TEACHER IV - SARA - CAP. 11
SARA – Capítulo 11
Rupert foi até a sala de Gerson naquele mesmo dia e o diretor o recebeu, simpático como sempre.
- Como foi de férias?
- Bem e o senhor?
- Se você chama de quinze dias de descanso de férias, acho que até que fui bem. A professora Carla te falou mais ou menos o que eu quero de você e do pessoal do Quarto Ano?
- Falou, mas eu acho que isso não deva ser tarefa exclusiva nossa, professor. Não somos os únicos que trabalham na redação do jornal. Acho até que nós deveríamos receber tudo arrumado e pronto pra ser usado novamente. A gente já ralou pra caramba no ano passado.
- Tem outra ideia, então?
Rupert pensou e sorriu.
- Já que são os calouros o motivo desse trabalho extra, por que em vez de trotes comuns, não os colocamos pra fazer isso? Pode ser até divertido. A gente até ajuda, supervisionando tudo.
Gerson sorriu e mordeu a ponta da caneta.
- Boa ideia. Vou falar com os diretores das áreas de Comunicação e Jornalismo. Eles não vão recusar. Pode ir, se quiser.
- Sim, senhor.
Rupert levantou-se e Gerson viu através de sua camisa meio aberta, a aliança pendurada em seu pescoço.
- Rupert!
- Senhor?
- Isso pendurado no seu pescoço é uma aliança?
Rupert ficou pálido e segurou a argolinha, colocando-a de volta para dentro da camisa.
- Não... Quero dizer... é sim.
- Casou? – perguntou Gerson, quase que com ar de brincadeira.
- Não, claro que não, professor. Foi... da minha mãe. Uso como... amuleto de sorte.
- Ah, deve lhe dar muita sorte então.
- É… Dá sim.
- Até logo.
- Até logo, professor.
Quando saiu da sala, Rupert encostou-se na porta e respirou fundo aliviado.
- Está sentindo alguma coisa, Rupert, ou levou bronca do diretor? – perguntou a secretária.
- Não, Diva, nem uma coisa nem outra. Está tudo bem. Tchau.
- Tchau, ela disse, sorrindo.
Ele saiu da sala quase correndo.
Fevereiro foi o mês de trabalho para o Quarto Ano e os veteranos da sala ficaram conhecendo os novos amigos vindos dos outros Terceiros Anos e de outras faculdades.
Sara foi uma das novas colegas que logo se aproximou do grupo de Rupert e principalmente dele. Era muito ativa e parecia disposta a trabalhar muito pelo jornal.
- Você não trabalhou com a gente no ano passado, por quê? – Rupert perguntou.
- Fui suspensa, ela falou sorrindo.
- Suspensa? Por quê?
- Eu me apaixonei por um professor e coloquei no jornal.
Rupert olhou para ela, abismado, e começou a rir. Décio e Tereza fizeram a mesma coisa.
- Tão engraçado assim? – Sara perguntou, juntando-se aos três no riso.
- Não fiquei sabendo disso. Quem era o professor? – perguntou Tereza, curiosa.
- Desculpa, amiga, mas o jornal nem saiu porque ninguém podia saber, então eu não posso dizer. Mas ele já saiu da faculdade. Foi embora pro Rio.
Tereza pensou e sorriu.
- Ah, eu sei quem é! Eu lembro disso!
- Quem?! – perguntaram Rupert e Décio ao mesmo tempo.
- Se ela não disse, por que vocês acham que eu vou dizer, xeretas?
Sara sorriu e ergueu a mão aberta. Tereza bateu nela.
- Obrigada, amiga!
Os dois ficaram decepcionados e olharam um para o outro.
- Você perdeu a confidente, meu caro, disse Décio a Rupert.
As duas riram deles e voltaram ao trabalho.
Devido à sua simpatia, seu gênio fácil e sua inteligência, Sara enturmou-se logo e logo fazia parte integrante do grupo. Escrevia muito bem e suas ideias batiam com as de Rupert.
Os quatro trabalhavam a todo vapor para colocar logo o primeiro número do jornal em circulação, mas, vendo o entrosamento que a moça tinha com Rupert, Tereza não perdeu a chance de comentar com Décio.
- Isso vai feder... Vou ter que aturar ela também, além da Laura? Se eu, que não sou nada, já estou roendo as unhas de ciúme, imagine quando a Laura souber dessa... amizade tão animada dos dois?
- Deixa de veneno, Tereza. A garota só é comunicativa e inteligente demais. Combina com o Rupert.
- Está me chamando de burra? – ela perguntou ofendida.
- Não, garota, mas... Ah, deixa pra lá, vai. O Rupert não pensa na Sara de outra forma. É só uma colega de classe pra ele. E vamos trabalhar, certo? Me passa aqueles pacotes de sulfite pra cá. Vou colocar no armário.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 11