TEACHER V - PAUSA - CAPÍTULO 1

PAUSA – Capítulo 1

Primeiro dia de aula do ano. Rupert, Tereza, Décio e Nelson, que aparecia pela primeira vez na faculdade, estavam novamente sentados juntos na fileira de costume.

A única novidade era Sara, sentada do lado esquerdo de Rupert, Tereza não abria mão do lado direito dele.

Praticamente não houve aula. Os professores deixaram o dia para que a moçada se conhecesse melhor. Laura entrou na sala após o primeiro intervalo com intenção de desejar boas vindas. Colocou os livros sobre a mesa e esperou que eles fizessem silêncio, mas ninguém, além que Rupert, Tereza e Décio, parou de falar, inclusive Nelson e Sara

- Bom dia! - ela falou, com um sorriso, encostada na mesa, alto suficiente para que todos ouvissem.

Aos poucos todos foram se calando e sentando em alguma carteira. Enquanto esperava, ela se atreveu a olhar discretamente para Rupert que piscou para ela.

Laura ajeitou os cabelos e continuou sorrindo; pigarreou e olhou para a turma.

- Bom dia, Quarto Ano!

Ela ouviu trinta “bom dias” e mais trinta “ois, professora”. Cada um sentou-se no lugar que estava mais perto e se preparou para ouvi-la.

- Bem, eu não vim dar aula, claro, mas pra quem ainda não me conhece, meu nome é Laura Freitas, sou professora de Língua Inglesa dessa turma desde o Segundo Ano e quero desejar a vocês todos, um ótimo ano e espero que a gente se dê tão bem nesse semestre quanto nos demos nos últimos dois anos em que estivemos juntos.

- Por que só nesse semestre, Laura? – alguém perguntou. – Você não vai ficar o ano todo com a gente?

Ela olhou muito rapidamente para Rupert e respondeu:

- Não, infelizmente não, eu...

Murmúrios de insatisfação saíram de várias bocas pela sala inteira. Rupert também foi pego de surpresa, mas limitou-se a ficar olhando para ela, pois sabia que ela ia explicar o motivo. Tereza olhou sutilmente para ele e tocou seu braço.

- Calma, pessoal! Eu vou explicar. Tenham calma...

Todos foram silenciando suas preocupações.

- Eu pretendo parar de dar aulas agora em julho. Vou... descansar um pouco e... cuidar de algumas pendências na minha vida particular.

- Vai casar com o Matheus, professora? Você e ele estão namorando...

- Não sei... Talvez, ela disse, encabulada. – Mas, se for isso, vocês vão ser os primeiros a saber, garanto.

- Segura o Matheus logo senão ele foge, hein, professora! - disse um outro.

Rupert fechou os olhos e respirou fundo, ajeitando-se na carteira, impaciente.

- Pois é, deixa comigo, ela disse, levando na esportiva. – Mas fiquem tranquilos que vocês terão um primeiro semestre normal e com muito trabalho. Leram o livro que eu pedi nas férias?

- Lemos! – respondeu metade da sala, uns levantando o braço, outros levantando o próprio livro.

Alguns disfarçavam e coçavam a cabeça como a sinalizar que não haviam nem comprado ainda.

- Tudo bem, pra quem leu e pra quem não leu, aviso que teremos prova amanhã sobre ele.

Burburinho geral. Uns reclamavam e outros balançavam a cabeça, gostando na notícia.

- Gente, eu não passei o livro pra vocês se recrearem só. Ele tem um objetivo. É isso que eu vou por em teste amanhã. Até amanhã então. Primeiro bloco, duas aulas comigo, hein? Quero todo mundo afiadinho e sabendo tudo sobre “Brave New World”! In english!

Ela apanhou seu material e jogou a última carta:

- Dou um ponto de nota se alguém me disser a tradução do título.

- “Admirável Mundo Novo”, responderam Tereza e Rupert que tinham lido o mesmo livro, Sara e mais dois alunos.

Todos olharam para eles, inclusive Laura que sorriu, orgulhosa:

- Muito bem, ponto garantido na nota para os cinco. Parabéns, Adriano, Sara, Lucas, Tereza e Rupert! Tchau, até amanhã, Quarto Ano!

Ela saiu da sala. Rupert foi até a porta e ficou olhando ela se afastar. Quando voltou, Sara perguntou:

- Que foi, Rupert? Que cara é essa? Só porque ela vai deixar de dar aula pra gente?

- Ela é a melhor professora de Inglês da faculdade, falou Décio por ele.

- Até concordo. Gosto bastante dela também, mas não vamos fazer greve de fome por causa disso, vamos? Ela tem o direito de viver a vida dela. É livre e não pariu nenhum de nós, certo?

Rupert olhou para ela abismado, mas concordou com cada palavra.

- Certo, ele disse.

Ela o beijou rapidamente e falou:

- Sabia que você concordaria, sweetheart!

Tereza a engoliu com os olhos e ela percebeu, mas não ligou.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 1

Velucy
Enviado por Velucy em 09/11/2017
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