TEACHER VI - VISITA AMIGA - CAPÍTULO 12
VISITA AMIGA – Capítulo 12
Rupert franziu as sobrancelhas e olhou para Laura muito sério.
- Você... não vai me deixar... Do que é que você está falando, Laura? Que estória é essa de que vai me deixar? Que loucura é essa?
- Eu conversei com o Hélio agora há pouco... depois que acordei e que ele já tinha me examinado.
- E daí? Está tudo bem com o nenê, não está?
- Está… Ele está com uma vontade doida de sair daí, mas está... Até chegar a hora do parto, acho que ele aguenta... Nosso filho está vivo, batimentos normais do coração, tudo normal. Ele até gravou o ultrassom que fez às pressas pra você ver depois...
- Vou querer muito ver em casa depois... com você...
Ela enxugou no rosto e respirou fundo.
- O problema vai ser... na hora do parto, Rupert. Eu vou correr... perigo de... morte.
Ele ficou olhando para seu rosto e depois para sua mão na dele e sorriu nervoso.
- Ele disse lá fora... que... vocês dois estavam bem...
- Ele não falou nada pra não te assustar. Mas há chances de eu sobreviver... e o bebê não... ou o contrário...
Rupert não conseguiu chorar mais. Enxugou o rosto e abraçou.
- Foi o Hélio que te disse isso?
- Foi…
- Por que ele tinha que te contar isso?
- Você sabia?
- Não, mas ele não tinha que te dizer essas coisas...
- É a minha vida, amor... Eu não queria entrar na sala de parto e estar naquela mesa sem saber o que me espera e ele me alertou, é só. Você esconderia de mim, se soubesse?
Ele não respondeu.
- Eu é que não devia ter dito pra você...
- Eu não vou perder você, Laura... E não vou perder meu filho... Eu não fiz tudo isso pra no fim...
- A culpa não é sua.
- E de quem é? Sua?
- Talvez! Eu sabia dos riscos que está correndo quando me deixei engravidar. Eu sabia que não tinha mais idade pra uma aventura como essa, mas eu queria tanto... era o meu maior sonho.
Rupert afastou-se dela e colocou as mãos rentes ao corpo fechando as duas com força.
- Vamos… preparar nós dois pra isso, vamos? – ela disse.
Ele balançou a cabeça negativamente.
- Não... Eu já perdi meu pai esse ano e... Não...
- Vai ser pior depois.
- Eu quero os dois! – ele falou taxativo, voltando para perto dela e segurando sua mão novamente.
- E se não for possível?
- Vai ser possível. Foi possível ter você e a faculdade com tanta gente contra. Só Deus pode tirar você ou meu filho de mim. Ele não é humano... não vai poder ser desumano comigo agora. Ele vai me dar vocês dois...
Ela sorriu e puxou-o para ela, abraçando-se a ele.
- Eu vou embora, ele disse, mas volto amanhã cedo. Vou trazer as coisas do bebê.
- Traz o macacãozinho vermelho de plush. Vai dar sorte.
- Não foge de mim, não sai daqui, ele disse, beijando-a.
- Não…
Rupert e todos os outros foram para casa. Ele foi para o apartamento de Laura e ao fechar a porta, encostou-se nela e começou a chorar muito. Deslizou pela porta e ficou sentado no chão por muito tempo, chorando, até ir se acalmando aos poucos.
Levantou-se, enxugou o rosto e começou a tirar o blazer, desfez o nó da gravata, arrancou a camisa e foi para o banheiro. Tomou um longo banho e colocou uma roupa leve.
Abriu o armário de Laura e tirou dele a maleta com as roupas do bebê. Colocou-a no sofá para não esquecer no dia seguinte. A cesariana estava marcada para as sete da manhã.
Ia entrando na cozinha para tentar comer alguma coisa, quando a campainha tocou. Foi atender e viu Carla ali na porta.
- Oi, Carla! Entra!
- Atrapalho? Eu sei que você deve estar...
- Não, entra. Eu ia só arrumar alguma coisa pra comer.
Ela entrou e ficou meio sem jeito, olhando em volta.
- Vem pra cozinha comigo? Não sei o que tem ainda, mas deve ter pelo menos um café...
- Não se preocupe comigo. Só quero saber da Laura.
Eles foram para a cozinha e Carla se sentou à mesa, enquanto ele, depois de chacoalhar a garrafa térmica, pegava copos no armário, para servi-la.
- É de hoje cedo. Deve estar quente ainda.
Ele a serviu e foi abrir a geladeira.
- Quer ajuda? – ela perguntou.
- Não… Mas se você quiser adiantar… pega dois pratos ali no armário. Nós temos... macarrão!
- Oba! Adoro!
Ela pegou os pratos, colocou sobre a mesa; pegou talheres também, enquanto ele colocava o macarrão para esquentar no microondas. Enquanto esperava o tempo de aquecimento, ele disse:
- Meu filho vai nascer amanhã...
Carla olhou para ele entre feliz e preocupada.
- Amanhã? Mas ainda não faltava um mês?
- O idiota do Matheus acelerou o processo todo. A Laura vai fazer uma cesariana amanhã cedo.
- E… está tudo bem com ela?
Ele respirou fundo e o microondas apitou. Ele tirou o macarrão de dentro dele e colocou a tigela sobre a mesa. Apanhou um garfo e tirou alguns fios de macarrão, colocando na boca.
- Essa foi a primeira coisa que... a gente fez junto...
Ele sentou-se diante dela e começou a chorar. Carla colocou a mão sobre a dele, preocupada.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 12