TEACHER V - NOVIDADE - CAP. 3
NOVIDADE – Capítulo 3
À noite, sozinho em casa, pois o pai tinha ido à casa de um amigo vizinho da rua, Rupert sentou-se no muro da varandinha e ficou olhando a noite, tentando relaxar. De repente, ele viu os faróis de um carro virarem a esquina e aproximar-se do portão da casa. Era o carro de Laura.
Ele desceu do murinho da varanda e a viu sair do carro e chegar perto do portão. Ele se aproximou e abriu o portão para ela, abraçaram-se.
- Você quer me matar de aflição, garota? O que foi que houve? O que você tem, meu amor?
- Eu estou bem. Vamos lá pra dentro?
Eles entraram e dentro da casa, ela o abraçou novamente e o beijou.
- Laura, eu passei a semana toda desesperado pra saber o que você tinha... Até apelei pro seu noivo de araque e tive a pachorra de usar meu importante título de redator do jornal da escola, pra ameaçá-lo...
- Eu soube, ela disse, sorrindo. - Calma, eu te explico tudo. Vem cá.
Ela o puxou pela mão e foi com ele sentar-se no sofá. Olhou para ele de frente, respirou fundo e disse:
- Eu tenho uma notícia boa e ruim pra te dar, Rupert.
- Boa e ruim, como assim?
- Eu não estava e nem estou doente. Nada grave, quero dizer. Fiquei a semana inteira em casa, pra fingir pro Matheus que era coisa grave, mas não era...
- E o que era?
- Eu estou grávida.
Ele ficou olhando para ela sem saber se pulava de alegria ou se decepcionava. Levantou-se e deu alguns passos pela sala, colocou as mãos no rosto, depois nos cabelos e finalmente nos bolsos do jeans e voltou-se para ela; depois sorriu triste e seus olhos se encheram de água.
Laura foi até ele e o abraçou.
- Sinto muito, meu amor...
- Sente muito? Você está grávida do homem mais feliz do mundo e diz que sente muito?
- Isso vai estragar a sua vida, sua carreira... Eu... devia ter tomado mais cuidado.
Ele olhou-a de frente e segurou seu rosto entre as mãos.
- Se eu soubesse que minha mãe tivesse falado isso pro meu pai, antes de eu nascer, eu ficaria muito chateado com ela...
- Você sabe o que eu quero dizer, Rupert. Eu estou feliz por mim, muito feliz, mas... quero te ver formado.
- Ele foi feito na praia?
- No réveillon… Eu estava tão feliz que devo ter esquecido de...
Rupert a beijou e impediu Laura de continuar falando.
- A gente tem algum tempo ainda, ele disse, com a testa encostada na dela. - Quantos meses, dois?
- Indo pro terceiro...
Ele pensou, respirou fundo e disse:
- A vontade que eu tenho é de chegar naquela faculdade e gritar pra todo mundo que eu vou ser pai, mas... será que dá pra levar isso até junho sem que ninguém perceba? Acho que não, não é?
- Não sei. Dá pra notar agora? – ela falou, afastando-se dele.
Rupert riu.
- Dá, ainda não está na sua barriga, mas está na sua cara, assim como vai estar na minha quando eu entrar no campus e na sala de aula. Meu Deus! Disfarçar um casamento foi até fichinha perto disso. Eu sempre sonhei esnobar bem meu primeiro filho, se um dia tivesse um. Não é justo ter que esconder agora!
Ele começou a chorar. Laura o abraçou novamente.
- Eu vou ser pai...
Minutos depois, sentados no sofá, eles tentaram pensar com calma.
- O Matheus não desconfiou de nada? – ele perguntou, acariciando a barriga dela.
- Não. Como faz muito tempo que ele pegou nós dois no flagra e não sabe nada sobre a nossa escapulida na praia, ele nem pensou nisso, acho.
- Que bom que vocês nunca tiveram nada também...
- Também... ela disse, sorrindo. – Meus ataques de viúva quase virgem e pura ajudaram em alguma coisa, não é?
Os dois riram. Rupert beijou sua testa.
- Eu tive que simular essa semana porque, na segunda-feira, ele foi me buscar e durante o café eu senti um enjoo forte, acho que... do cheiro do cigarro dele.
- Esse idiota fuma?
- Fuma. Claro que não na frente dos alunos.
- Mas fumou na frente do meu filho! É o cúmulo!
- Rupert, ele não sabe de nada, ela falou rindo.
- Não quero saber. Ele é um... trolha!
- Não conheço esse palavrão.
- Não é palavrão. Eu não falo palavrão na frente dos meus professores.
- Hum, que menino educado!
- Trolha é a mistura de trouxa com bolha.
- Ah, bem prático, não?
- Continua contando como você enrolou ele.
- Pra ele não pensar muito longe, eu disse que tinha comido uma comida muito forte no dia anterior e ele me levou ao hospital, pro meu médico, claro. Pedi segredo ao Hélio e ele me apoiou. Ele já sabe que o bebê é seu. Me chamou de maluca insana desastrada, mas aceitou. Ele disse pro Matheus que eu tinha... problemas de estômago por intoxicação alimentar e que tinha que ficar em casa só comento uma dieta especial que ele passou pra mim pra desintoxicar o organismo.
Rupert riu gostoso.
- Vai demorar um pouquinho esse tratamento.
- Bobo! Não brinca! – ela ralhou, batendo no peito dele com a mão fechada de mentirinha.
- Dorme comigo aqui, hoje, na nossa caminha?
Ela apenas sorriu e concordou.
- Pena que ele não foi feito nela... ela lamentou.
Ambos riram e ele beijou sua testa.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 3