TEACHER V - REVANCHE - CAP. 6
REVANCHE – Capítulo 6
Matheus não tomava mais parte nos jogos de sábado, mas, um mês depois do início das aulas, apareceu no campo e ficou assistindo a partida de fora, na arquibancada. Rupert o viu e resolveu ir falar com ele. No intervalo, aproximou-se e, tomando coragem, disse:
- Obrigado.
O professor fitou-o com um sorriso irônico nos lábios e disse:
- Não me agradeça ainda. Não pense que não contei até agora por bondade, não. Não vou esquecer assim tão fácil o que vocês me fizeram. Você ainda vai me pagar por tudo isso... bem caro.
- Eu amo a Laura, Matheus, nunca te escondi isso. Ela é a minha vida e... agora duas vezes. Preciso terminar o curso... por mim, por ela e... por meu filho...
- Muito tocante, mas você podia ter evitado tudo isso quando conversamos lá na sala do reitor, lembra? Mas não, você tinha que bancar o esperto e conseguiu passar a perna em mim e no reitor da Universidade. Palmas pra você. Driblou o corpo docente e fez um gol espetacular! Engravidou a professora de Inglês que nem sabe como vai sustentar, se não continuar nesse curso de que tanto precisa. Você fez um acordo com o reitor e quero ver a cara dele quando souber o que você fez...
- Eu fiz um acordo com você e o Gerson...
- Não se faça de besta! O Gerson representava o Dário nessa Universidade. Questão de hierarquia. Dá tudo no mesmo. Pode contar, rapazinho, que não é pro Gerson que eu vou dizer sobre a sua... escapadinha romântica. Pelas minhas contas, ela deve estar de pouquinho tempo. Vocês me enganaram na passagem do ano e você vai me pagar caro por isso. Você vai sair dessa faculdade Rupert Lauter, eu te prometo.
- Ei, Rupert! – gritou Nelson do meio do campo. – Vai jogar ou não? Vem logo, cara! Oi, professor! Desistiu mesmo de jogar com a gente, hein?
Matheus acenou para ele com um sorrisinho amarelo nos lábios.
- Vocês têm energia e testosterona demais pro meu gosto. Vou tentar o tênis.
Nelson riu.
- Vem logo, Rupert!
Rupert deu as costas e voltou ao jogo.
No dia seguinte, com Laura em seu apartamento, ele contou tudo a ela.
- O que será que ele está esperando? – ela perguntou. – Por que não contou ainda?
- Não sei... Não quero nem pensar.
- Vou entrar com o pedido de licença saúde na faculdade, amanhã.
- Faz bem. Já devia ter feito isso.
- Vou sentir saudades das minhas crianças...
- Crianças, Laura? – ele perguntou sorrindo. – Todos marmanjos de mais de dezoito anos.
- Pra mim serão sempre crianças, todos. Amo todos eles.
- Até eu?
- Não, você eu amo por ser o pai da minha criança.
Ele a beijou. Laura o abraçou mais forte. Ficaram em silêncio por algum tempo e Laura ouvia o som do coração dele batendo tranquilo no peito.
- Estou com sono...
- Dorme. Não tenho muitos compromissos pra hoje, brincou ele.
Ela fechou os olhos.
- Rupert...
- Hum…?
- Aquela garota, Sara… está no seu grupo de trabalho esse ano, não é?
Ele sorriu sutilmente.
- É.
- Ela é sobrinha do Dário, sabia?
- Sabia.
- Bonita, não?
- Uma uva. Muito linda mesmo.
Laura ficou em silêncio e ele apenas ouviu um suspiro profundo.
- Acabaram-se as perguntas?
- Tenho medo de continuar...
- Por quê?
- Corre um boato de que ela está namorando com você.
Ele ficou em silêncio. Laura ergueu o rosto e olhou para ele. Rupert olhou para ela também sem dizer nada. Laura percebeu que não tinha que perguntar mais nada, sorriu. Ele também e a beijou. Ela voltou à posição anterior e acabou adormecendo.
Rupert a fez deitar a cabeça no travesseiro e deitou ao seu lado, apoiando a cabeça no braço, olhando seu rosto adormecido.
Percorreu os olhos pelo corpo dela e colocou a mão sobre sua barriga para sentir a presença do filho. Voltou a olhar para o rosto dela e sorriu. Dentro dele estava tomando uma decisão importante. A mais importante da sua vida.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 6