TEACHER V - AJUDA DO ALTO - CAP. 7

AJUDA DO ALTO – Capítulo 7

Na manhã seguinte, Rupert pedia uma audiência com Gerson e ele o atendeu prontamente.

Rupert contou toda a estória a ele do princípio ao fim. Gerson ouviu tudo em silêncio e quando Rupert terminou, uma ruga profunda surgiu em sua testa. Cruzou as mãos sobre a mesa, respirou fundo e falou:

- Você quebrou nosso acordo...

Rupert não respondeu.

- Você me colocou numa situação muito difícil, sabia?

- Sim, senhor.

- A Laura sabia do acordo?

Ele balançou a cabeça confirmando.

- Ela só aceitou se casar comigo por causa dele. Também não queria ficar longe de mim... A gente já tinha... ido muito longe...

Gerson pensou por um momento e encostou-se na cadeira giratória.

- Eu só tenho uma coisa a fazer, Rupert, comunicar ao reitor e pedir que ele decida o seu caso. Tudo saiu do meu controle. Eu mesmo fiquei numa situação bem difícil como substituto que era dele na época. Acho que... nem a Laura fica na escola nesse caso... Ela não vai poder ficar por aí pelo campus circulando com um filho... de um aluno na barriga.

- Ela entrou com pedido de licença saúde hoje. Não vai dar mais aula de qualquer forma.

- Menos mau, é direito dela, mas no seu caso... eu lamento...

- Eu compreendo, professor.

Gerson ficou olhando para ele com um misto de admiração e pena.

- Pra quando é o bebê?

Rupert teve que pensar. Não havia pensado naquilo ainda.

- Final de setembro... início de outubro, mais ou menos.

Gerson sorriu.

- Já se imaginou com um filho de dez anos?

- Ainda nem consigo imaginar ele dentro da barriga da Laura, professor, disse Rupert corando.

O professor riu.

- Pode crer. É uma aventura. Uma aventura maravilhosa.

- Acredito... disse ele, erguendo-se. – Vou... lhe poupar o trabalho de ir falar com o reitor, professor Gerson.

- Como assim? Vai falar com ele pessoalmente?

- Vou deixar a faculdade hoje mesmo. Evita escândalos e... aborrecimentos.

- Espera! Eu disse que era isso que eu tinha que fazer, mas não disse que era o que ia fazer, Rupert. Não pretendo contar nada pra ele... ainda.

Rupert ficou surpreso.

- Não?

- Não. Se você chegou a fazer tudo isso pela Laura, é porque realmente gosta dela e ela de você. Eu não sou ninguém pra impedir pessoas de se amarem. Também não acho que sou ninguém pra cortar assim uma carreira que eu acho que vai ser muito brilhante. Continue conosco, filho, e deixa o resto comigo.

Rupert sentiu os olhos encherem-se de água.

- Eu... nem sei o que dizer.

- Não diga. Já está atrasado demais pra aula, garoto. Suma daqui!

O rapaz apertou a mão dele e correu para a porta, mas lembrou-se de um detalhe importante que ainda barraria sua felicidade. Voltou-se.

- O que foi agora? – Gerson perguntou.

- Ainda tem uma coisa... O Matheus...

- O que tem o professor Matheus?

- Ele sabe de tudo e está ameaçando nós dois de contar a verdade pro reitor.

Gerson coçou a testa, pensativo, e sentou-se novamente.

- O Matheus às vezes é pior do que certos alunos... Ele não estava namorando a Laura?

- Pelo menos, aparentemente… Mas ela contou a ele que está grávida e eles...

- Sei, que rolo, hein?

- Nem imagine!

- Vai, vai pra aula. Deixa o Matheus comigo também.

- Só Deus lhe paga!

- Paga, eu sei que paga. Ah, Rupert!

- Senhor?

- Aquela jóia pendurada no seu pescoço que eu vi outro dia...

Rupert tirou a corrente para fora da camisa e mostrou para ele.

- É minha aliança de casamento. Nós nos casamos em treze de junho do ano passado e tivemos de arrumar um jeito de esconder...

- Vocês são muito corajosos... ou muito malucos!

Rupert apenas sorriu e foi embora pisando em nuvens.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 7