
- Ela se encontra sim – Disse o pentelho do irmão – Ou é no barco dele, ou debaixo do pé de pitanga.
- Cale a boca – Carlita deu um tapa na cabeça do irmão.
- Parem já vocês dois! Carlita, se seu pai souber disso sabe que ele ficará muito bravo, principalmente se Alberto descobrir.
- Quer saber? Eu não estou nem ai pra vocês e nem para o Alberto – Carlita se levantou.
- Olha a comida….
- Perdi a fome.
- Posso comer o peixe dela? - perguntou Pablo.
- Pra quem tava reclamando, não vai comer, se quiser coma o seu.
No barco em alto-mar…
- Senhor Heitor, não sei o porquê prometeram Carlita para aquele monstro.
- Felix, não se entrometa no que não lhe diz respeito, eu estou pensando no bem-estar de minha família.
- O Bem-estar de sua filha é comigo, com todo respeito senhor, Alberto nos humilha e nos da miséria por todo esse trabalho…
- Vocês têm dezesseis anos, nem sabem o que querem e me escute bem Feliz, você é um bom garoto, mas se eu ver ou souber que você anda se encontrando com Carlita, eu mato você, você me entendeu?
- Sim, Senhor…
Heitor passou a mão na cabeça de felix e disse: - Puxa rápido a rede, tá vindo coisa boa, olha lá.
E assim foi passando a tarde…
Carlita estava em seu quarto chorando e seu irmão chegou…
- Irmãzinha, não chore e pense no dinheiro que vamos nter quando você se casar com Alberto.
- É só isso que importa pra você, Pablo? Você não tem vergonha de pensar assim?
- Não, com dinheiro podemos fazer tudo, sem dinheiro estaremos presos aqui.
- Meu Deus, Pablo você só tem catorze anos...O Capitão Barbosa veio me contar sobre o golpe que você aplicou no senhor Ander da barraca CRV.
- Maninha, sabe como é… Ele vive se gabando que seus funcionários não faltam, eu só fiz ele perder um pouquinho apostando que Tereza Gabrielly faltaria.
- Precisava dizer pra menina que o pai dela tinha sofrido um infarto?
- Acontece, mas foi essa vez – Pablo deu risada
- Você não presta, Tácito – Carlita o chamava assim quando estava brava.
- Pode até ser, mas sou seu irmão favorito – Pablo pulou na cama para abraçar a irmã.
- Sai daqui… - Os dois riam, Carlita olhou para o irmão e perguntou – Por que você contou pra mamãe?
- Achei que seria engraçado, desculpa maninha, e só pra te avisar, mude os lugares que você se encontra com Felix, tá muito manjado.
- Besta…
Ao entardecer Heitor chegou em casa, cansado e Lucinda foi agradá-lo
- Meu amor, sabe que adoro esses cafunés…
- Sei sim, você merece, como foi a pescaria com Felix?
- Foi boa, conseguimos muitos peixes, Alberto ficará feliz…
- Eu estive pensando, Talvez não devêssemos seguir com o noivado de Carlita e Alberto.
- O que está dizendo, Lucinda? Ele é rico e pode dar uma vida digna para nossa filha, eu não quero o que vivemos para eles….
- Você sabe que ela está infeliz? E outra tudo isso está fazendo Pablo cada vez mais ser ganancioso, ele anda aplicando golpes nas barracas por ai, fazendo apostas…
- Com Pablo eu me entendo, Carlita é jovem pode não entender agora, mas daqui algum tempo ela vai nos agradecer.
Enquanto isso nas montanhas Twister…
- Senhor Dementa, eu juro que não sei de nada – dizia o homem de joelhos
- Não sabe? Giuliano você é muito mentiroso – Alberto deu um tapa na cara do homem – vou perguntar pela última vez, Quem está armando para mim?
- Eu juro, eu não sei…
- Tudo bem, sei que você tem sua filha de dez anos, pode ir – Giuliano se levantou agradeceu e virou as costas para ir embora.
- Venâncio… Disse Alberto para um de seus subordinados.
Venâncio pegou sua arma e atirou sem dó em Giuliano, foram três tiros, dois nas costas e um na cabeça, o homem caiu. E ali perto a filha de Giuliano assistia a tudo…
- E agora chefe? - Perguntou Venâncio
- Joguem o corpo no mar, amanhã vamos naquele nojo de lugar pegar nossos peixes e ver minha prometida.
- Tudo bem – Venâncio e os outros pegaram o corpo de Giuliano colocaram no carro e foram desovar o corpo.