TEACHER V - PROBLEMA DE ESTÔMAGO - CAPÍTULO 2
PROBLEMA DE ESTÔMAGO – Capítulo 2
Rupert não conseguiu falar com Laura pessoalmente nem por telefone porque não a encontrou em casa. Só foi encontrá-la no dia seguinte na aula. Passou os dois blocos, ansioso, e no final da aula, foi atrás dela no corredor.
- Laura!
Ela parou e voltou-se.
- Oi, disse ela, tentando ser o mais natural possível.
- Preciso falar com você... agora.
- Rupert, eu tenho aula no Terceiro em cinco minutos...
- Então, me diz só uma coisa, aquela história de parar de dar aula é verdade?
- É.
- Por quê? Você não me disse nada...
- Porque eu vou me casar... ela falou sorrindo. Depois falou baixinho: - Com você...
Rupert sorriu e ela afastou-se dele. Ainda assim, ele ainda não entendeu nada do que estava realmente acontecendo. Passou a mão pelo rosto e ficou na mesma.
Nas duas semanas seguintes, Laura não deu aulas e nem apareceu na faculdade. Surgiu então o boato de que ela estaria doente e Rupert sobressaltou-se. Procurou Matheus em desespero de causa, na sala dos professores.
- Que é que você quer? – Matheus perguntou ao vê-lo entrar ali. – Estou atrasado pra minha aula.
- Só quero saber o que a Laura tem, como todos os alunos dela.
- Conta outra, garoto. Se fosse algo realmente importante, já teria sido dito antes de você perguntar, você não acha?
- Eu e todo o Quarto ano temos todo o direito de nos preocupar com ela, droga! Basta você me dizer, custa?
- Custa, pra você custa. Não é da sua conta.
- Vou colocar no jornal de amanhã que a redação do jornal quis saber sobre a saúde da professora de Língua Inglesa e o professor de Matemática, noivo dela, disse que não era da conta de ninguém, com essas palavras.
- Eu disse que não é da sua conta!
- Pra mim dá no mesmo. Eu sou praticamente a redação do jornal.
Matheus ficou olhando para ele com raiva, mas achou melhor responder.
- Ela não anda bem do estômago.
- Só isso?
- O que mais você quer que eu diga? Ela é minha noiva, como você mesmo disse, e eu não tenho obrigação de te dizer mais nada. Você não é da polícia e isso não é um interrogatório. Quer saber mais, vá até o RH da Universidade. Agora, com licença. Estou atrasado pra minha aula... senhor redator.
Matheus passou por ele e saiu da sala.
Na sexta-feira, Rupert tentou ligar para Laura, mas quem atendeu foi Matheus e ele desligou em seguida. No sábado...
- Descobriu alguma coisa? – Tereza perguntou, indo à casa dele.
- Não. Ligo pra casa dela, ela não está ou não atende e quando atendem é o idiota do Matheus.
- Fiquei sabendo por um menino da Exatas que ele também não tem ido dar aulas essa semana.
- Preciso saber o que ela tem, Tereza. Essa estória de problema de estômago... E ela disse que vai... se casar... comigo... Eu não entendi nada... Eu vou acabar ficando doido!
- Calma! Talvez ela já esteja planejando um modo de te dizer isso. Não adianta se afobar. Se fosse alguma coisa grave, já teriam vindo dizer pra gente na sala.
- É... Isso é verdade, mas mesmo assim... Preciso falar com ela pessoalmente.
- Rupert...
- Quê?
- Posso te fazer uma pergunta indiscreta?
- Claro.
- Bem indiscreta mesmo.
Ele olhou para ela com uma ruga na testa e sorriu.
- Mais do que quando você me perguntou como foi minha primeira noite com ela?
- Um pouquinho mais...
- Jesus Cristo! Manda.
- Vocês se protegem quando transam?
Rupert ficou vermelho e desviou o olhar, passando as mãos pelos cabelos.
- Tereza, essa foi de matar... Claro... Ela toma… pílula… Por quê?
- Nada. Só pra saber...
- Você está querendo dizer que...
- Não estou querendo dizer nada, mas acho bom você conseguir falar com ela... rápido.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 2