TEACHER IV - DIVÓRCIO? - CAPÍTULO 6
DIVÓRCIO? – Capítulo 6
Ao chegar à mesa, Rupert ainda pegou os comentários de Nelson sobre Laura.
- Que corpinho que ela tem, cara! Aquela mulher é bonita de longe e o máximo de perto. E como dança! Parece um passarinho voando. Tão leve, tão suave...
Rupert ficou em pé perto dele, apenas olhando para o colega e foi ficando vermelho pela raiva que aumentava dentro dele. Décio percebeu e falou:
- Compadre, vamos pegar um refrigerante ali, vamos?
E puxou Rupert pelo braço, tirando-o da mesa. Foram para fora do salão.
- Cretino!
- Calma, Rupert.
- Palhaço! Idiota!
- Cara, primeiro: ele é seu colega de sala e segundo: ele não sabe que ela é sua mulher! Baixa a bola, companheiro. Procura se acalmar!
- Eu sou o cretino, o palhaço, o idiota, Décio! Eu! Ninguém tem culpa disso. Só eu! Eu inventei de me casar com ela, não foi? Eu mereço passar por isso!
Ele encostou-se num pilar e começou a chorar.
- Eu vou embora daqui!
- Espera aí, Rupert, eu te levo.
- Não, fica aí com a Luíza. Ela está curtindo a festa. Está se divertindo. Fica. Eu me viro. Tchau.
Rupert afastou-se, foi até o portão do clube e o segurança lhe avisou que se saísse não poderia mais voltar.
- Eu não vou voltar.
E saiu andando pela avenida. Tereza saiu logo atrás dele. Tinha visto tudo.
Pegou o mesmo ônibus que ele, sem que ele percebesse, pois estava muito cheio. Desceu com ele e viu, tentando manter distância, que ele entrava num hotel, o mesmo onde passou com Laura a primeira noite de casados.
Ele estava na recepção, pedindo um quarto, quando ela se aproximou. Rupert olhou para ela e achou estranho, mas nenhum dos dois disse nada. Ele apanhou as chaves e os dois subiram.
Dentro do quarto, ele sentou-se na cama e apoiou a cabeça nas mãos. Tereza ajoelhou-se junto dele e o abraçou, ainda em silêncio.
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De manhã, Tereza despertou e o viu ainda acordado junto à janela.
- Rupert...
Ele se voltou e olhou para ela.
- Você não dormiu?
- Passei a noite toda pensando em como eu sou idiota duas vezes.
- Por quê?
- Não tinha o direito de te meter nisso... Vou te fazer sofrer de novo...
- Sou a mulher mais feliz do mundo, agora. Não importa o que você faça depois. Eu te entendo.
Ele foi sentar perto dela na cama.
- Então me explica, porque eu não estou entendendo nada. Eu não estou feliz... Sou casado, mas não tenho minha mulher; ela namora outro cara, eu passo a noite aqui com você... Transo com você no mesmo hotel em que passei minha noite de núpcias clandestina... Minha cabeça está uma confusão, Tê!
- De vez em quando é bom sair da rotina... ela disse, passando a mão nos cabelos dele.
Ele sorriu triste e suspirou dolorido. Tereza quis beijá-lo de novo mas ele colocou a mão sobre sua boca.
- Não faz isso... Não vamos prolongar o que tinha que ter parado ontem, por favor, Teca.
- Tudo bem. Eu tenho que ir pra casa... ela disse.
- Seu pai vai me fazer casar com você, se souber do que... ele falou, balançando a cabeça. – Estou triplamente frito.
Tereza riu.
- Eu sou maior de idade, lembra? Eu estava num baile e dormi na casa de uma amiga, porque ficou muito tarde pra voltar pra casa porque eu moro longe. Problema resolvido.
Ela beijou o ombro dele e se levantou da cama para se vestir. Saíram do hotel e Rupert a deixou na frente da casa dela.
- Tem certeza que não quer que eu entre pra explicar?
- Não, já falei. Eu dormi na casa da Beth. Eles conhecem ela, vão entender.
- Desculpa… por tudo isso...
Ela beijou seu rosto e abriu o portão, entrando em casa.
Quando Rupert chegou em sua casa, teve uma surpresa. Laura estava lá, esperando por ele, sentada com seo Régis à mesa do café.
- Bom dia, ela falou tranquilamente.
Ele não respondeu. Passou pela cozinha e foi para o quarto, doido para tirar aquela roupa. Régis falou em voz alta:
- Não foi essa educação que lhe dei, rapaz!
- Bom dia, pai... ele disse, sem parar de andar.
Régis ia se levantar para falar com ele, mas Laura o fez parar.
- Não, deixa ele, seo Régis. Eu me entendo com ele. Fique aqui e termine seu café.
Régis voltou a se sentar.
- Meu filho não é mal educado assim...
- Eu sei... Fique tranquilo, ela disse colocando a mão sobre a dele.
Laura foi atrás de Rupert. Entrou pela porta aberta e fechou-a, encostando-se nela. Ele já tinha tirado a camisa e jogado sobre a cama. Estava sentado nela para tirar o sapato e as meias e olhou para Laura.
- Quer que eu faça o relatório completo em três vias, autenticado, ou só a dissertação oral serve, professora?
Ela continuou olhando para ele, serena. Rupert levantou-se e olhou de frente para ela, colocando as mãos na cintura.
- Não vai dizer nada?
- Não... Está na sua cara. Você estava com a Tereza, não é?
- Vai pedir o divórcio?
- É isso que você quer fazer?
- Eu não sei mais o que eu quero. Acho que agora eu só quero... tomar um banho e dormir muito...
- Faça isso. Eu espero...
Ele tirou o resto da roupa e foi para o banheiro.
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Welcome to my dreams...
CAPÍTULO 6